Ele  jamais imaginou que um dia seria presidente de qualquer coisa, quem  dirá do Brasil. Na verdade, nunca desejou isso. Apesar de seu talento  nato para a liderança, esse advogado boa gente, que reúne uma curiosa  mistura de um temperamento boêmio com uma determinação militar, nem em  seus sonhos mais remotos pensou que comandaria uma nação.
Um  presidente por acaso que luta pelos ideais de mais de 190 milhões de  brasileiros. Um presidente que se emociona, ri e chora sem pudor. Talvez  o que faltava nesse Brasil fictício, com defeitos, mas repleto de  virtudes. Exatamente como o seu mais novo líder, Paulo Ventura,  personagem de Domingos Montagner na minissérie  'Brado Retumbante', de  Euclydes Marinho, que estreia dia 17 de janeiro, na Rede  Globo, logo  após o 'Big Brother Brasil 12'.
Sob  a direção de núcleo de Ricardo Waddington e direção geral de Gustavo  Fernandez, 'O Brado Retumbante' será apresentada em oito episódios,  exibidos de terça a sexta-feira. A minissérie mostra não só as  reviravoltas na vida de Paulo Ventura ao assumir a Presidência da  República da noite para o dia, como também a face mais realista possível  de seus problemas.  "Eu quis mostrar nesta minissérie que, por trás de  todo presidente, existe um ser humano, alguém que tem problemas, dor de  barriga, pai, mãe e mulher. E que nós não ficamos sabendo. Revelar essa  intimidade de um homem comum na Presidência. Na história do Paulo  Ventura, ele já era um político que vivia uma fase desanimada como homem  público, e que acaba sendo eleito presidente da Câmara dos Deputados  por uma manobra, para ser um fantoche do sistema", revela o Euclydes  Marinho, que reuniu um time diferenciado, com Nelson Motta, Guilherme  Fiuza e Denise Bandeira, para colaborar na concepção da minissérie.
A  missão de Paulo Ventura (Domingos Montagner) como presidente é não  fechar os olhos à sucessão de escândalos e do aparente esfacelamento das  instituições do país. A sua meta é fazer com que a política não pareça  tão complexa e repetitiva, algo que "não nos diz respeito".  São 15  meses de um desafio sem igual. Um período que promete ameaças,  difamações e mais de uma dúzia de inimigos. Uma posição que mexe - e  muito - com a cabeça, as ambições e os sentimentos dos que o cercam,  inclusive seus familiares. O privado e o público agora se misturam,  habitam o mesmo lugar, o mesmo homem. Não será fácil. 
Em  plena crise conjugal, ele buscará na esposa Antonia (Maria Fernanda  Cândido) o apoio necessário para cumprir o seu curto e inesperado  mandato. Extremamente inteligente, essa professora de história finge  acreditar nas falsas promessas de amor do marido e mantém com discrição e  sensatez todas as aventuras de Paulo. Talvez em nome dos mais de 20  anos que viveram juntos, talvez pelo país e pela vontade de acertar ou  talvez pelo amor que ainda sente por ele. 
Fora  do gabinete presidencial, Paulo se vê às voltas com conflitos  familiares, um prato cheio para a imprensa. Julieta (Maria do Carmo  Soares), uma mãe mentalmente atormentada e que parece não ter outro  prazer a não ser infernizar a vida dos que a rodeiam, é uma pedra no  sapato do filho. Beijo (Otávio Augusto) é um tio que tenta, de qualquer  jeito, se dar bem às custas do "parente presidente". Com os filhos, a  relação é ainda mais delicada. A primogênita, Marta (Juliana Schalch), é  uma menina mimada e explosiva. E Julio (Murilo Armacollo) exige do pai  uma compreensão que Paulo não é capaz de oferecer. Depois de anos longe  de casa, ele retorna como a transexual Julie.
Um tiro que saiu pela culatra         
Chefiados  pelo Senador (Luiz Carlos Miele), um emblemático político na cena  brasileira, um grupo de velhas raposas da política articula para que o  deputado Paulo Ventura (Domingos Montagner) se torne presidente da  Câmara. A intenção, porém, era manipulá-lo e retirá-lo da oposição  ferrenha que fazia ao governo. Quando um acidente aéreo mata o  presidente da República e seu vice, Ventura se vê obrigado a assumir o  país.
