sábado, 1 de dezembro de 2012

Após passagem pela Record e SBT, Silvia Pfeifer volta à Globo

Silvia Pfeifer é confirmada em "Malhação"

Silvia Pfeifer, após uma rápida passagem pela Record, onde atuou em “Bela, a Feia” (2009), e pelo SBT (“Corações Feridos”, 2012), está de volta à dramaturgia global. A atriz, que não atua em uma novela do plim plim desde “Pé na Jaca” (2008), já tem um novo trabalho confirmado.

De acordo com o jornal O Globo, Silvia entrará em “Malhação”. Na novelinha teen, sua personagem fará par com Leonardo Franco. A entrada da atriz ainda não tem data prevista, mas será sua segunda participação na novela. Em 1995, Pfeifer viveu Paula Pratta em “Malhação”.

Macrossérie de “Gonzaga, de Pai pra Filho” pode ser adiada na Globo

Chambinho do Acordeon, que interpreta o Rei do Baião dos 27 aos 50 anos no filme

De 15 a 18 de janeiro está programada a veiculação da macrossérie derivada do filme  ”Gonzaga, de Pai pra Filho”, na Globo. Entretanto, o bom desempenho do longa nas telonas pode ir na contramão dos planos da emissora.

A situação está indecisa. De acordo com o jornalista Daniel Castro, o canal temendo o acontecimento optou por lançar seu plano comercial sem o projeto. Mesmo o bom desempenho do filme adiando a exibição dos quatro capítulos derivados dele na televisão, a emissora não irá desistir do projeto.

Além de “Gonzaga, de Pai pra Filho”, a Globo exibirá outras duas minisséries no período até abril, mês que abre sua programação anual. “Xingu”, que também terá quatro capítulos é derivada do filme homônimo que conta a história dos irmãos Villas-Boas, e está programada para ir entre 25 e 28 de dezembro.

Sessão de Terapia - Despedida do Elenco

(fdp) – 1×12/13: Mala Branca e Mala Preta/Afinal, a Final [Season Finale]


Ora crucificado, ora enjaulado. Definitivamente, ser juiz de futebol não é fácil.

Spoilers Abaixo:
A metáfora que abre o décimo segundo episódio de (fdp) traduz bem a grande pressão que sofrem os árbitros de futebol, sempre assombrados pelo temor de serem crucificados – seja pelos espectadores dos jogos, seja pelo chefe, seja pelos times, seja pela família. Por sua vez, a season finale iniciou-se trazendo à tona a importância da ética profissional, que impede o juiz de enjaular-se em interesses terceiros. Pressão e ética, temas recorrentes desde o início da série, voltaram muito bem dosados nestes dois últimos episódios, fechando de maneira deveras competente esta primeira temporada.

Na verdade, os dois episódios podem ser tratados como apenas um, vez que o segundo continua imediatamente de onde parou o primeiro. Se em “Mala Branca e Mala Preta” não vimos a já tradicional “partida da semana”, “Afinal, a Final” concentrou-se exclusivamente nisso. Talvez tudo pudesse ter sido apresentado em apenas um episódio, poupando os espectadores de alguns momentos claramente inseridos para completar “encher linguiça” – mas daqui a pouco falo disso. Antes, os pontos bons.

Finalmente apareceu o russo misterioso dos episódios anteriores – e veio trazendo presentinhos para todo mundo. Camponero, aparentemente, já está acostumado com a situação, aconselhando Juarez a encarar aquilo com muita naturalidade. Aí, é interessante perceber como é elástica a linha entre corrupção e integridade: se inicialmente Juarez via os presentinhos com inquietação, com pouco tempo já aceitava aquilo com certa naturalidade – não vi Juarez reclamando com ninguém quando Manu e Vinny chegaram na Argentina. Era visível a inquietação do protagonista durante a partida, corroído pela dúvida em ser um bom profissional ou em garantir o futuro do filho – ponto para Eucir de Souza, que claramente evoluiu muito desde o primeiro episódio (lembremos que a temporada demorou quatro anos para ser gravada).

Ponto também para o roteiro, que não hesitou em assentar Carvalhosa como o bandeirinha que cedeu às pressões de Zharkov, quando a resposta mais óbvia seria Lúcio (este tardava ao marcar os impedimentos – mas não falhava). O texto também foi muito competente ao colocar uma pulga atrás na orelha do espectador, que naturalmente questionou a integridade de Juarez. Como já levantei, a inquietação do protagonista foi muito bem retratada, tanto que, durante a partida, Juarez teve momentos de fraqueza (ao não punir um “carrinho” com o cartão que merecia para favorecer o Palermo) e de fortaleza (ao não utilizar o apito dourado que ganhara e ao berrar para que Lúcio “não fudesse tudo”, por exemplo).

Importante notar que atuação e texto só funcionaram tão bem por conta do grande esmero que a produção teve com a partida de futebol: ponto de críticas minhas em reviews anteriores, talvez pela primeira vez a peleja em si fora convincente. O estádio realmente parecia lotado para aquele jogo, a reação da torcida não estava plástica e inverossímil, os jogadores realmente pareciam jogar futebol. Até a cena aérea feita em computação gráfica teve dignidade. Criou-se, assim, um clima de tensão bem efetivo em relação ao resultado da partida e à dúvida se Juarez cederia ou não à pressão do dinheiro.

Confesso que, na hora, não consegui me decidir se queria que o Palermo ou se o Asunción ganhasse. Me surpreenderia muito se o time uruguaio tivesse levado a melhor e tal fato abriria inúmeras possibilidades para uma segunda temporada, vez que Juarez teria que recomeçar do zero, sem o apoio de Camponero. Entretanto, os escritores optaram pela decisão aparentemente mais fácil, com o Palermo ganhando a partida. Mas, para a minha felicidade, eles já pensaram alto para a próxima temporada: Juarez já tem indicação para a Copa do Mundo, estando um passo mais próximo de realizar seu sonho. Ainda, a relação com Manu sofreu um novo baque, que também ficou para um próximo ano. É bom ver que a produção não se acovardou em fazer um final fechadinho, apostando na qualidade de seu material e deixando pontas soltas para serem futuramente resolvidas.

Ainda tenho que elogiar o desfecho em si do jogo: quem diria que a final da Libertadores seria decidida por um gol do juiz! Pode isso, Arnaldo? Se lá no começo da temporada, Juarez fez um gol de pênalti em um sonho, dessa vez, para a perplexidade de todo mundo, foi tudo muito real, mesmo que involuntário. O Palermo ganhou com a ajuda de Juarez, sem Juarez ter se entregado completamente ao “lado negro da força”. Foi “sem-querer-querendo”, mas foi (quero ver ele conseguir explicar isso para Manu).

Contudo, como nem tudo são flores, tenho algumas ressalvas. Dona Rosali e Guzman apareceram muito pouco nesses derradeiros episódios e passaram longe de seu potencial. Sem muito destaque, sem muitas piadas e sem muita graça, parece que estavam ali como forma de auto-homenagem à série, que não queria esquecer-se de seus coadjuvantes. Do mesmo modo, Vitória e Serjão também estavam lá apenas para cumprir tabela – até Rui apareceu. E o que dizer do súbito romance entre Gilda e Paiva, os comentaristas mais insossos do mundo; e de Neri Nelson, seus brinquedinhos e a prostituta? Em um último episódio, só um motivo justifica tanto destaque à histórias tão desimportantes: tempo sobrando. No fim das contas, ficou a impressão de que 30 minutos apenas para a partida de futebol era muito – tiveram que colocar cenas de personagens com quem ninguém se importa para completar.

E o grande problema disso é a quebra de ritmo que pôde-se perceber, principalmente na finale. Se o objetivo era alimentar uma tensão sobre aquela partida decisiva, tudo ia por água abaixo quando aparecia Neri Nelson, Gilda e Paiva, que supostamente estariam ali como um alívio cômico – mas o tiro saiu pela culatra. Também na tentativa de alimentar a tensão do espectador, a direção de arte do episódio optou por uma trilha sonora sufocante, que não parava por um momento sequer, chegando a anular o som ambiente da partida de futebol. No final, ficou a impressão de que “tentaram demais” e a trilha sonora ficou meio over – em alguns momentos eu só conseguia prestar atenção na música de ação, de tão alta que estava, ao invés das faltas que os jogadores cometiam. Assim, em minha opinião, teria apreciado melhor os acontecimentos dos dois últimos episódios se condensados em apenas um, sem muita enrolação e com os habituais oito a nove minutos de partida de futebol. Não obstante, entendo que foi uma escolha de roteiro e provavelmente de contrato, que previa os treze episódios.

Obviamente, tais falhas não tiram o mérito dos episódios, que foram muito eficientes em construir uma grande expectativa naquele que os assistiam. E, como já disse, o final apresentado foi bastante satisfatório – e surpreendente em alguns aspectos. Ainda, tudo o que fez (fdp) cair no meu gosto estava lá: as piadas infames (principalmente no penúltimo capítulo), os palavrões, a ironia, o humor inteligente e o texto bem escrito.

No fim das contas, não poderia deixar de parabenizar a iniciativa da HBO Brasil em acreditar no projeto da Prodigo Films, que teve que lidar com mudanças nas leis de incentivo à cultura e com muitas adversidades para produzir a série. Mesmo assim, perseveraram e produziram um conteúdo de alto nível, que não deve nada a nenhuma produção estrangeira. Claro, aqui e ali cometiam alguns tropeços, principalmente nos episódios iniciais, mas tudo foi se acertando. Com esta finale, acredito mais do que nunca em uma segunda temporada, ainda mais considerando a nova lei de quotas de exibição de conteúdo nacional na tevê paga brasileira. É bom notar que a emissora ainda não se pronunciou sobre o assunto, mas olhando para as outras produções nacionais do canal, acredito que uma segunda temporada deve vir, mesmo que seja apenas daqui a dois anos. De qualquer forma, vale muito a pena esperar por (fdp), a série que começou pequena e despretensiosa em meio à enxurrada de séries americanas, mas que, provando sua qualidade, fincou cadeira cativa na minha watchlist – e, certamente, na de muitos sériemaníacos. Por ora, fim de jogo.

