
Toda mágica consiste em três atos. O primeiro é chamado ‘a promessa’: o  mágico mostra um objeto ou ação comum, mas que, naturalmente, não é. O  segundo ato é chamado de ‘a virada’: o mágico transforma o comum em algo  extraordinário. Agora, se você está procurando o segredo, não vai  descobrir, porque, na verdade, não quer! O terceiro ato é o grande  truque, no qual a mágica se transforma, e a plateia se surpreende com  algo realmente impressionante. É a hora do êxtase absoluto. 
Alakazan! A fumaça se espalha, e a expectativa é grande. Olhos fixos nas  brechas do nevoeiro. Está feito. O público estupefato se aperta nas  cadeiras e cai nos encantos da ilusão. O êxtase é inevitável. Eis a  mágica! É isso que eles desejam. “Todos os seres humanos querem ser enganados”,  afirma Ferragus (Francisco Cuoco), um sujeito misterioso e sedutor, com  quem Herculano (Rodrigo Lombardi) esbarra na cadeia e que se torna seu  mestre na arte do ilusionismo. Ferragus é uma homenagem dos autores  Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro ao ator Francisco Cuoco na  minissérie/novela ‘O Astro’, especial da Rede Globo  que revisita a obra original de Janete Clair em comemoração aos 60 anos  da teledramaturgia brasileira. Com estreia marcada para 12 de julho, a  releitura de ‘O Astro’ tem direção de núcleo de Roberto Talma, direção  geral de Mauro Mendonça Filho e direção de Fred Mayrink, Allan Fiterman e  Noa Bressane. O roteiro tem colaboração de Tarcísio Lara Puiati e Vitor  de Oliveira.   
O papel que antes foi de Francisco Cuoco agora é de Rodrigo Lombardi.  Protagonista de ‘O Astro’, Herculano Quintanilha é um o herói ambíguo e,  por isso, humano. “Janete Clair sempre esteve à frente do seu tempo.  Ela impregnava seus personagens de humanidade. Falar sobre ‘O Astro’ é  reviver alegrias e sentimentos bons. Sinto-me recebendo uma grande  homenagem”, derrama-se Francisco Cuoco, convidado pelos autores e  diretores para viver Ferragus. Os dois atores contracenam juntos.  Ferragus é o mestre de Herculano durante os oito anos de prisão. Ao se  separarem, Ferragus continuará aparecendo para Herculano, ora em  pensamento, ora se materializando como um alter ego. E, assim, estarão  juntos ao longo de toda história. “Quando me vi com o turbante, levei um  susto. Bateu um êxtase. Na primeira vez que estive com Cuoco, ele olhou  pra mim e me arrepiei. Ele é imbatível. Ele será o mestre Ferragus,  que, de algum modo, é o Herculano 30 anos depois”, declara Rodrigo  Lombardi. “É mágica. Ninguém ao certo sabe quem é quem. É como se fosse  uma projeção dele no futuro. É uma experiência que suscita muitas  interpretações”, conclui o diretor Mauro Mendonça Filho. 
A saga do sonhador Herculano Quintanilha (Rodrigo Lombardi) abarca  ilusionismo, cobiça e sedução. Sem saber se o Professor Astro, como  ficará conhecido Herculano em seus shows, é um trapaceiro ou realmente  um homem com poderes fora do comum, todos acabam se envolvendo nos seus  atraentes enigmas. Um sujeito que saiu de sua pequenina cidade natal  dentro de um camburão para passar oito anos na prisão estadual, onde  aprendeu tudo sobre  ilusionismo e vidência, Herculano surpreende o  destino e se torna a grande atração de uma soturna casa de espetáculos,  no centro do Rio de Janeiro. E é nesta cidade que ele conhecerá dois  personagens que mudarão o rumo de sua história: a sua paixão, Amanda  Mello Assunção (Carolina Ferraz), e seu grande amigo, Márcio Hayalla  (Thiago Fragoso). E também reencontrará Neco (Humberto Martins),  um  antigo desafeto. 