Sem  tempo para pensar, ele assume sabendo que em 15 meses não conseguirá  realizar nenhuma das grandes e necessárias reformas de que o Brasil  necessita. Decide concentrar a sua energia principalmente no combate à  corrupção. E Paulo tem pressa em desmontar o que ele chama de "Estado  paralelo" - a soma dos diversos esquemas montados para sangrar os cofres  públicos através de superfaturamento, desvios de verbas, licitações  fraudulentas e roubos de todas as espécies. Ele, então, enfrenta de  frente as mazelas do governo.
Ameaça velada
Uma  das primeiras medidas internas de Ventura (Domingos Montagner) é  ordenar uma vigilância constante a alguns notórios bandidos, entre eles  um antigo amigo, Floriano Pedreira (José Wilker), ministro da Justiça do  finado presidente. Em vez de demiti-lo, o desejo de Paulo é vê-lo na  cadeia. Na primeira oportunidade em que fica cara a cara com o político,  e as cartas são postas na mesa, Paulo é desafiado pelo seu algoz.
O  jogo é duro. Apesar de não ser ingênuo, Paulo nunca foi capaz de  imaginar que suas aventuras amorosas pudessem sair do âmbito pessoal  para virar manchetes de jornais e combustível para chantagens. A  exuberante Alessandra (Alinne Rosa), um dos relacionamentos  extraconjugais do presidente, é o melhor exemplo disso. Esposa de um  senador baiano, ela sugere largar o marido ao anunciar uma suposta  gravidez. Mas seus planos vão por água abaixo após saber que o preço por  se envolver com Ventura pode ser alto demais. 
O presidente popular
Logo  em seu discurso de posse, Paulo (Domingos Montagner) se compromete em  manter um canal constantemente aberto com a população através de seu  blog - Sonho Intenso. É através desta ferramenta que o presidente vai  apresentar os seus projetos e revelar os esquemas de corrupção e fraudes  que rondam 
o  governo. Mas é também por meio da internet que ele recebe duras  críticas, exatamente por não ter papas na língua e dar nome aos bois  envolvidos em politicagens.
Trabalhador  incansável, Paulo pode até reclamar, mas a verdade é que ele adora ser  presidente. Apesar das formalidades que a nova posição exige, ele não  despreza os prazeres simples da vida - uma boa comida mineira, as  rodinhas de choro (tocando seu clarinete), o futebol de domingo ou uma  conversa fiada.
A força do presidente
Não  há dúvida de que o amor uniu Paulo (Domingos Montagner) e Antonia  (Maria Fernanda Cândido).  Tão ou mais brilhante que o marido, ela é  fascinante, e Ventura sabe disso. Juntos, lutaram contra tudo e contra  todos para se casarem antes mesmo da formatura. Em meio a muito  trabalho, a diálogos inteligentes e à paixão durante as madrugadas,  venceram todas as dificuldades.
Ela  era a força da qual ele precisava, mas a infidelidade de Paulo cismava  em atrapalhar, quase uma questão patológica. Ela cansou, e a separação  foi inevitável. 
Mas,  quando Ventura recebe a notícia de que deverá assumir as rédeas do  país, é em Antonia que ele pensa: corre para os braços da sua ex-mulher e  lhe propõe um casamento com prazo de validade, os 15 meses em que  estará no poder. Paulo sabe que não dará conta sem ela ao seu lado.  Talvez a compaixão tenha falado mais alto em meio ao turbilhão de  sentimentos que tomou conta da mulher que passou de professora de  história a primeira-dama num piscar de olhos. 
Antonia  é firme sem perder a doçura e tem a capacidade de enfrentar os próprios  sentimentos de forma brilhante. Mas engana-se quem pensa que essa  maturidade é algo fácil de se lidar. Na prática, só ela sabe da dor e do  peso de ser quem é. Mãe zelosa, não abre mão de proteger e lutar pelos  filhos, se a situação assim demandar. Essa força também é claramente  vista quando a primeira-dama luta pelos seus ideais, mesmo quando não  pode contar com o apoio de seu marido, o presidente da  República. É  exatamente por isso que Paulo, volta e meia, diz que ela é quem deveria  liderar o país. 
Rir para não chorar
Ventura  (Domingos Montagner) assume a Presidência da República, mas nem assim  tem o poder para manter sua mãe, Julieta (Maria do Carmo Soares), e seu  tio Beijo, (Otávio Augusto) à distância. Donos de personalidades  defeituosas, essas figuras formam uma dupla de irmãos capaz de tirar o  sono de Paulo. Beijo e Julieta protagonizam situações que ultrapassam o  limite do aceitável e, neste caso, o trágico realmente se transforma em  cômico. Há deboche, exagero e desequilíbrio em tudo o que os dois fazem e  dizem, especialmente quando o foco está em Paulo Ventura.       