Observações:
- Juarez definitivamente provou sua hombridade ao dispensar a “assessora” do Palermo que foi enviada ao seu quarto. Vou te dizer, não é todo dia que você dispensa um avião daqueles…
- Parece que Vinny não herdou os valores de seus pais: para o garoto, não custava nada dar “um penaltizinho” pro Palermo, afinal, “imagina a festa que vai ter depois”!
- Carvalhosa inventou que o número 5 do Asunción o havia xingado. Mas era justamente o jogador que tinha feito cirurgia na garganta. Como ele não sabia disto? Ô Carvalhosa, vamos fazer o serviço direito, rapaz! Tsc, tsc, tsc…
- Pela primeira vez, quem terminou o episódio com o habitual “filho da puta” foi Juarez, em um desabafo que pode ter vários destinatários: Zarkhov, Camponero, Carvalhosa e até Pembo, o jogador do Palermo que chutou a bola que viria a se chocar contra o juiz, antes do gol.

Sessão de Terapia – 9ª Semana: Quinta Feira

O silêncio falou mais alto.

Spoilers abaixo:

Quinta-Feira
O final de Ana e João não foi o esperado, nada convencional, mas mais uma vez provou a beleza e inteligência dessa série. Como sempre, eles chegaram muito calmos no consultório, decididos pela separação. Theo como um bom terapeuta, perguntou o que eles estavam fazendo ali, afinal, se a decisão realmente tivesse sido tomada, não havia motivo para os dois estarem mais uma vez naquele consultório. Os dois aparentavam estar cansados e assumiram que continuaram a brigar, seja pela casa ou pela guarda do filho, mostrando que ainda há um interesse das duas partes, os dois ainda se importam. Porque desde o começo, Ana e João se comunicavam por brigas.

Theo esteve perfeito durante o episódio, seja como espectador ou mediador, ele soube o momento exato de interferir. Quando ele pediu para que Ana e João se imaginassem depois da separação, os dois montaram suas expectativas a partir do que queriam mudar no outro. João disse que queria ter uma esposa que o apoiasse, e Ana só queria ter alguém que cuidasse dela. Portanto, se os dois mudassem, eles seriam exatamente o que o outro queria.

Vimos que há muitas mágoas nessa relação, João acredita que Ana o transformou num fracassado e Ana sente que não merece o amor do marido. Theo pediu para que os dois se enxergassem de maneira diferente, ressaltou que para João era muito importante perdoar Ana e ela também tinha que se perdoar. Assim os dois cresceriam, teriam identidade individual e se fortaleceriam; tudo isso, dentro do casamento. Depois da análise de Theo, dois momentos que provam o amor do casal, aconteceram logo depois: Ana disse que acreditava no potencial de João e ele passou a mão carinhosamente no rosto dela. A maquiagem escorrida depois do choro de Ana, é um símbolo de que os dois estavam de cara limpa naquela conversa.

Quando Theo levantou-se e os deixou a sós, não houve palavras ríspidas, tapas, briga. Só duas pessoas que precisavam se reencontrar, frente a frente. O casal acostumado a falar, calou-se. Apenas ficaram os olhares. Ah, como tinha sentimentos naqueles olhares; foi possível enxergar dor, mágoa, culpa, medo, arrependimento, raiva e amor. Depois do momento em que um finalmente enxergou o outro, os olhares se desencontraram. Os dois olharam para frente, evitando o contato visual novamente e nós não tivemos uma resposta concreta sobre o futuro do casal. Para alguns, aquele desencontro final significou que eles entenderam que não vai dar certo; para outros, aquele era um recomeço sem repetições e neuroses.

O texto desse episódio estava primoroso, nos mostrando muito bem as dores e amores do casal, até conseguimos entende-los melhor. Apesar de não ter sido a trama que mais superou as expectativas, valeu muito a pena conhecer mais desses personagens tão complexos, interpretados brilhantemente por André Frateschi e Mariana Lima. É muito bom ver como a trama evoluiu, como eles identificaram os problemas no casamento e se descobriram. Por fim, não sabemos qual será o futuro do casal, apenas sentimos que eles foram absolutamente humanos durante toda temporada, humanos no melhor e pior sentido da palavra. Espero que ele limpe a mancha de sorvete nela e que ela o ajude a conseguir uma carreira de sucesso.

Sessão de Terapia – 9ª Semana: Quarta-Feira

A esperança renasceu no olhar de Nina.

Spoilers abaixo:
Quarta-Feira Sensacional, fantástico, belíssimo. Não faltam elogios para o final de Nina, como eu disse na minha review anterior, mesmo que essa semana tivesse começado fraca, eu sabia que o episódio de Nina não iria decepcionar. É até difícil colocar em palavras tudo o que esse episódio significou pra quem acompanhou a jornada da paciente.

Todos os episódios de Nina foram especiais de alguma forma, a trama dela evoluiu muito e nos comoveu. Verdade seja dita, a interpretação de Bianca Müller colaborou muito para isso, é incrível a capacidade dessa jovem atriz de transmitir cada sentimento pelo olhar. Com o passar das semanas, nós fomos descobrindo quem Nina era e vimos a garota desconfiada crescer na nossa frente, se tornar segura e confiante a ponto de se sair muito bem nas eliminatórias (mostrando força psicologicamente).

Ao contrário de muitas teorias, Nina não foi estuprada, mas a dor do abandono e de suas culpas, fez com que ela pensasse que a morte era a saída.  A Nina solitária foi acolhida por nós a cada semana, sentíamos vontade de secar cada lágrima que escorria naquele rosto, de ajudar aquela menina carente. Até a achamos chata em determinados momentos e sempre ríamos quando ela dizia “Saaaco”.

 Todos esperávamos pela aparição do pai da garota, e saber que ele apareceria nesse último episódio de Nina, significou muito para mim. O ator e músico Paulo Miklos, não foi sensacional, mas convenceu interpretando Michel.  Nina até tentou não se colocar contra o pai, mas foi inevitável para ela assumir que o pai não esteve presente quando ela mais precisou.

 A surpresa veio quando ele provou amar a filha, fazendo uma lista de situações em que a ajudou, e ficou claro que mesmo que Michel a amasse, ele não evitou o afastamento entre os dois. Nina só queria ter uma relação de pai e filha normal, como Théo tem com Malu, se sentir a vontade pra contar o que ela realmente passou e não ter nunca mais que contar os dias longe do pai.

Théo sempre teve uma relação diferente com a Nina, por mais que ela fosse agressiva, ele sabia que tinha que se transformar num amigo para ela e teve paciência para esperar isso. Nessa sessão ele foi recompensado. Impossível não se emocionar durante a incrível cena em que Nina finalmente se impôs e jogou as mais sinceras verdades sobre o pai; assumindo que quis se matar e que Théo a conhecia mais do que ele.

Naquele momento, toda a cumplicidade e importância da terapia fez sentido, foi justificada e reconhecida pela própria paciente. Théo a tranquilizou novamente e fez ela perceber que primeira vez na vida, ela tem poder pra decidir quando seu pai vai entrar ou sair da sua vida. O terapeuta mostrou a ela que talvez daqui pra frente, tudo seja diferente, e foi aí que vimos brotar um sorriso nos lábios de Nina e uma esperança em seu olhar.

O mesmo olhar que por vezes foi distante, que já demonstrou indiferença, gritou por ajuda, traduziu a dor contida em um coração; agora tinha a presença de vida, alegria e alívio. Os meus olhos que se encheram de lágrimas ao ver o tocante abraço entre terapeuta e paciente, em que a emoção foi tão profunda, que nós percebemos que era também a despedida de Bianca e Zécarlos.  A última palavra de Nina foi “brigada”, o que Théo mais queria ouvir e o que eu repeti depois desse episódio.  Percebi que nós tentamos segurar Nina, assim como um balão, com medo de que ela se soltasse e não voltasse mais.

Tentamos, tentamos, mas tivemos que nos acostumar com a ideia de ela iria partir da nossa TV. Nina foi embora unida ao pai, de moto, com uma sensação de liberdade indescritível. A última coisa que vimos foi seus belos olhos verdes, cheios de vida, expectativa e sede de mudança; e ficamos com a sensação de que valeu a pena acompanha-la toda semana.

Ao fim do episódio, eu não era mais a mesma, o sorriso estampado em meu rosto e as lágrimas em meu olhar, eram de felicidade, porque Sessão de Terapia havia cumprido seu papel e causado variados sentimentos em mim, tornando inesquecível a despedida de Nina.

Sessão de Terapia – 9ª Semana: Terça-Feira


Sessão de Terapia comprova: Nunca vá para a luz!

Spoilers  Abaixo:


Terça- Feira
Parece que nessa última semana, o foco está mesmo em Théo. Se nas outras semanas os pacientes estavam em primeiro plano, nessa, o terapeuta está tendo toda atenção. Assim como na segunda-feira, o episódio transmitiu toda aflição do terapeuta que está decidido a sair de casa, e pelo que vimos hoje, quer ficar com Júlia. Só que até agora, Júlia não respondeu as ligações dele, o que pra mim soa como um desinteresse, já que na semana passada, Théo disse que não queria cometer o mesmo erro do pai. Acredito que agora que Théo vai querer ficar com Júlia, ela vai decidir terminar com tudo.

A presença da filha, Malu, e sua cumplicidade com Théo, faz dela a pessoa responsável por trazer o pai de volta à realidade. Não foi a toa que ela o acordou do sonho com Júlia, porque é justamente esse o papel de Malu, alertá-lo para que ele não termine o seu casamento por um sonho de paixão proibida. Diante de tudo que já vimos de Júlia, é muito difícil pensar que o amor dela por Théo é verdadeiro, continuo pensando que ela só quer satisfazer o seu ego. As interpretações de Maria Fernanda Cândido e Zécarlos Machado podem ter contribuído para isso, porque em nenhum momento, torci para que o casal ficasse junto ou achei que esse sentimento era verdadeiro.

Malu nos contou em como tudo está difícil em sua casa, em como ela se sente mal ali por ver sua mãe chorando pelos cantos, seu pai querendo sair de casa e seus irmãos tentando fugir da separação dos pais. Achei mal feita a maneira como inseriram o assunto Júlia na conversa entre pai e filha. Aquela historinha de Malu sobre se concentrar e conseguir fazer alguém acordar do sonho e ela descobrindo tão facilmente que o pai estava num hotel e com Júlia, não me pareceu nada natural. Se o objetivo era fazer a filha confrontar o pai sobre a mulher que está causando todo esse caos, podiam ter feito de  outra maneira.

