A presença feminina sempre foi um destaque na dramaturgia brasileira. Hoje, no Dia Internacional da Mulher, o NOVELAS ONLINE
selecionou algumas das histórias mais marcantes de nossa telinha que
foram vividas por mulheres que enfrentaram barreiras em busca da
felicidade. Muitas delas foram vítimas de uma sociedade machista, mas
todas deram a volta por cima.
“Mulheres Apaixonadas” foi protagonizada por mulheres de fibra
Mulheres que enfrentam relacionamentos fora dos “padrões”
A paixão do sexo feminino foi o tema
central de “Mulheres Apaixonadas”, exibida pela Globo em 2002. A trama
abordou vários tipos de relacionamentos, como o da protagonista Helena
(Christiane Torloni), uma mulher entediada com o casamento com Téo (Tony
Ramos), que busca reacender a paixão com o médico César (José Mayer).
Mas o bonitão já era disputado por outras duas belas mulheres, Drª Laura
(Carolina Kasting) e a jovem médica Luciana (Camila Pitanga), filha de
Téo.
A trama ainda destacou a vida amorosa de
Lorena (Susana Vieira), irmã de Téo, uma mulher madura que se apaixona
por um jovem rapaz. Assim como Lorena, Raquel (Helena Ranaldi) também se
apaixonou por um jovem, que era seu aluno de educação física. O amor é
ameaçado quando o violento Marcos (Dan Stulbach) entra em cena. O
ex-namorado da professora tem uma obsessão por ela e por raquetes de
tênis.
Irmãs deram a volta por cima em nome da família
Duas irmãs vivendo o drama de se apaixonar pelo mesmo homem
Talvez a mais feminina novela da
história, “A Vida da Gente” (Globo, 2011) destacou o ponto de vista da
mulher em diversas situações, mostrando que elas podem se impôr ao sexo
masculino. Ana (Fernanda Vasconcellos), a protagonista, é uma jogadora
de tênis que tem sua vida mudada após sofrer um acidente e ficar em
coma.
Enquanto ela “dormia”, sua irmã, Manuela
(Marjorie Estiano) e seu amado Rodrigo (Rafael Cardoso) criam a filha
pequena, Júlia, e acabam se aproximando. Quando desperta, a protagonista
vê a filha crescida, e praticamente nem a reconhece. Mas ela se
surpreende mesmo é ao ver a irmã casada com seu namorado.
Adaptar-se à nova realidade foi o drama
de Ana, que volta se aproximar de Rodrigo, causando uma desavença com
sua irmã. No final, ela conhece uma nova paixão e todos vivem como uma
só família.
“Xica da Silva” (1996) marcou época com a mudança de vida de uma escrava
Uma negra que enfrentou preconceitos e virou rainha
O drama de uma escrava que virou rainha
no século XVIII. Atrevida, sensual e esperta, “Xica da Silva” (Taís
Araújo) conquistou o seu senhor, que estava compromissado com Violante
Cabral. O contratador João Fernandes (Victor Wagner) assume publicamente
sua relação com a escrava, dando vida de rainha à negra.
Violante, traída e humilhada, tenta de
todas as formas destruir a rival, que a essa altura já se tornara uma
mulher poderosa. O drama das duas novas realidades foi o destaque do
folhetim, considerado uma das principais obras da dramaturgia
brasileira.
Christine Fernandes, Carla Regina e Míriam Freeland protagonizaram “Essas Mulheres”
O destino dessas mulheres
“Essas Mulheres”, exibida pela Record em
2005, baseada em romances de José de Alencar, contou a vida de três
belas mulheres. Aurélia, Maria da Glória e Mila, três amigas separadas
pelo destino. Aurélia (Christine Fernandes) herda uma fortuna e se torna
a mulher mais cobiçada da corte.
Depois da doença do pai, Maria da Glória
(Carla Regina) é obrigada a se prostituir, renunciando sua pureza. A
jovem atende clientes ricos e fatura com a nova vida, agora se chamando
Lúcia.
Já Mila (Myrian Freeland) é uma pintora
de ideias avançadas numa época em que apenas os homens expunham suas
obras. Vai usar o pseudônimo de Paulo Almeida e escandalizar a
sociedade. Adoecida, ela vive uma tumultuada e conflituosa paixão com um
médico negro.
“Éramos Seis” representou a mulher brasileira e se tornou um sucesso
Uma mulher que luta pela harmonia da família, mas acaba abandonada
A novela “Éramos Seis” (SBT, 1994),
baseada no romance de Maria José Dupret, trouxe como protagonista uma
típica mulher brasileira. Dona Lola (Irene Ravache) faz de tudo pela
harmonia de seu lar.
A matriarca cuida dos quatros filhos e
do marido, mas no final acaba sozinha. Com a morte do pai, os filhos
mais velhos abandonam Lola em um asilo, onde viveu na solidão até seus
últimos dias de vida. A versão produzida pelo SBT é considerada até hoje
um marco da dramaturgia.
Duas amigas de realidades opostas lutando por seus direitos
Mulheres que buscam posição na sociedade
A novela “Lado a Lado”, que chega ao fim
na noite de hoje pela Globo, retratou a época após a abolição da
escravidão no Brasil, no início do século passado. Os negros ganham pela
Justiça direitos iguais, mas o preconceito e a intolerância ainda é um
drama vivido nos cortiços.
Os autores Cláudia Lage e João Gimenez
Braga se inspiraram em histórias de mulheres da época para construir a
trama. Laura (Marjorie Estiano), mesmo contra a vontade da família,
resolveu e estudar e trabalhar, e também se divorcia de Edgar (Thiago
Fragoso), uma atitude considerada ousada na época.
A professora formada ainda se tornou
melhor amiga de Isabel (Camila Pitanga), a mocinha sofredora que
batalhou para conquistar um lugar na sociedade, mesmo tendo um filho
fora do relacionamento. Vencendo preconceitos, a jovem foi estudar fora e
se tornou bailarina, mesmo contra a vontade do pai. A luta de Isabel
foi reconquistar Zé Maria (Lázaro Ramos) e criar seu filho, que foi dado
como morto no passado.