quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

SESSÃO GRANDES ATORES: Eva Todor


Eva Todor Nolding, nascida Éva Fodor, (Budapeste, 9 de novembro de 1920) é uma atriz brasileira.

Nascida de uma família de judeus húngaros ligados ao meio artístico, Eva começou nos palcos ainda criança, como bailarina da Ópera Real de Budapeste. Por conta das dificuldades financeiras que a Europa enfrentava no período pós-Primeira Guerra, a família Fodor abandonou sua terra natal e emigrou para o Brasil, em 1929. No ano seguinte, Eva, com apenas nove anos, retomou carreira como bailarina, no Rio de Janeiro. Aos 10 começa a estudar dança clássica com Maria Olenewa, no Theatro Municipal. Foi quando adotou o sobrenome artístico de "Tudor" no lugar do original Fodor, que soava indecente.

Aos 12 anos, Eva faz um teste para o Teatro Recreio e em 1934 estréia como atriz no espetáculo “Quanto Vale uma Mulher”, de Luiz Iglesias. Permanece na companhia e acaba por se casar com Iglesias em 1939, tornando-se a primeira atriz daquela companhia de revistas. Logo seu talento para os papéis cômicos se revela, o que leva seu marido a escrever peças com personagens concebidas especialmente para sua verve. Era especialista em papéis de moças ingênuas. No ano de 1940, funda a companhia “Eva e Seus Artistas”, que estréia com “Feia”, de Paulo de Magalhães, sob a direção de Esther Leão.

Seu primeiro papel dramático foi em “Cândida”, de George Bernard Shaw, um dos maiores sucessos da temporada carioca de 1946, e que ficou quatro meses em cartaz. Seguiu-se no ano seguinte “Carta”, de Somerset Maugham.

Pela companhia “Eva e Seus Artistas”, que duraria até fins da década de 1950 passaram grandes nomes da cena teatral de então, como André Villon, Jardel Jércolis, Elza Gomes e Henriette Morineau.

O estilo de atriz cômica de Eva seria abandonado em 1966, com a estréia do drama “Senhora da Boca do Lixo”, de Jorge Andrade, sob a direção de Dulcina de Moraes. O gênero cômico continua sendo seu favorito, mas a atriz abre o leque de sua interpretação em peças como “De Olho na Amélia” (Georges Feydeau), que lhe valeu o Prêmio Molière de melhor atriz em 1969, “Em Família”, de Oduvaldo Vianna Filho, com direção de Sérgio Britto, (1970); e “Quarta-Feira Lá em Casa, Sem Falta”, de Mario Brasini (1977).

No cinema, Eva estreou em “Os Dois Ladrões” (1960), produção de Carlos Manga e um dos últimos filmes de sucesso do gênero das chanchadas. Ao lado de Oscarito protagonizou uma das mais célebres passagens do cinema brasileiro, a “cena do espelho”. Em 1964 atua em “Pão, Amor e... Totobola”, de Henrique Campos.

Mas seria na TV que Eva Todor se tornaria mais famosa. Foram 21 trabalhos em telenovelas, minisséries e especiais. No gênero, seu papel mais marcante foi o de Kiki Blanche, na novela “Locomotivas” (1977).

Retomou a carreira cinematográfica quase 40 anos depois de seu último filme, protagonizando o delicado curta-metragem “Achados e Perdidos”, de Eduardo Albergaria, como uma mulher que recebe um carta de amor escrita para ela há mais de 50 anos. Eva Tudor atua também em `Xuxa Abracadabra´, dirigido por Moacyr Góes. Seu filme mais recente foi “Meu Nome Não é Johnny”.

Em 2007, com 87 anos de idade, lançou seu livro de memórias, intitulado "O Teatro da Minha Vida", escrito por Maria Ângela de Jesus.

Atualmente viveu o papel de “Dona Cidinha”, na novela “Caminho das Índias”.

Trabalhos na televisão
1977 - Locomotivas .... Kiki Blanche
1978 - Te Contei? .... Lola
1979 - Memórias de Amor .... Agripina
1980 - Coração Alado .... Hortênsia
1982 - Sétimo Sentido .... Santinha (Maria Santa) Bergman Rivoredo
1983 - Sabor de Mel .... Marta
1984 - Partido Alto .... Cecília
1987 - O Outro .... Liúba
1989 - Top Model .... Morgana
1992 - De Corpo e Alma .... Calu
1993 - Olho no Olho .... Veridiana
1994 - Incidente em Antares .... Venusta
1996 - Quem É Você? .... Augusta
1998 - Hilda Furacão .... Loló
1999 - Suave Veneno .... Maria do Carmo Canhedo
2000 - O Cravo e a Rosa .... Josefa
2002 - Malhação.... Isaura
2005 - América .... Miss Jane
2006 - JK .... Carlota Bueno
2007 - Amazônia, de Galvez a Chico Mendes .... Branquinha
2009 - Caminho das Índias .... Dona Cidinha

Filmes
1960 - Os Dois Ladrões .... Madame Gaby
1964 - Pão, Amor e... Totobola .... Mulher de Costa
2003 - Xuxa Abracadabra .... Avó
2008 - Meu Nome Não é Johnny .... D. Marly

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