Malu sabe que é por causa de Júlia, que o problema no casamento de seus pais, não se resolve. Essa mulher que ela descreveu como “linda e inteligentíssima” está fazendo com que seu pai, acostumado a resolver os problemas de todo mundo, não consiga resolver os  próprios problemas. O desabafo sobre não estar bem, seguido de um abraço e do aviso de que as coisas não serão as mesmas se ele sair de casa, nos mostram que Malu está ciente de tudo, mas aceitando pouca coisa.

No sonho de Théo, os opostos estavam presentes. A diferença entre desejo e moral, claro e escuro, pra frente e pra trás. Quando caminhava em direção à Júlia, ao mesmo tempo caminhava pra trás. É como se o Théo moral regredisse e o outro, estivesse satisfazendo seu desejo. Júlia está num quarto claro que traz toda atenção pra ela, vale lembrar que a luz geralmente significa o fim de uma jornada. Quanto mais próximo Théo estava do que achava certo, mais na escuridão ele ia se afundando. Durante o beijo e a entrega total, já é possível perceber que Théo foi engolido pela escuridão do seu ato inconsequente. O sonho representou a certeza de que se Théo se entregar à esse sentimento, ele terá um alto preço a pagar e se perderá em suas convicções.

Foi um episódio pra mostrar o dilema de Théo e fechar alguns pontos de sua relação com a filha, ela já deu a ele e a nós, uma noção do que acontecerá se o pai sair de casa. Mas ainda foi um episódio fraco se pensarmos que essa é a última semana da série. Amanhã teremos Nina e eu tenho fé que na review de quarta-feira, não terá espaço para decepção.
P.S: Pensei que teríamos algo relacionado ao Breno.

Sessão de Terapia – 9ª Semana: Segunda-Feira


Liguei pra Sessão de Terapia, mas caiu na caixa postal. Esse 1º episódio da última semana, não atendeu as minhas expectativas…

Spoilers Abaixo:

Segunda
Um balde de água fria. A série gera altas expectativas e nos surpreende sempre. Pena que nem sempre, a surpresa é agradável. Todos estávamos esperando por um episódio sensacional, o último embate entre Júlia e Théo, mas ao invés disso, acabamos nos decepcionando e tendo que assistir um episódio formado de 90% de cenas compiladas.  O episódio funcionou como uma retrospectiva para entendermos a crise de Théo, e essas cenas dos episódios anteriores (com ótima edição) também podem ser consideradas pensamentos do terapeuta enquanto ele arrumava as malas.

Théo que sempre recebeu seus pacientes, dessa vez apareceu sentado, ligando atordoado para uma mulher que já foi sua paciente, querendo falar com ela. Esse ato, só nos faz pensar em duas hipóteses: ele quer ficar com Júlia ou quer acabar tudo de uma vez. Esperava que ao menos, ela aparecesse no fim do episódio, mas o máximo que ouvimos de Júlia hoje, foi “Oi, você ligou para Júlia. Por favor, deixe o seu recado após o bip”.  O objetivo foi mesmo de deixar os espectadores ansiosos para o que há de vir. E ainda estamos ansiosos, mas frustrados em começar a última semana assim.

 O episódio pode ter demonstrado perfeitamente o quanto Théo está preso em dúvidas e tormentos, mas não empolgou. No final, Théo não estava saindo de casa para ficar com Júlia, ele só quer dar um tempo de casa. A relação com Clarice está insustentável, sem respeito, mostrada quando ela o chamou de “merda”. O estranho foi ele falar que não é uma separação, o que nos faz pensar que ele não quer terminar tudo com Clarice, logo, não vai trai-la com Júlia. Mas ficamos sem saber a real intenção da ligação, já que Théo recusou a chamada por estar falando com Clarice.

Depois da morte de Breno, a trama não está mais separada, agora tudo está interligado. Por isso, acredito que não teremos episódios de cada paciente. Sessão de Terapia é imprevisível, foi uma pena começarmos a segunda com um episódio feito para trair nossas expectativas, mas tenho certeza que o resto da semana não vai decepcionar.
P.S: Não tá nada fácil pro Théo, já não basta todos os problemas e ainda tem que arrumar as malas. Coitado!

SESSÃO CENA INESQUECÍVEL: Presença de Anita

Laura e Edgar discutem e terminam com um beijo



Laura (Marjorie Estiano) leva a menina Melissa (Eliz David) às pressas para a casa de Edgar (Thiago Fragoso) e dá de cara com ninguém menos do que Catarina (Alessandra Negrini). Laura acomoda Melissa no sofá e percebe os cálices de vinho que o ex-marido estava saboreando junto com a cantora. 

Prestes a explodir de ódio, a professora se apressa em sair da casa. Mas é Catarina quem primeiro deixa o lugar. Edgar tenta se explicar à ex-mulher, mas ela não quer ouvir. Para a surpresa dela, Edgar confirma que nada mudou. Mas ele se refere ao que sente pela ex. Num impulso, Edgar tasca um beijão em Laura. 

No ar em: 5/12/12

Sucesso prolongado de “Avenida Brasil” contribui para repercussão negativa de “Salve Jorge”

Totia Meirelles e Nanda Costa em cena de “Salve Jorge” (Foto: TV Globo)

Não sei se Glória Perez já usou o argumento de que existe uma campanha negativa da mídia contra Salve Jorge. Todo dia me deparo com alguma notícia espinafrando a novela ou, ao menos, chamando a atenção para a sua repercussão negativa, a baixa audiência, o número volumoso de atores no elenco, as repetições de temas, etc. Não vou me estender nos exemplos senão vai parecer que eu mesmo estou desqualificando a obra. O fato é que as audiências de todas as novelas no ar estão abaixo do esperado (com exceção de Carrossel, do SBT, que tem seu público cativo).

Continuo achando que Carminha é a grande vilã nessa má vontade toda do público com a trama de Glória. Avenida Brasil abriu um precedente: o público está cansado de mais do mesmo. É claro que Avenida também tinha mais do mesmo, como deve ter todo folhetim (a base da telenovela). Mas houve ali uma quebra de paradigma – pelo menos no formato (estética cinematográfica, linguagem de seriado com ganchos surpreendentes, elenco enxuto, etc.)… Também não vou me estender em enaltecer Avenida para não resvalar a novela da Glória na comparação com a trama de João Emanuel Carneiro.

O período de luto de Avenida Brasil se estende na medida em que a novela continua colhendo louros de seu sucesso. Na noite de terça-feira (27/11), Avenida foi a principal vencedora do Prêmio Extra de Televisão. Ganhou seis das nove categorias em que concorreu: Novela, Atriz (Adriana Esteves), Ator Coadjuvante (José de Abreu), Atriz Coadjuvante (Ísis Valverde), Revelação (Cacau Protásio) e Revelação Infantil (Mel Maia) – Marcelo Serrado, de Fina Estampa, levou o prêmio de Melhor Ator.

Os internautas comemoram na Internet. Assim como comemoram os capítulos de Avenida Brasil transmitidos atualmente pelo canal SIC, em Portugal, que podem ser vistos aqui pela Internet. E justamente na hora que está passando Salve Jorge. Que azar, hein!

“Roque Santeiro” – “Selva de Pedra” – “Vale Tudo” – “O Salvador da Pátria”

Assim como Avenida Brasil, outras duas novelas, do passado também causaram frisson e viraram coqueluche: Roque Santeiro (1985-1986) e Vale Tudo (1988-1989). A novela que teve a difícil tarefa de substituir Roque Santeiro foi o remake de Selva de Pedra (com Fernanda Torres, Tony Ramos e Christiane Torloni como protagonistas). Apesar do sucesso da novela original em 1972 (aquela dos 100% de audiência), o remake não agradou a maioria. A trama custou para pegar – se é que de fato “pegou” – e foi muito criticada na época. A história se repete mais ou menos assim agora, em 2012…

Em contrapartida, o caso de Vale Tudo foi diferente. Depois do enorme sucesso da novela, de todos saberem que foi Leila quem matou Odete Roitman, a trama substituta – O Salvador da Pátria – não fez feio. Aqui cabem algumas comparações. Selva de Pedra tinha a estrutura do mais clássico dos folhetins. Era uma história relativamente nova e conhecida em 1986 – havia sido reprisada em 1975, onze anos antes. Ou seja, foi escolhido um melodrama sem novidade para substituir um fenômeno de repercussão. Selva de Pedra, naquele momento, revelou-se uma escolha equivocada para entrar no lugar de Roque Santeiro.

Diferentemente, a trama que substituiu o fenômeno Vale TudoO Salvador da Pátria – trazia o mais apurado texto de Lauro César Muniz, na história do boia-fria matuto (Sassá Mutema de Lima Duarte) que serviu de bode expiatório para as falcatruas dos poderosos de uma cidadezinha. Apesar de ser uma releitura de um antigo conto de Lauro César (O Crime do Zé Bigorna, exibido nos anos 1970 como Caso Especial), O Salvador da Pátria apresentou uma história e tanto que cativou o público de cara, logo nos primeiros meses. Não por acaso, a novela registrou altos índices de audiência na época (apesar dos problemas que teve da metade para o final).

Roque Santeiro-Selva de Pedra e Vale Tudo-O Salvador da Pátria são exemplos para se refletir no atual caso Avenida Brasil-Salve Jorge. Acredito que o público deixa o luto pela novela anterior mais cedo quando o casamento seguinte traz novidade. E convenhamos que Salve Jorge carece de novidade. A única está no núcleo do tráfico de mulheres.

Como se não bastasse Salve Jorge ser uma novela tradicional demais para ocupar a vaga de Avenida Brasil, o sucesso prolongado da trama de João Emanuel Carneiro ecoa e intensifica a sensação do quanto as duas novelas são diferentes. Para melhor e para pior.

Fonte: Nilson Xavier / UOL

(fdp) – 1×11: Homem não trai homem


O amor está no ar… Até uma bandeirinha gostosa aparecer.

Spoilers Abaixo:
Com umas duas semanas de atraso, chegou o episódio de (fdp) em que as coisas efetivamente acontecem. Embora sem muitas tiradas de Carvalhosa (que apareceu pouco) e sem muitas piadas de baixo calão, este capítulo trouxe um enredo satisfatório, ao aprofundar as relações entre os personagens e ao explorar o senso de camaradagem e de corporativismo intrínseco a todo marmanjo. Salvar alguém de um aperreio com a patroa é motivo para gratidão eterna. E foi exatamente isso que Juarez fez.