Cenografia e produção de arte: uma ficção-realista com toques de cinema
Inicialmente  construído apenas para ser um palácio de verão, o cenário principal da  minissérie 'O Brado Retumbante'   foi   escolhido  como  a principal    moradia  do   presidente   Paulo  Ventura  ( Domingos 
Montagner),  que resolve despachar as demandas do dia a dia diretamente do Rio de  Janeiro. Inspiradas na Riviera Francesa, as equipes de cenografia e  produção de arte se basearam no estilo neoclássico para a criação da  sede do governo, erguida com uma arquitetura eclética e traços de Art  Nouveau.
Enquanto  o interior do palácio foi todo produzido nos estúdios da Central Globo  de Produção, para a fachada foi selecionado o prédio do Jockey Club  Brasileiro, na Gávea, Rio de Janeiro, um marco visual significativo da  cidade. Com colunas jônicas e abóboda de vidro, o prédio , em que o  presidente Paulo Ventura (Domingos Montagner) reside, lembra os palácios  parisienses.
"Dividimos  o palácio em duas alas. Na residencial, há cores mais leves, mármores,  pratarias e um desenho mais suave. Já na administrativa, não tivemos  como fugir do ambiente de trabalho, que tem um clima um pouco mais  pesado, com muitos documentos. Optamos por usar quadros de Portinari e  dar um toque modernista. Mas a arquitetura é basicamente a mesma, as  janelas e as colunas são iguais, e tudo é interligado com muitos  corredores", explica a cenógrafa, Isabela Urman. Segundo ela, a  computação gráfica é o recurso utilizado para inserir Brasília na trama.
Os  cenários fora do âmbito político, como o apartamento onde Antonia  (Maria Fernanda Cândido) residia com Paulo na época em que ele nem  sonhava com a presidência, fogem completamente de modelos tradicionais.  Esses ambientes, ao contrário da frieza e impessoalidade do palácio,  imprimem suas personalidades e vivências por meio de cada objeto que  compõe os cenários.
"O  apartamento de Antonia e Paulo é cercado de história. Com o pé direito  alto e cômodos amplos, o lugar dispõe de muitos livros, álbuns de  viagens, móveis brasileiros, coleções e artesanato. Um dos destaques  deste cenário é a sala de jantar, que foi montada especialmente dentro  da biblioteca", conta Nininha Medicis, que assina produção de arte da  minissérie.
A  criação dos ambientes interferiu diretamente na estética de 'O Brado  Retumbante', que tem clima de cinema. A explicação para isso deve-se à  concepção dos cenários, que contam com um diferencial em relação à  maioria das produções feitas para a televisão: são todos fechados, ou  seja, além de piso e paredes, têm teto. Os bastidores do estúdio não  ficam expostos, visíveis, e por esta razão a minissérie ganhou um  tratamento especial de iluminação, atribuição da direção de fotografia,  assinada por Fred Rangel.
O  toque verde e amarelo fica por conta do brasão, feito especialmente  para a minissérie. A criação se assemelha ao símbolo original, porém é  resultado de uma mistura entre os brasões do império e da república.
Figurino e caracterização: simplicidade e elegância na medida certa
Paulo  Ventura (Domingos Montagner) é um homem comum, com um cargo político, e  que, ao se tornar presidente, se mantém com a simplicidade de sempre. A  combinação de calça, paletó e gravata é sinônimo de conforto, traje que  ele usa como se fosse uma velha calça jeans. Mesmo assim, em um mundo  restrito de indumentária, o presidente é capaz de se destacar facilmente  entre os outros engravatados. "Ele é um advogado que se tornou  presidente por acaso. E a forma como se sente à vontade 
é  dentro de um terno. Ele não saberia se vestir de outro jeito", define a  figurinista, Karla Monteiro, que considera um desafio encontrar leves  inspirações para todos os políticos de 'O Brado Retumbante'.
Seguindo  a linha do marido, Antonia (Maria Fernanda Cândido) também é adepta de  um estilo simples, mas elegante. Ela é professora de história em uma  universidade pública e não defende o status de primeira-dama como  profissão. "Antonia é jovem, contemporânea, mas muito simples. Ela usa  acessórios pontualmente e sempre escolhe a prata. Mas, quando a sua vida  amorosa ganha novos rumos, ela fica mais feliz, e vemos isso  nitidamente no figurino, pois seus vestidos ficam um pouco mais curtos",  conta Karla.
