domingo, 5 de setembro de 2010

Elias Gleizer, Leonardo Villar e Flavio Migliaccio reforçam elenco de veteranos em 'Passione'


Parte do elenco que sempre grava no cenário da mansão da família Gouveia, em "Passione", Elias Gleizer - o motorista Diógenes Santarém da trama - não perde a piada. E brinca com o fato de estar quase sempre rodeado pelos veteranos Fernanda Montenegro, Cleyde Yáconis e Leonardo Villar em cena.

- Se somarmos as idades daquele núcleo dará como resultado o ano do descobrimento do Brasil - exagera um gaiato e simpático Gleizer.

Aos 76 anos, o ator é praticamente um operário da TV. Com mais de 50 trabalhos no vídeo, Gleizer, que recentemente brilhou no papel do patriarca Sr. Cadore, de "Caminho das Índias", segue o lema de nunca reclamar do tamanho dos seus personagens.

- Tenho 50 e poucos anos de TV e o meu negócio é trabalhar. Cada papel para mim é um prêmio. O Diógenes, por exemplo, não é muito grande. E por isso mesmo tenho que caprichar mais e valorizar cada aparição dele - ensina.

Diógenes é coadjuvante, mas movimenta a trama com um mistério que o liga à patroa, Brígida (Cleyde). Seriam os dois amantes? Ou eles apenas se encontram às escondidas para jogar cartas?

- Virei o galã das velhinhas - diverte-se.

Com duas casas, uma no Rio e outra em São Paulo, o ator está sempre em movimento:

- O tempo me trouxe experiências e sei que um sujeito bem-humorado tem menos problemas. Se não estou trabalhando, estou envolvido em outras atividades. Faço ginástica na academia e na piscina.

Quem também começou de mansinho mas deve se revelar um conquistador na trama de Silvio de Abreu é o personagem de Leonardo Villar, Antero. Casado com a ranzinza Brígida, ele é o italiano abandonado por Gemma (Aracy Balabanian) no altar. Agora, tentará se aproximar da conterrânea.

- O clima dessa novela é muito bom - afirma Villar, de 87 anos. - Temos um elenco muito homogêneo e não vejo diferença entre as atuações dos jovens e as dos mais experientes.

Com uma carreira construída no cinema e no teatro, o veterano nunca teve um contrato fixo com a TV. Seu trabalho mais recente em novelas foi em "Pé na jaca", de 2006. E seu último grande sucesso no vídeo se deu em "Laços de família" (2000), no papel de Pascoal, pai da garota de programa Capitu (Giovanna Antonelli).

- O ator ganha um dinheiro razoável com o cinema e o teatro, mas não dá para viver só dessa forma. Por isso tem muita gente que se acomoda com um contrato na televisão - analisa Villar, que optou por um caminho contrário: - Eu sempre trabalhei por obra na TV para ter a liberdade de fazer outras coisas.

O que não quer dizer que o ator encare o trabalho na televisão com menos dedicação. Pelo contrário.

- Procuro tirar partido do meu papel quando faço uma novela - garante.

O personagem de Villar na trama das 21h terá ainda a oportunidade de contracenar com o de outro veterano do elenco, Emiliano Queiroz, de 71 anos. O italiano Benedetto, papel de Queiroz, é irmão de Giovanni (verdadeira identidade de Antero).

Em um folhetim marcado por atuações de nomes experientes, Flavio Migliaccio é outro que encontra espaço para brilhar. Na semana passada, o malandrão Fortunato roubou a cena ao tascar um beijo na boca da secretária Jaqueline (Alexandra Richter) em um show de pagode.

- O cinema de comédia italiano valoriza o ator idoso e o Silvio de Abreu está seguindo essa linha. Aliás, essa é uma característica dele como autor: não menosprezar nenhum personagem - diz Migliaccio.

Aos 76 anos, o ator nem pensa em fazer planos de aposentadoria.

- O bom da nossa profissão é isso: poder trabalhar até os 100 anos se tiver força e saúde. Olha o exemplo da Cleyde Yáconis que está atuando numa cadeira de rodas depois de ter se acidentado (a atriz fraturou o fêmur e teve que ser operada recentemente) - destaca Migliaccio, que contracena ainda com Francisco Cuoco, de 75 anos, outro veterano que também tem tido ótimos momentos no folhetim de Abreu.

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