Mas antes, analisemos o outro grande acontecimento do episódio: o casamento de Guzman e dona Rosali, celebrado pela participação especial da semana (como Carvalhosa fez questão de frisar, ao dizer que conhecia o padre “de algum lugar”), o ex-jogador Rivelino. Da ocasião, destaca-se a revelação de que Vitória já tinha trocado novamente seu par, dessa vez para Camponero (a moça evoluiu bem rápido, não? De árbitro falido a jogador de futebol a presidente da confederação – tudo em três episódios!). Claro, vale menção a apalpada que seu Guzman, o exemplo de canastrão, deu na retaguarda de dona Rosali bem em frente ao padre – por que perder a oportunidade?

Ademais, frisaram bastante que o casal Juarez e Manu já estava em uma segunda lua-de-mel (Rui, que Rui?), claramente para forçar a cena final do episódio. Bastou um cineminha para que os dois já estivessem prontos para tirar as roupas – isso se Carvalhosa não os tivesse interrompido.

Interrupção esta para lembrar ao juiz da festa de aniversário de Camponero. Recapitulando: Juarez pediu para que Vitória pedisse “com carinho” para que Camponero lhe desse uma segunda chance, pelos “velhos tempos”. Feito isto, árbitro e presidente da confederação se encontram na casa deste e, claro, nada feito. Só que, muito oportunamente, a esposa de Camponero convidou Juarez para o aniversário do marido, no dia seguinte. Juarez, que sabia que Vitória iria estar lá no mesmo horário da festa, ligou os pontos (acho que todos os espectadores também, pois originalidade passou foi longe) e preparou seu plano para dar a volta por cima: salvar as fuças de Camponero ao não desgrudar de Vitória durante a festa. Embora tal recurso já tenha sido exaustivamente utilizado em inúmeras outras produções, as cenas da festa até que foram boas, com direito a Neri Nelson sendo insuportável como sempre e Juarez se aproveitando da situação para apalpar Vitória a torto e a direito (e tirar inúmeras fotos que estampariam todos os jornais).

No fim das contas, deu certo: Camponero reconheceu o importante serviço que Juarez prestou (como diz a verdade universal do título, “homem não trai homem”) e, por conta disso, ele já virou “bro” – com direito a apitar final da Libertadores e tudo. Era o mínimo que o chefe podia fazer, afinal o casamento era em comunhão de bens e, como ele bem disse, “se ela descobre um negócio desses, eu viro classe média!”. Claro que, no meio do caminho, Juarez teve que aguentar o tapa na cara dado por Manu (após ver as fotos no jornal). Mas isso é o de menos, isso se resolve. O que importa é que Juarez está de volta, e em grande estilo.

Observações:
- Que casamento mais desanimando, hein? Com uma trilha sonora composta por tangos depressivos e músicas de quando minha vó bebia toddyinho, não podia ser diferente. Menção “honrosa” para Serjão cantando “Com que Roupa eu Vou” (/not).
- O japonês chefe de Manu fugiu para seu país com o dinheiro da moça e, como sabemos, Juarez não tem dinheiro. Juntando com o tapa do fim do episódio, quantos segundos para ela voltar com Rui?

Sessão de Terapia – 8ª semana


Quando tudo está desmoronando.

Spoilers Abaixo:
Com o choque da semana passada, todos estávamos curiosos sobre o que podia acontecer essa semana.  Como seria para Théo encarar a morte inesperada de um paciente e se essa fatalidade atingiria as outras sessões. Conforme o esperado, a semana não decepcionou e abordou a morte de Breno de maneira completa. Não conseguiram dizer adeus ao personagem que tanto fez e que indiretamente, ajudou a desmoronar certezas nessa semana.

Segunda- Júlia
Quando Théo ouviu aquela mensagem que o avisou sobre a morte de Breno, pensei imediatamente no fato dele não ter impedido a volta de Breno ao trabalho, não ter dado uma opinião. Opinião. Desde a primeira sessão de Breno, vimos que ele nunca se importou com a opinião de Théo, quando ele finalmente a pediu, Théo resolveu racionalmente ignorar uma sugestão baseada em um pressentimento.

O velho triângulo Théo-Júlia-Breno é relembrado nesse episódio, em que Júlia nos mostrou mais uma vez que é especialista em não se apaixonar por caras que ela considera como “legais”, como Breno. Mas a função dela foi além, Júlia ajudou a desmistificar Théo, a lembrá-lo que ele era só o terapeuta e nada podia fazer além daquele consultório. Essa imagem de Théo como alguém perfeito, vem sendo quebrada há um bom tempo na série. Acredito que não foi em vão que escolheram na versão brasileira, o nome Théo para o terapeuta. Théo significa deus, mas como Breno bem falou, esse deus está em ruínas.

A faceta egocêntrica de Júlia apareceu mais uma vez, com ela dizendo que se sentiu, de certa maneira, aliviada em saber que Breno tinha morrido e não que Théo estava rompendo tudo com ela. A ligação dos dois ainda parece forte, ele temeu a reação dela sobre a morte do Breno, mostrou fotos da família, ela fez questão de contar que André está namorando (parecendo querer restabelecer a terapia) e os dois dividiram a certeza de que estão sozinhos.

Júlia também foi a porta-voz de como Théo afetou a vida de Breno. Como passou a vida inteira sem ninguém que o ouvisse e entendesse, Breno encontrou em Théo, uma fonte de inspiração. Ele sonhava em velejar e conquistar os mares a partir da coleção de barcos que via no consultório de Théo, queria submergir nas águas do sentimento, mas acabou por ganhar, muito cedo, os céus. A história da outra terapeuta mostrou que mesmo que Théo esteja consciente de que não tem culpa direta no que houve, ele pensou em como a sua profissão não tem poder sobre o mundo. Ali dentro, ele cuida de uma pessoa, mas fora, há um mundo de imprevisibilidades. Théo enxergou a sua impotência e não gostou.

Agora a atitude que eu mais esperava do Théo, veio no final do episódio, quando ele afirmou para Júlia que não quer cometer o mesmo erro que seu pai, que deixou a casa para ficar com uma paciente. A recusa de uma carona para o cemitério, só provou isso. Espero que ela agora entenda que não vai conseguir nada com Théo porque a questão é acima dos dois, é muito mais uma tentativa de Théo de não se assemelhar ao homem que tanto o machucou. Mas óbvio que isso não é uma certeza, já que parece que ele só avisou Júlia sobre o ocorrido.
P.S: Óbvio que a tremida na câmera foi algo intencional e feita só para nos deixar intrigados. Não pareceu uma demonstração de que aquilo tudo era uma “ilusão”, foi apenas uma tremida de câmera, um detalhe, nada mais.

Terça- Pai de Breno
Fiquei me perguntando o que fariam na terça-feira, já que Breno morreu. A saída encontrada foi muito satisfatória e gerou o episódio mais tenso da semana. Não tínhamos mais o Breno, mas o entendemos mais, conhecendo seu pai.
O homem de aço citado em 
todas as sessões com Breno, finalmente apareceu. Gostei da atuação de Norival Rizzo, que teve uma ótima química com Zécarlos Machado, mesmo aparecendo pela primeira vez. Seu Antônio é um homem rígido, que matou o pai quando jovem (sufocou o pai para que ele não tossisse e os entregasse para ditadura), aprendeu que tinha que ser o melhor e ensinou as mesmas coisas ao filho. Só que o filho não era como ele. Dói só de pensar em como foi difícil para Breno construir uma pose de machão e ter que deixar de fazer as coisas que realmente gostava, como música, literatura e cinema.
 Seu Antônio foi ali para tentar descobrir se o que ouviu durante o enterro de Breno era verdade, queria saber que Théo confirmava se Breno era gay. Percebi o quanto a atuação de Norival estava boa, quando me peguei o achando detestável logo de cara, ainda mais em saber que ele só estava preocupado com a sexualidade do filho e não em saber se ele era feliz. Quantas pessoas tem a mesma opinião sobre a psicologia que Antônio tem, pensam que é só uma questão de bagunçar a vida dos pacientes e ganhar dinheiro. O episódio também se concentrou em questionar até que ponto a terapia é benéfica, como seu Antônio questionou, será que está certo recordar de coisas passadas, ir à origem do trauma e desvendar o subconsciente?

Breno estava no meio de uma ação e de repente, começou a atirar, causando o espanto de todos, que afirmaram que ele era o único responsável por sua morte. O pai de Breno culpa a terapia por isso, dizendo que Breno não aguentou todas as coisas que descobriu e preferiu morrer a assumir sua sexualidade. A incerteza sobre o que passou na mente de Breno naquele momento, é o que nos assusta e mexe com Théo, o terapeuta que sempre buscou respostas, se vê diante de uma morte sem explicação. Não sabe se foi um erro, ou um desejo de morrer de Breno, não sabe até que ponto a terapia influenciou na mente de um atirador que não pode pensar durante uma ação. Nunca ter sentido nada em vida, já evidencia que Breno estava morto em vida.

Quero destacar duas situações marcantes desse episódio: a alucinação de Théo e o tapinha que Théo deu no joelho de Antônio. A alucinação, mostrou como Théo enxergou a culpa do pai de Breno, chorando e se dizendo arrependido pelo que fez com Breno. Acredito que é dessa forma que seu Antônio se sente, mesmo que não transpareça isso. Ainda na alucinação, depois seu Antônio começou a passar mal e Théo o chamou de “pai”, entendi que Théo associou o seu Antônio com o pai dele, vale lembrar que Théo também tem uma relação caótica com o pai, ali enxergou em como seria perder o pai e pediu perdão, o que mostra a vontade de Théo em fazer as pazes com o pai. Depois, a maravilhosa cena do tapinha no joelho, no momento em que Antônio mais precisava de consolo, ele recebeu o mesmo gesto de indiferença que dava ao filho, a reação do tapa a seguir, mostrou o que faltou ao Breno, colocar pra fora que aquele gesto o incomodava. Théo foi preciso ao colocar o pai na pele do filho, só precisou de um simples gesto para mostrar o que Breno passava. Todos nos sentimentos vingados naquele momento.
P.S: Tem de tudo nessa gaveta do Théo né? Álbum de fotografias, cobertor, etc.
Frase do episódio: “Pra mim, você é igual puta.” Antônio dizendo que Théo só queria ganhar dinheiro e não se importava com seu filho.