O  único momento em que Antonia encarna a personagem de esposa do  presidente é no emblemático dia da posse. Ela trocará a prata pelo ouro,  a sandália rasteira pelo salto, e surgirá em um vestido longo com um  leve brilho. "Nesta hora, Antonia também abandona os fios soltos e  prende os cabelos, além de usar a maquiagem em um tom um pouco acima do  que está acostumada", revela a responsável pela caracterização da  minissérie, Maria do Socorro.
Em  relação aos vilões, os destaques estão nos detalhes. São essas minúcias  que deixam transparecer a elegância, o poder e a vaidade desses  personagens naturalmente dissimulados.
Outras  personagens da minissérie também prometem chamar a atenção, não pela  elegância, mas pelo exagero. Sem se preocupar com o novo cargo do filho,  Julieta (Maria do Carmo Soares) segue montando o seu visual nos brechós  de Copacabana, no Rio de Janeiro, e mistura os mais diferentes estilos.  A ousadia de Julieta fica por conta das bijuterias. Já a filha de  Paulo, Marta (Juliana Schalch), não esconde o compromisso com o que está  na moda. E de preferência com o que é caro, afinal ela se casou com um  empresário bem-sucedido, o Tony (Leopoldo Pacheco).
Mas  o maior desafio da equipe de figurino e caracterização de 'O Brado  Retumbante' foi o filho transexual de Paulo Ventura. Todos tiveram muito  cuidado e dedicação para encontrar o tom exato de Julie (Murilo  Armacollo), sem deixá-la caricata ou vulgar. Ela será apenas uma menina  bonita, com roupas simples e femininas, que poderia perfeitamente sair  da tevê e ganhar espaço nas ruas.
Perfil dos Personagens
A família presidencial
Paulo Ventura (Domingos Montagner) -  O presidente do país. Um advogado carismático, naturalmente sedutor e  boa praça, que vai parar na Presidência da República a partir de uma  manobra política que não saiu exatamente como se previa. Ele tem um  casamento problemático com Antonia (Maria Fernanda Cândido), com quem  tem dois filhos.  
Antonia (Maria Fernanda Cândido) -  Doutora em história do Brasil, ela tem alma de militante. Casou-se com  Paulo, mas o relacionamento nunca foi tranquilo, pois seu marido não  resiste a um rabo de saia. Antonia é a fortaleza de Paulo Ventura  (Domingos Montagner). 
Marta (Juliana Schalch) -  Filha de Paulo Ventura (Domingos Montagner) e Antonia (Maria Fernanda  Cândido), Marta tem uma personalidade instável. Ela vive em constante  estado de tensão, mesmo que não exista um motivo concreto, real. É  casada com um rico empresário, Tony (Leopoldo Pacheco).
Julio/Julie (Murilo Armacollo) -  Filho de Paulo Ventura (Domingos Montagner) e Antonia (Maria Fernanda  Cândido), saiu de casa muito jovem devido aos conflitos que viveu com o  pai. É transexual e luta para ser aceito como Julie.
Julieta (Maria do Carmo Soares) -  Mãe de Paulo Ventura (Domingos Montagner), ela exerce a arte da  manipulação como ninguém. Julieta sabe dos pontos fracos do filho e não  hesita em usá-los a seu favor. 
Beijo (Otávio Augusto) -  Tio trambiqueiro de Paulo (Domingos Montagner), ele tenta usar de sua  proximidade e pseudo-influência para se beneficiar, mas dá com os burros  n'água. Beijo quase embarca na rede de políticos que tenta derrubar  Ventura da presidência.  
Tony (Leopoldo Pacheco) -  Genro de Paulo (Domingos Montagner), Tony é apaixonado por Marta  (Juliana Schalch), o que justifica a sua paciência com os chiliques da  esposa. Tony é um empresário de sucesso e é dedicadíssimo ao trabalho.  Ele se dá bem com Ventura, mas não compartilha das ideologias do sogro.
No palácio
Saldanha (Cacá Amaral) -  O chefe de Gabinete de Paulo (Domingos Montagner) é também seu grande  amigo e confidente. Sal, como é carinhosamente chamado por Ventura, é um  homem inteligente, sagaz e fiel.