Quarta- Nina
Nina quer livrar-se de suas culpas, medos, segredos. Seus cabelos, pela primeira vez mostrados soltos, simbolizam esse desejo de liberdade. O problema é como começar a mudar, tomar a iniciativa quando se vê tudo que você acredita, desmoronando ao seu redor. Nina não sabe o que fazer e para onde ir, e incrivelmente, acredito que agora será o momento dela se encontrar.

Nina estava diferente nesse episódio, sem agressividade com a mãe e Théo, tirando o momento em que ela levantou sua blusa para que ele visse as manchas em seu corpo, mas depois, ela própria reconheceu que exagerou. Ter alguém com quem dividir um segredo, fez bem para Nina. Desde o começo, ela “falava” por sinais com Théo, avisava pelo olhar que algo estava errado e o terapeuta, soube no momento certo, invadir o espaço dela.

A sensação de estar sempre errada e culpada, a levou causar um acidente, dói para Nina ver algo desabar. Lembram quando Théo comparou Nina com a Dorothy? Hoje quero compará-la com o Peter Pan com seu medo de crescer e ver que nada será como antes. Ela sabe que seu pai não vai voltar e não querer atende-lo só prova isso. Como podem ter machucado tanto essa garota? O pai destroçou os sonhos da menina de 7 anos que o considerava um herói e a mãe que não a protegeu de ver essa cena e nem leu seu diário.

Nem na ginástica, ela se sente mais sob controle, seu medo da trave e a alergia em seu corpo, mostram uma Nina assustada com tudo e que ainda vai ter que focar nas eliminatórias para as Olimpíadas. Théo tentou durante toda sessão, retirar essa culpa de cima da paciente, ajudá-la a entender que as coisas não são uma consequência só dos atos dela e nisso, o terapeuta tem sido perfeito.
Nós acabamos por entender os motivos da Nina, queremos secar suas lágri
mas, na tentativa de impedi-la de continuar carregando esse fardo. Eu espero que ela também queira deixar a criança assustada para trás.

P.S: Texto de Nina para a Nina menina:
“Nina menina, eu preciso da sua ajuda, tô muito triste. Eu sei que você deve tá brava comigo, eu no esqueci de você. Eu tava escondendo as coisas porque tinha medo da minha mãe achar e ler tudo. Eu ainda te amo e sei que você tem saudades de mim e eu também tenho. Agora é só a gente, só eu e você, e a gente vai ficar junto pra sempre.”
P.S. 2: Esse foi o único episódio da semana, em que Breno não foi citado.

Quinta- João
Finalmente, um episódio focado no João. Quem acompanhou minhas reviews anteriores, sabe o quanto eu queria conhecê-lo individualmente, sem a sombra do casamento com Ana. João voltou sem ser na terapia, com a desculpa de pedir remédios, quando sabemos muito bem, que ele só queria uma ajuda, desabafar com alguém.

Todos os pacientes de Théo se perderam de suas convicções, todos estão com aquela sensação “Pra onde eu vou depois de tudo isso?”.  João também tem uma relação conturbada com os pais, assim como os demais pacientes de Théo. Théo aproveitou isso para estabelecer uma comparação entre os pais e a relação com Ana, já que João disse que enxergava a  mãe em Ana, uma mulher engraçada que se interessava por intelectuais, um homem poderoso, que ele não é.

Não acho repetitivo essa questão de todos os problemas dos personagens serem causados pelo que eles passaram na infância, a terapia busca ir ao subconsciente e encontrar a origem do trauma. Todos nós somos afetados por algo que aconteceu em nossas casas, seja algo bom ou ruim. O que vem de casa, afeta nossas vidas. O menino depressivo que queria ser cowboy quando criança e ter uma família unida e feliz, cresceu como um ator fracassado, com o casamento arruinado e vendo que o filho terá que lidar com a separação. Théo incentivou João a viver novamente o sonho de infância, buscar o sucesso profissional e tentar resgatar o casamento com Ana. Lembrando-o de que há muito mais pela frente e dizendo indiretamente que ele tem que deixar essa depressão para trás.

O que dizer das cenas de queda de energia? Na minha primeira vez, João imaginou Théo dizendo que ele não tem mais jeito, nessa alucinação, Théo falou como o inconsciente de João, mostrando a nós, como ele está desejando a morte nesse momento tão complicado. Na segunda vez (dessa vez foi real), João perguntou o porquê de Théo querer tanto salvar o casamento dele, pensei que Théo ia falar de Clarice, mas ele preferiu apenas dizer que um paciente havia morrido, compartilhando dor com João. Breno não foi esquecido nesse episódio, seja na confissão final ou na alucinação em que Théo o enxergou em João no início do episódio, dá pra sentir que Théo não está conseguindo superar essa perda.
P.S: Só uma criança mesmo, pra sonhar em ser cowboy :) 

Sexta- Dora
Diante dos acontecimentos da semana, esperei muito pela sessão com Dora, mas lembrei de Clarice e temi que Théo não transferisse muita coisa. Portanto, fiquei satisfeita ao ver que Clarice decidiu não ir, tudo porque segundo Théo, eles estão sem se falar.

Théo disse que tem inveja dos escritores que podem controlar histórias e vidas, ele não se conforma em não poder ajudar os pacientes na vida, sente que seu papel é limitado a uma conversa num sala. Ele revelou o que todos já sabíamos, que ele não consegue dormir, tem pesadelos, vê Breno em todos pacientes, enfim, Théo se sentiu sem controle diante da vida. Não são apenas os pacientes que estão numa situação delicada, Théo também. Ele passou a questionar a profissão, se realmente vale a pena questionar e trazer a tona coisas guardadas no fundo de cada ser humano, seu direito de demonstrar ou não sentimento para o paciente e até onde ele tem responsabilidade pelas vidas que ficam de frente pra ele no consultório.

Abalado, ele colocou palavras na boca de Dora e fez questão de dizer que ela foi covarde quando não fugiu com o paciente que a amava para ficar com o marido que a traía. Desde o começo, Dora passou a impressão de ser uma profissional dura, que não se envolve, sempre contra Théo, funcionando como uma antagonista do nosso querido personagem principal. Nessa sessão, vimos que ela não é assim. Dora disse, emocionada, que Théo faz uma projeção errada dela, que ela é uma mulher emotiva, mas que a cada sessão tem que se impor diante das críticas de Théo. Finalmente, vimos Dora responder e desvendar a história do paciente que a amava, ela não fugiu com ele por medo, mas porque não o amava. Mesmo que improvável, ela ficou com o marido por amor e percebeu isso até a morte dele.

É como se Théo tomasse essa história de Dora como exemplo e desculpa para fazer o que ela não teria feito. Ele comparou seu caso com o dela e nos fez achar que ela fosse uma covarde e se ele fugisse com Júlia, seria uma atitude certa. Ao descobrirmos a verdadeira história, entendemos quando Dora disse que se Théo quisesse, podia fugir com Júlia, porque não ela não iria mais impedir. Dora está cansada, ela também desmoronou ao dizer que está farta dessas brigas com Théo, desse “se me bater, eu devolvo”. Ela realmente quer que eles tenham um relacionamento amigável, que haja vida e amor naquela sala. Sem palavras, Théo pareceu surpreso em perceber que nem a imagem que faz da Dora, é de fato, real. Naquele momento, ele percebeu que não estava certo. A agressividade foi deixada de lado, para a clareza e a sinceridade, finalmente aparecerem.

Sinopse do Lombardi é aprovada na Record

O autor Carlos Lombardi
O autor Carlos Lombardi

Todas as esferas da Record, entenda-se Rio e São Paulo, aprovaram a sinopse do Carlos Lombardi, que entrará na sequência de “Balacobaco”, faixa das 22 horas.

O nome de trabalho é “Volzens”, mas não se assustem com ele. É provisório mesmo, mais como uma homenagem ao saudoso Cassiano Gabus Mendes, que batizava assim as suas novelas. Na verdade era um truque ou uma gozação.

Como no fim sempre prevalecia a escolha do Boni, o Cassiano dava essa denominação a qualquer trabalho e, a partir daí, ninguém se atrevia a perguntar mais nada. Um craque que jogava em todas.

Mas ainda a propósito desta novela de estreia do Lombardi na Record, além de Betty Lago, Bianca Rinaldi e Carla Regina, já existe uma solicitação para Jussara Freire viver uma das principais personagens. Ela que agora virou o nome da vez.

Curiosamente, a Jussara também aparece em todas as especulações sobre a protagonista da nova versão de “Dona Xepa”.

Chamada de elenco - Lado a Lado

"Chiquititas" já começa a promover mudanças no SBT

Elenco da novela "Carrossel", do SBT
Elenco da novela "Carrossel", do SBT

Os cinco últimos capítulos de “Carrossel” irão receber modificações da equipe de roteiristas do SBT, liderada por Iris Abravanel.

Responsável pela adaptação, ela fez essa comunicação sobre as mudanças na última semana, porque existe a pretensão de fechar este trabalho em grande estilo. A novela, sempre é importante considerar, teve uma parcela no reerguimento da audiência da emissora como um todo.

Na mesma oportunidade, também se revelou a pretensão de rejuvenescer os protagonistas de “Chiquititas”, que vai substituir “Carrossel”. Serão alterações bem significativas em relação ao original, tanto no que se refere aos personagens quanto ao próprio texto.

A maior novidade, no entanto, diz respeito a uma modificação na estrutura operacional do SBT. Para que os trabalhos de “Chiquititas” possam ser acelerados, antes mesmo de “Carrossel” encerrar as suas gravações, o Estúdio 6 da Anhanguera, será colocado à disposição da teledramaturgia.

Isto implicará também em mudanças para o Ratinho e Christina Rocha, que atualmente apresentam os seus programas de lá.

Dona Xepa no maior Balacobaco

Cibele Rossi/Record/Divulgação
A atriz Angela Leal faz participação em “Balacobaco”

Cotada para a nova versão de “Dona Xepa”, Ângela Leal faz, antes, um pit stop em “Balacobaco”, como a personagem Heloísa, esposa de um professor de Eduardo (Victor Pecoraro) da época de faculdade.

Ela vai ajudar o protagonista em um momento difícil, quando ele busca soluções judiciais para o caso de pedofilia. Cenas que serão exibidas a partir de quinta-feira, dia 6.

Senhorinha

 
Fernanda Montenegro protagoniza "Doce Mãe", da Globo

A Globo programou para 27 de dezembro, a exibição do especial “Doce de Mãe”, com Fernanda Montenegro.

Gênero comédia, vai contar a história de Picucha, viúva de 85 anos, que precisará de uma decisão familiar para saber onde e com quem passará o resto da vida, isso porque, a sua fiel empregada, Zaida, Mirna Spritzer, resolve abandoná-la. Foi inteiramente gravado no Rio Grande do Sul

(fdp) – 1×10: Aqui se faz, aqui se paga


Enquanto os pombinhos planejam o casamento, Juarez (quase) entra numa fria. Quase.

Spoilers Abaixo:
Assim como Juarez se encontra afastado da arbitragem, esse episódio de (fdp) deu uma pausa nas partidas de futebol. Desta vez, o roteiro nos mostra que, mesmo fora dos campos, o estigma de “ladrão” de um juiz sempre o perseguirá, não importa o quão profissional e boa pinta ele seja. Vida dura essa, hein?
Dados os erros que cometera nos últimos episódios, Juarez está sendo xingado aos sete ventos (de certa forma, concretizando o temor que o delírio do início do capítulo mostra), especialmente no programa de seu desafeto Neri Nelson. E se tem uma coisa que torcedor fanático não esquece, é erro de juiz. Olha, tenho certeza que ser “sequestrado” por um grupo de torcedores fanáticos do Pauliceia por conta daquele pênalti duvidoso lá do primeiro episódio (lembram?) nunca tinha passado pela cabeça do árbitro. Mas vem cá, que sequestro foi aquele?

Recapitulemos: o carro de Juarez deu problema e ele, que precisava pegar o filho na psicóloga, resolveu tomar um táxi. Daí o taxista, torcedor do Pauliceia, reconhece aquela figura pública, lembra-se da final do campeonato que o time perdeu e resolve “pegar um atalho”, sem deixar de comentar para o passageiro que odeia motoboys. Chega numa comunidade obscura e chama os “manos” – todos com cara de gente boa (de prestar) – para mostrar o fdp que estava transportando. Nessa hora, eu, como espectador, já estava muito empolgado, achando que Juarez ia ser sequestrado e ia levar uma senhora duma surra.

Mas, para a minha tristeza, como disse um dos mentecaptos que lá estava, “o único ladrão daqui é o juiz, nós somo trabalhador”. Pois é: levaram Juarez para um barraco, ameaçaram, perguntaram por que deixou o Pauliceia perder para um time “de merda”, ficaram com raiva e asco do protagonista, mas, na hora H, deixaram o homem sair pela porta da frente! OI? Só bastou Juarez fazer um discursinho de que juiz ganha pouco e a vida é dura (além de ameaçar caguetar o taxista que tinha falado mal da profissão do amigão motoboy) que eles murcharam. Mas sério? Sério que o momento para que todo o episódio foi construído não ocorreu? Sério que Juarez saiu tranquilamente andando pela rua e ninguém foi atrás dele? Sério que ele não levou nem um soco na cara? Sério que o episódio terminou com esse mega anticlímax? Fora o realismo, que passou foi longe.

Depois que o episódio terminou, fiquei bem desapontado com essa escolha desastrada do roteiro, mas tenho que reconhecer os méritos dos demais momentos. Guzman e Rosali resolveram dar uma de cupido e chamaram Manu e Juarez para serem padrinhos do casamento. As cenas sobre o assunto, como sempre, foram muito boas, com uma Manu surpreendentemente cooperativa. Aliás, como essa mulher consegue mudar de “suportável” para “mega-azia” em tão poucos segundos! Foi assim, azeda como limão-taiti, que ela dispensou Rui – chegando o momento que eu esperava desde o primeiro episódio. Vá, e não volte mais, seu mala (e da próxima vez, pense um pouco antes de levantar a mão para um garoto cuja mãe está a dois centímetros de distância!). Até por que o ex-quase-futuro-casal já está todo de gracejos um para cima do outro, com piadinhas e flertes a balde. Daí para voltarem é só um passo.

É minha obrigação, ainda, elogiar Carvalhosa, que teve um texto especialmente inspirado nesta semana. Todas as palavras (de baixo calão, claro) que saíram de sua boca foram engraçadas (destaquei algumas ao fim do texto). Além trazer o humor que o episódio precisava, tais expressões foram exaradas com imensa naturalidade pelo ator Paulo Tiefenthaler, convencendo o espectador da índole canastra do personagem sem dificuldade alguma. Tudo é coerente com a figura construída, como atender ligação do celular de Vinny dizendo “fala Vinny boiolinha!”; ou apelidar o companheiro de quarto de “Juju”; ou fazer aquele teatrinho do juiz e do cartão vermelho com a “acompanhante” da semana. É o típico amigo fdp, sem tirar nem por. Palmas lentas.

No sentido contrário, ainda não sei a que veio a história da psicóloga de Vinny, a não ser por umas sessões de poucas palavras; nem o porquê da cara tão fechada do garoto no episódio. Esperemos. Por falar em esperar, este é o terceiro episódio que terminarei a review do mesmo jeito: “para o próximo capítulo, ficou o futuro profissional indefinido de Juarez”, que não foi sequer ventilado esta semana. O juiz anda muito tranquilo com seu desemprego, já está passando da hora de fazer alguma coisa. Aí eu pergunto: um bom episódio – engraçado, ágil, instigante – mas com um final deveras desapontador tem salvação?

Observações:
- De vez em quando, Juarez abandona a cara de certinho e mostra seu lado canastrão. Nesse episódio, foi quando respondeu a pergunta de Rui sobre o que estava fazendo com Manu. “Comendo!”, disse, rindo da cara do advogado.
- Nos intervalos da programação, a HBO vem liberando reportagens sobre os bastidores de (fdp), algumas bem interessantes. O melhor é que os vídeos estão no Youtube (destaco “Desafios da Produção” e “Os Craques”), e podem ser acessados neste link.

Sessão de Terapia – 7ª semana


Da leveza ao choque.

Spoilers Abaixo:
A semana começou leve, cheia de risos e chegou ao ápice com uma revelação bombástica no final. Finalmente, Théo é reconhecido e bem tratado pelos pacientes. A 7ª semana me agradou muito e me lembrou de que é o começo do fim.

Segunda- Júlia
Um episódio cheio de risadas. Como eu suspeitava, Júlia voltou ao consultório, mas não se colocando paciente e sim, para ver mais uma vez Théo. Foi um episódio leve, com a sensação de “como tudo começou”, a transição do presente para o flashback foi bem feita. Com Júlia se considerando uma amiga e não uma paciente, essa relação com Théo entra em um processo complicado. Se antes o impedimento para Théo era não se envolver com uma paciente, agora isso não existe mais.

O flashback mostrou como Júlia chegou frustrado ao consultório de Théo, após 5 anos de terapia sem êxito. Inclusive, ficamos sabendo que foi André que indicou Théo para ela. Théo estava diferente, parecia bem mais sério, até desinteressado pela paciente (até chegou a dormir!), o que rendeu a ótima e engraçadíssima confissão de Júlia, que pensou que ia encontrar o Richard Gere, mas viu que estava diante do Soneca.
Como vimos, Júlia no começo da terapia chegou com todos os problemas que já conhecemos dela: a insatisfação com uma vida perfeita, a vontade de fugir e a idealização de uma paixão proibida com o terapeuta (até antes mesmo de conhecê-lo). Depois de perceber que o terapeuta havia dormido, ela fez questão de esbravejar e dizer que Théo era apático, sem vida, cansado e que não queria ser tratada por ele. Talvez esse desabafo dela tenha influenciado na mudança de comportamento de Théo, que passou a se envolver com os pacientes.

Com a desculpa de arrumar um cuidador para o pai, Júlia vai poder falar novamente com Théo e como sabemos, assim como ela voltou para a terapia mesmo depois da horrorosa primeira sessão, ela vai voltar semana que vem. Ainda temos mais duas sessões pela frente e por mais que essa 7ª sessão de Júlia tenha sido leve e sem tensão, nós sabemos que tudo pode mudar na semana que vem, ainda mais agora que Júlia quer ser uma amiga de Théo. Eu só espero que ele não ceda à ela, como cedeu para comer o bolo.

Sobre a figura de Théo sentado no sofá, no final do episódio, há duas teorias: a cor da roupa era cinza igual a do Théo do passado, o que pode mostrar apenas que o encontro foi real e o Théo do passado ficou ali; ou que o encontro foi fruto da imaginação de Théo, uma saída encontrada para se imaginar com Júlia e que ela não teria voltado depois que o pai foi internado.  Por enquanto, acredito mais na primeira. Mas é claro que foi uma técnica usada para confundir o espectador.
P.S: Théo anda tão abalado, que até voltou a fumar.

Terça- Breno
Depois da última sessão, tão reveladora, esperava ver Breno falando mais sobre seu pai, seu trabalho, a possibilidade de ser gay, enfim, se aprofundando mais em si mesmo. Mas ao invés disso, vimos cinco minutos do paciente. Ele apenas disse que ia voltar para o emprego e agradeceu Théo por toda ajuda, reconhecendo que se não mudasse, ao menos recebeu a ajuda do melhor terapeuta. Foi tocante ver Breno deixando a máquina de café e dizendo que a opinião de Théo era importante. Théo pediu para que ele ligasse, então espero que essa não seja a despedida definitiva de Breno e que ele volte para falar como foi voltar à ativa. Quero ressaltar a imagem de tranquilidade que Breno passou, seu rosto estava sem conflitos, parecia em paz, tranquilo.

O resto do episódio focou na relação entre Théo e sua filha, Malu. A menina lembra muito a Nina, talvez pela idade, pelos conflitos. Malu mostrou o pai protetor e, ao mesmo tempo, desligado que Théo é; ela o descreveu como ingênuo, mostrando que o pai não sabe muita coisa sobre a sua vida. Théo se focou tanto nos pacientes, que esqueceu da família. Como Malu disse, ele praticamente parece não se afetar com a relação extraconjugal de Clarice e pra ela, saber que a mãe estava com o outro, é muito difícil.