Fernanda (Mariana Lima) -  É ela quem faz a comunicação entre a presidência e o Congresso. A  deputada é feminina e charmosa, mas mantém uma postura firme e decidida.  Fernanda esconde um segredo que a tira do eixo, a paixão por Paulo  Ventura (Domingos Montagner).
Werneck (Valter Santos) -  O Coronel do exército é o chefe de Inteligência da presidência. Fala  pouco e só revela o que pensa para Paulo (Domingos Montagner). É um  sujeito fiel ao presidente.
Oscar (Francisco Gaspar) -  O seu cargo é garçom do palácio, mas Oscar é mais do que isso. Além de  servir ao gabinete, ele trabalha na ala presidencial. Paulo (Domingos  Montagner) conversa muito com Oscar e, por isso, Antonia (Maria Fernanda  Cândido) tenta, sem muito sucesso, arrancar alguma confidência do  garçom.
Claudia (Ramona Zanon) -  Eficiente secretária pessoal de Ventura (Domingos Montagner). É  discreta e talvez por isso finge que não percebe os ciúmes da  primeira-dama.
Laurinha Leão (Lolo Souza Pinto) -  É a governanta do palácio presidencial. Diante de Antonia (Maria  Fernanda Cândido) é séria, mas quando está sozinha com Paulo (Domingos  Montagner), se faz de mulher envolvente.
Otacílio Júnior (Jui Huang) -  Analista de sistemas, o rapaz é subsecretário de Inteligência. Não  existe nada no universo da informática que seja indecifrável ou  inatingível para ele.
Isabel Pessanha (Cecilia Homem de Mello) -  Secretária da presidência. É discreta e muito prestativa. Isabel  desperta a desconfiança de Saldanha (Cacá Amaral), mesmo sem nenhum  motivo aparente.
Barata (Paulo Ivo) - Jornalista e porta-voz da presidência.
Jonas (Waldeck) - Segurança da presidência.
Djalma (Zeca Carvalho) - Segurança da presidência.
Oposição
Senador (Luiz Carlos Miele) -  Ele é a cabeça pensante de todos os golpes que Paulo (Domingos  Montagner) sofre. É a grande inspiração e o grande modelo para Floriano  (José Wilker).
Floriano (José Wilker) -  Ministro da Justiça, já foi amigo de Paulo (Domingos Montagner), até a  sua máscara cair. É o grande vilão da história, um homem frio e  calculista.
Josivan (Chico Expedito) - Deputado que se envolve em uma armação que pretende derrubar Paulo Ventura (Domingos Montagner) do poder. 
Pachequinho (Fabio Espósito) e Bodelér Sampaio (Francisco Carvalho) - Deputados e cupinchas do Senador (Luiz Carlos Miele).
Outros personagens
Lucia Wolf (Cristina Nicollotti) -  Competente jornalista. É isenta quando fala sobre política. O seu  trabalho e a sua postura chamam a atenção de Paulo (Domingos Montagner).
Regina (Ida Celina) - Terapeuta de Antonia (Maria Fernanda Cândido).
Fátima (Marina Elali) - Intérprete de um chefe de estado. Paulo (Domingos Montagner) fica encantado com ela, que sede aos encantos do presidente.
Alessandra (Alinne Rosa) -  Casada com um senador, a baiana tem um relacionamento extraconjugal com  Paulo (Domingos Montagner) e quase o coloca em sérios apuros.
Mourão (Hugo Carvana) -  Um antigo presidente que fez um péssimo governo, mas aposta em Paulo  Ventura (Domingos Montagner) como uma saída para a recuperação do país.
Martín (Daniel Kuzniecka) - Argentino por quem Antonia (Maria Fernanda Cândido) se apaixona.
Professora Neide (Sandra Corveloni) - Professora que se envolve em um escândalo relacionado ao Ministério da Educação.
Thelma (Cristine Peron) - Médica responsável por cuidar de Paulo Ventura (Domingos Montagner) e com quem ele terá um breve envolvimento.
Emir (Chami Yunes) - Chefe de estado dos Emirados Árabes
Alaor (Ricardo Corte Real) - Candidato do governo à sucessão de Paulo Ventura (Domingos Montagner).
Helmult (Carlo Briani) - Ministro da Agricultura.
Alarico Ferrão (Geronimo Santana) - Senador baiano, marido de Alessandra (Alinne Rosa).
Guilherme (Leonardo Machado) - Professor e amigo de Antonia (Maria Fernanda Cândido).
Navarro (Edgardo Roman) - Presidente da Bolívia do Sul.