Malu realmente gosta das pessoas do centro de recuperação e sua relação com Le, parece ser mais do que uma maneira encontrada para irritar o pai. O perfume que Malu quebrou só para que os pais pudessem viajar juntos, mostra a vontade da menina de ver uma mudança no casamento dos pais. No abraço, Théo “falou” que entende a filha e a cena final com ele aderindo ao método de desabafo da filha e gritando enquanto a olha pela janela, foi linda.

Esse foi um episódio leve, gostei bastante da atuação da atriz Mayara Constantino, que é uma talentosa atriz e conhecida de muita gente por diversos trabalhos (como a série “Tudo o que é sólido pode derreter”, na TV cultura). Sua participação só veio para abrilhantar o elenco.
P.S: Q tdb a Malu ensinando o Théo a mandar msg pelo cel, né? (aprendi a abreviar com ela)

Quarta- Nina
Fiquei bem satisfeita em ver que tivemos a continuação da trama da Nina com o pai. Quando Nina falou sobre o sonho do assalto, tinha certeza que Théo ia saber usá-lo a favor da terapia; nele Nina está tentando proteger o pai do assassino (que ela diz ser Théo), mas acaba falando demais. Vimos que é exatamente assim na terapia, ela sempre procura proteger o pai, mas parece querer revelar um segredo. E nessa semana, descobrimos finalmente qual é esse segredo.

Nina cresceu vendo o pai rodeado de mulheres e um dia, após chegar mais cedo da escola, ela viu o pai fazendo sexo com uma modelo. O segredo, nesse caso, ao invés de provocar um afastamento entre pai e filha, os uniu. Era um laço invisível divido entre os dois, que excluía a mãe da garota e com o passar do tempo, Nina continuou a excluir a mãe de tudo e deixou o pai inatingível. Quando Théo se colocou ao lado de Nina, ele assumiu uma posição de companheirismo e essa confissão dela, provou isso.

Ao se afastar da mãe, Nina tem que controlar a raiva que sente do pai, porque teme ficar sem ninguém. Imagino como deve ter sido difícil pra ela, viver sem querer assumir que o pai não era um exemplo e ver que sua mãe sempre o esperou. Aliás, a sua irritação pela mãe é justamente por ela nunca ter descoberto nada. É interessante notar que os reais sentimentos dela são contrários ao que ela demonstra: na verdade, ela sente raiva do pai e quer ter uma relação com a mãe. Nina cresceu desprotegida, a mãe não a colocou longe do pai que fazia sexo com as modelos e quando ela pediu para que Théo a ajudasse trocar de roupa, ela queria saber se ele tinha limites, se ela podia confiar nele.

Nina se assemelha muito com Júlia nesse sentido, mesmo sendo bem mais jovem, ela tem uma grande complexidade e por ter problemas com o pai, talvez ela tenha buscado essa figura paterna em Leon, que acabou se aproveitando dela. Ela novamente tocou no fato de Théo ter insinuado que ela tenha sido abusada e Théo disse que ela suspeita que algo tenha acontecido, ela ficou com medo. Será que teremos novas revelações sobre isso? Se Nina foi abusada, isso explicaria muita coisa sobre a atitude arredia dela.

Agora Nina quer se focar nas eliminatórias, apesar de ter dito que a ginástica era para manter o controle (e uma fuga de casa) sobre a vida. Sessão profunda, que nos fez entender mais de Nina e que veio pra quebrar a leveza dos dois episódios anteriores.
P.S: Nina reconhecendo que sua mãe paga tudo, é um grande passo e diz muito sobre o que podemos esperar daqui pra frente!

Quinta- Ana e João
Infelizmente não tivemos uma sessão só para João, mas essa sessão foi tão boa, que compensou. Nessa sessão descobrimos que Ana é muito mais complexa do que João e talvez por isso, ela tenha ganhado uma sessão sozinha. Desde o começo, João sempre foi mais transparente e mostrou seus sentimentos, mesmo que estivesse só com raiva; já Ana, sempre me pareceu fria, distante, com um jeito arrogante.

João passa em sua feição toda serenidade, a mudança comportamental dele fica explícita com a conversa calma com Théo, nem de longe lembrando o João agressivo do começo. Já Ana chegou nervosa, humilhando João por não conseguir o papel depois do teste, aparentando muito cansaço. Como João bem apontou, ela estava normal antes de chegar ao consultório, então o que causou a mudança de atitude? A resposta é simples: culpa.

Não demorou muito e Ana falou toda verdade para João, ela concretizou o pesadelo dele, traindo-o com Veloso. O imprevisível aconteceu quando João não levantou a voz, não foi agressivo, apenas disse que sentia pena de Ana e estava triste pela relação dos dois. Trair João com Veloso, fez Ana ter o mesmo sentimento de humilhação e culpa que ela teve quando era uma garotinha gorda que foi buscar mais um sorvete e quando voltou, viu que o pai estava morto. A culpa que a mãe destinou a ela e a falta de afeto, fez com que Ana se sentisse indigna do amor de João e precisasse trair ele, para se sentir humilhada e desvalorizada novamente. Como ela disse, ela se sentiu um lixo depois do sexo com um homem que a tratou como um animal.

É incrível a evolução do casal, quando poderíamos pensar que na verdade é Ana que altera o comportamento de João, e não o contrário?  João percebeu que nunca vai corresponder as expectativas de Ana, que nada que ele fizer vai livrá-la da culpa que ela quer sentir. Agora ele entendeu que não vale a pena voltar a ter ciúmes doentio, ser agressivo, ele quer uma identidade individual. Ainda que no final ele tenha dado um tapa em Ana, ele sabe que nada mais pode fazer a esposa querer estar realmente com ele. Assim, nesse clima de despedidas sem aviso e pela decepção nos olhos de João, temo não ver mais ele e acho cada vez mais difícil, um futuro para o casal. Afinal, além de paixão, é necessário haver amor para resistir a tudo em um casamento.
P.S: Théo está esperando o que pra comprar um apartamento? Esse homem precisa de férias!

Sexta- Dora
Como na sessão anterior, Clarice e Théo começaram falando de Malu. Ficou provado que Théo não conhece muito a filha (afinal ele não sabia que ela já tinha usado drogas e não era mais virgem), e que Clarice segurou as pontas por muito tempo em casa. Por mais que Théo estivesse se sentindo excluído, nós sabemos que ele tem muita culpa nessa situação. Concordo com Dora quando ela disse que Théo e Clarice falavam dos filhos, para se aprofundarem na relação dos dois.

O método que Théo tanto criticou, colocou-o e Clarice frente a frente, com os olhos grudados um no outro e as verdades sendo entregues pela boca. O método simples consistia em falar e ouvir, tarefa complicada para um casal que não se entende mais. Clarice se sente sozinha, cansou de ser apenas a mãe protetora, a esposa subordinada, a pessoa que se dedica a todos, mas não sabe quem quer ser; ela se sente perdida e quer buscar uma liberdade individual. Théo acha que desenvolveu um interesse por Júlia, depois da traição de Clarice e tem medo que ela saia de casa, afinal, ele já teve vários pacientes que tomaram essa atitude. Pela primeira vez, vemos Théo desabar de verdade e senti que Zécarlos absorveu a dor de seu personagem.
Dora nesse momento foi importantíssima para esclarecer ao casal, que as imagens que um tinha do outro, foram derrubadas. Eles levaram para o casamento, marcas da vida de solteiro: Théo, o problema com o pai que fez com que ele se interessasse pela paciente e Clarice foi criada para ser um modelo maternal. Agora, o destino dessa relação é incerto, já que eles terão que reconstruir muita coisa juntos.

Quando eu pensei que o episódio tinha chegado ao fim, Théo recebe uma ligação que o avisa que Breno morreu durante uma ação policial. Não sei explicar o meu choque no momento. Fiquei um pouco frustrada em ver que tudo terminou ali, sem aviso, sem uma despedida decente para o personagem, foi um susto. Isso demonstra o quanto eu me envolvi com o Breno, eu fui da indiferença ao amor pelo personagem. Breno se entregou muito, a cada sessão ele foi melhorando, Sérgio Guizé absorveu a essência do personagem frio que terminou como um confuso que nunca teve amor. Quero ver agora como essa morte de um paciente vai afetar Théo, será que ele vai se sentir culpado de não ter dito para Breno não voltar ao trabalho? Que sessão marcante!

 A morte em Sessão de Terapia representou bem o que é na vida real, a alegria de se encontrar com alguém e depois brutalmente, ter essa pessoa tirada da sua vida (nesse caso, da TV). Mas ao menos, fica aquela sensação de que valeu a pena, pois muito pior seria não ter conhecido o Breno e não ter visto que por trás da pose de machão, ele era uma pessoa que estava se descobrindo e desmoronando, ao mesmo tempo.
P.S: Nina está com uma alergia no corpo todo, será que ela vai continuar na competição? Acho bem difícil.

TELETEMA: Salve Jorge

Selton Mello é incerteza na direção da segunda temporada de 'Sessão de Terapia'

Na última sexta-feira (30), antes de sua consulta semanal com a orientadora Dora (Selma Egrei), o doutor Théo (Zécarlos Machado) vai acertar os ponteiros de sua vida. 

O terapeuta, protagonista da série "Sessão de Terapia", do GNT, deu uma sequência de maus passos, na ânsia de ajudar seus pacientes. Bagunçou suas relações familiares, mas agradou o público. 

A versão brasileira do programa, baseado no seriado israelense "Be Tipul", termina hoje e já tem a segunda temporada garantida, com estreia prevista para 30 de setembro de 2013. 

Segundo dados do Ibope, mais de 3,3 milhões de pessoas passaram pelo GNT nas exibições inéditas de "Sessão de Terapia", durante seu primeiro mês, que teve 25 episódios, exibidos diariamente entre segunda e sexta-feira. A safra completa termina com 45 capítulos. 

No período, a atração levou o canal à liderança na audiência da TV paga, entre mulheres das classes A e B com mais de 18 anos. 


Adalberto de Melo Pygmeu/Divulgação/GNT
O ator Zécarlos Machado e o diretor Selton Mello, no set de "Sessão de Terapia", do GNT
O ator Zécarlos Machado e o diretor Selton Mello, no set de "Sessão de Terapia", do GNT

"Superou as nossas expectativas o grau de repercussão que o material acabou tendo. Conseguimos, sem pretensão, tocar no dedo de Deus, tocar no sagrado", afirma Zécarlos Machado. 

"Recebi um retorno bastante apaixonado pelo nosso trabalho e isso foi muito gratificante. Foi algo intenso e trabalhoso, e ver que conseguimos tocar o público só confirma a qualidade de nosso programa", completa Selton Mello, que assinou a direção da série. 

Entusiasta do projeto, coprodução entre o GNT e a Moonshot Pictures, Mello, no entanto, tem presença incerta no segundo ano de "Sessão de Terapia". 

"Tudo depende do Oscar 2012. Selton está viajando para promover o filme 'O Palhaço' [que disputa uma vaga na indicação de melhor filme estrangeiro na cerimônia]. Se o longa for selecionado em janeiro, ele terá mais um mês, até a entrega do prêmio, de dedicação à disputa. E, se vencer o Oscar, terá um longo caminho no mercado internacional", conta Daniela Mignani, diretora do GNT. 

"Como brasileira, torço pelo filme. Como diretora de TV, gostaria de contar com Selton." 

À Folha o ator e diretor afirma não saber nada sobre a segunda temporada. "Ainda estamos namorando a ideia de eu continuar na direção. Por conta de compromissos como ator, estamos vendo se é possível eu participar da segunda temporada." 

NOVO PROJETO
Se não puder dirigir a nova temporada de "Sessão de Terapia", a parceria entre Selton Mello e o GNT seguirá adiante. "Já temos um acordo para ele criar e dirigir uma série original para a emissora", diz Daniela Mignani. O projeto deverá ser semanal e tem previsão de estreia para 2014. 

Em 2013, o GNT seguirá apostando em ficção. Uma das novidades é a série "Canalhas", da Migdal Filmes. Baseada no livro "Canalha, Substantivo Feminino", de Martha Mendonça, a produção mostra que nem só os homens sabem ser cafajestes.

(fdp) – 1×08/09: O Videoteipe é Burro e o Ponto é uma Besta/Cartão Amarelo


“I de Imbecil, P de Piranha, C de Cuzão e E de Exibido!”

1×08: O Videoteipe é Burro e o Ponto é uma Besta
O oitavo episódio de (fdp) começa com um retrato de uma sociedade talvez ainda distante, onde todos viraríamos infalíveis ciborgues que, auxiliados pelas tecnologias que virão, não cometeríamos mais erros. Tudo isso pelo fato de nosso árbitro favorito não ter visto uma “bola na mão” em uma partida que apitara. O que abre uma nova discussão: até que ponto cabe a utilização de avanços tecnológicos, como o ponto eletrônico, para auxiliar no trabalho do trio de arbitragem?

Para Juarez, tudo que ajude o juiz é melhor. “Não deu pra ver o lance só com os dois olhos que tenho”, explicou a Neri Nelson. O que não convenceu muito o apresentador, que tratou de providenciar um exame de vista no meio do programa – provocando a ira do protagonista e o fazendo soltar a frase que abre esta review. É interessante notar, nesta cena, o aparente complô contra Juarez: os convidados não hesitaram em discordar do moço. Vale transcrever a profundidade do depoimento de Cidão (“ex-atacante e galã”): “jogador tem que jogar e árbitro tem que apitar”, o que quer que isso signifique.

Em seguida, Juarez (com sua autoconfiança reticente) é escalado para apitar mais um jogo pela Libertadores, na Bolívia – dessa vez ao lado de Carvalhosa e Serjão (que voltou da suspensão). “Coincidentemente”, Vitória também viajou, atuando como comentarista do jogo. Dada a situação, foi triste perceber que o roteiro decidiu seguir pelo caminho mais óbvio e menos verossímil: Juarez usou um ponto eletrônico, aproveitando a visão privilegiada de Vitória, que o guiaria na arbitragem. O plano corria bem, até Vitória ser cantada por Cidão (“coincidentemente” também comentarista), a fazendo esquecer o resto do mundo. Juarez, claro, ouviu tudo e, no meio da partida, resolveu também parar de trabalhar e deixar de marcar um impedimento.

Analisemos as incongruências: como nenhum dos outros comentaristas percebeu (ou questionou) Vitória o tempo todo falando num celular? Como nenhum repórter ao nível do campo viu o ponto eletrônico no ouvido de Juarez? Como ninguém contestou a “visão de raio X” do juiz, que conseguia ver faltas que ocorreram quando estava de costas para o lance? Vitória é assim tão irracional a ponto de se derreter como uma adolescente e cair na conversa mole de um marmanjo antes da partida terminar? Juarez é tão incompetente assim, a ponto de não mais conseguir apitar a partida sozinho (o inverso do que todos os outros episódios mostravam)? Ainda sobre Juarez, é razoável pensar que um árbitro experiente, que já cometeu um erro em um jogo anterior, se deixasse levar pelo ciúme a ponto de desmoronar no meio da partida?

Tudo foi muito inoportuno nesta viagem à Bolívia. Para piorar, ao fim do jogo Vitória já estava devidamente abraçada com Cidão e já tinha esquecido Juarez – como se o tivesse conhecido ontem. Oi? Desde quando os relacionamentos em (fdp) são tão rasos? Realmente espero que a participação de Vitória na série não tenha acabado tão avulsamente. Além disso, a produção economizou ainda mais na ambientação da partida: praticamente só se mostrou perna de jogador correndo e closes de Juarez. Nada de planos abertos, nada de visão aérea – mais genérico impossível. No fim das contas, desta sequência só se salvou a merecida suspensão de Juarez pela próxima rodada, enredo que tem bastante potencial, se bem utilizado.

Ao contrário da partida, foi interessante o aprofundamento da relação entre Guzman e Dona Rosali. No começo da série, eu pensava que o casal iria servir apenas de alívio cômico, sem muito plots dedicados. Contudo, foi divertido e leve o pedido de casamento e as cenas posteriores, sem nenhum drama desnecessário. Afinal, “casamento é divertido, por causa da festa” e, mais importante, “tem que aproveitar enquanto ele está vivo”.

Por fim, Manu vai atrás de emprego e acaba cuidando de aquários de lagostas em restaurantes pela cidade (sério que precisa de um biólogo pra isso?). Até agora, nada demais por aí e nada que mereça destaque. Em geral e apesar das minhas críticas, o episódio divertiu, com suas habituais boas piadas e personagens bocas sujas. Entretanto, a pobreza do enredo se sobressaiu, prejudicando os bons momentos do episódio, principalmente quando comparado com os excelentes capítulos anteriores.


1×09: Cartão Amarelo
Se eu reclamei das incongruências do episódio passado, pelo menos tinha a esperança que, na semana seguinte, Juarez fosse correr atrás da sua careira e lidar com sua suspensão. Mas não: o episódio começou e terminou e o protagonista continua suspenso. Pior, ele parece não estar se importando muito com isso e com o futuro da carreira. Sinto cheiro de filler? Com certeza.

Como sabemos, a vida de Juarez não está lá das melhores: dispensado pela capa da Playboy, suspenso no trabalho, apaixonado (ainda) pela ex e café-com-leite no videogame. Ai você faz o quê? Para usar o clichê, levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima. Mas não Juarez. Juarez, o juiz da Fifa, que sonhava em apitar a Copa do Mundo, pelo visto agora prefere continuar na lama. Senão vejamos: o árbitro tenta contatar Camponero para tentar convencê-lo a reconsiderar sua suspensão. Liga, vai na casa, vai no escritório. Não acha o chefe. Aí Carvalhosa consegue marcar o almoço que pode salvar sua carreira. Neste cenário, uma pessoa sensata chegaria adiantado no restaurante com as orelhas abaixadas. Mas Juarez prefere ficar de birrinha com Rui e apitar Escola da Luz x Escola Técnica pela copa interescolar. Coerência, cadê?

Tudo bem que ele ia ver o filho jogar, mas não justifica frente ao momento delicado da carreira do juiz. Parece que desistiu de ganhar dinheiro (nem que seja pra pagar advogado!) e de ser o melhor árbitro do planeta, o que não condiz com a personalidade construída para o personagem durante os sete primeiros episódios. Para piorar, o draminha que se seguiu pelo fato de o pai marcar impedimento em um gol do filho foi totalmente dispensável. Primeiro por sua curta duração (o menino já tinha se arrependido dois minutos depois), segundo por sua inutilidade (em nada mudou a relação entre pai e filho). Claro, tudo era para justifica a “inspirada” frase de “efeito” no final: “o certo é sempre fazer a coisa certa”.

Mais uma vez, destaco o casal coadjuvante Guzman e Dona Rosali, que tiveram bastante tempo em tela (percebe-se aí a natureza de “encher linguiça” do episódio). A noiva passou o tempo todo com seu vestido (alguém mais se lembrou de Friends?), sem a menor cerimônia com o fato de o noivo vê-la antes do casamento. Na verdade, os dois não brincaram em serviço e aproveitaram para adiantar a noite de núpcias. Tudo muito leve, tudo muito divertido, assim como no episódio passado.

Fora isso, teve um seguimento sem muita importância do programa do Neri Nelson, apenas repetindo que Juarez está suspenso, e uma entrevista com Vitória em um programa de tevê, com o único intuito de mostrar a moça com pouca roupa (tudo bem, essa parte foi boa). Senti falta das piadas boas, infelizmente. Para o próximo capítulo, ficou o futuro profissional indefinido de Juarez e a esperança de que a suspensão renda algo interessante. Exatamente como no capítulo passado. Só digo uma coisa: reage Juarez, já está perdendo a graça.

Observações:
- Como de costume, os episódios contaram com várias participações especiais. Chris Couto voltou como Gina no oitavo episódio – para não fazer absolutamente nada. O nono episódio, por sua vez, trouxe três figuras relacionadas ao futebol: Neymar, como o garoto que faz a manutenção do filtro da casa de Camponero; Juca Kfouri, como revisteiro (e leitor de Playboys) e Rincón, como Rincón mesmo (participando do programa de Neri Nelson).



- Alguém entendeu qual a história do russo milionário que foi repetida nos últimos dois episódios? Ele era dono do time do Paraguai, é isso? Imagino que possa ter alguma relevância futura, mas ainda estou meio perdido. De qualquer forma, a menção misteriosa rendeu uma pérola de Carvalhosa: “Prejuízo é que nem supositório, até quando é pequenininho dói”.
- Nos dois episódios, o parco condicionamento físico do protagonista foi bastante enfatizado. Desse jeito está difícil chegar à Copa do Mundo, hein? Bora dar uma corridinha no parque, não faz mal a ninguém!