O GOLPE DENTRO DO GOLPE 
Dono de uma loja de miudezas em Bom Jesus do Rio Claro, Herculano  Quintanilha (Rodrigo Lombardi) não para de sonhar. E, em meio a tantas  fantasias, eis que surge uma ideia que mudará sua vida para sempre. O  ano é 2002, em plena Copa do Mundo. A pequenina cidade não comporta as  ambições de Herculano, que põe em prática um plano que é um primor de  vigarice: arrecadar donativos para a reforma da Igreja Matriz e  superfaturar a obra.  O esquema é um sucesso. Herculano se vale da  confiança do pároco Frei Laurindo (Sérgio Mamberti) e consegue que a  cidade toda dê quantias substanciais para os reparos.  
Herculano, porém, nem imagina o que Neco (Humberto Martins), seu  parceiro, é capaz de fazer. No dia da fuga dos cúmplices, Neco se  adianta e dá um golpe dentro do golpe. Herculano avista o amigo fugindo  da cidade em sua caminhonete, levando não apenas o dinheiro, mas seus  sonhos. Neco deixa o parceiro em um beco sem saída: depois de correr da  população da cidade, ávida por vingança, Herculano se entrega, é preso e  condenado. 
CONDENADO AO ILUSIONISMO 
Herculano (Rodrigo Lombardi) chega à prisão estadual e é tomado de  desespero quando se vê confinado. Num rompante, usa os punhos para  golpear as grades com violência. Numa das celas, surge um homem 30 anos  mais velho que ele, com ar de simpatia, que diz: “Calma, rapaz. O tempo  aqui passa devagar. Todo mundo tem que  aproveitar pra aprender alguma  coisa”. É Ferragus (Francisco Cuoco), um sujeito preso há 15 anos. 
Aos poucos, Herculano decide se aproximar de Ferragus e lhe pergunta por  que é que os guardas o tratam de maneira diferenciada, cheio de  regalias. Ferragus sorri e responde: “Porque eu tenho certos poderes”.  Nesse momento, o velho prisioneiro decide ensinar seus segredos de  ilusionismo. “Sabia que eu sou capaz de trazer de volta a pessoa amada  em três dias?”, indaga Ferragus, e acrescenta, zombando: “Só não sei por  quanto tempo a pessoa amada aguenta antes de fugir de novo.” Herculano  nunca sabe se ele está falando sério ou não, mas embarca nas suas  ilusões. Por fim, ganha um presente de Ferragus do qual jamais irá se  separar: uma ametista, falsa. 
O PROFESSOR ASTRO  
Oito anos se passam, Herculano (Rodrigo Lombardi) ganha a liberdade e  aparece no palco da casa de shows Kosmos, num sobrado da Lapa, bairro  boêmio do Rio de Janeiro. Ele agora é o Professor Astro, a principal  atração de ilusionismo e telepatia. Na cabeça, um turbante, e, no centro  do artefato, tilinta sua ametista. Ao lado dele, Valéria (Ellen Roche),  sua ajudante hipnotizante. Essa é a nova vida de Herculano.  
 OUTRAS VIDAS, UM AMOR 
Durante um de seus espetáculos, o olhar do Astro se cruza com o de uma  requintada mulher, e uma paixão avassaladora surge entre eles. Ela é  Amanda Mello Assunção (Carolina Ferraz), herdeira da Construtora Mello  Assunção, que está a ponto de falir.  Amanda, que sempre foi cética,  assiste ao show com ar blasé até que Herculano (Rodrigo Lombardi) se  aproxima e começa a revelar verdades, a princípio triviais, a respeito  dela. Essas verdades vão, no entanto, se tornando cada vez mais  específicas.  
Ele advinha, por exemplo, que há alguma pessoa dilapidando o patrimônio  de sua família. Como o pai de Amanda, Adolfo Mello Assunção (Reginaldo  Faria), é um jogador compulsivo e fez muitas dívidas no pôquer que  prejudicaram a empresa, ela dissimula, mas sente o golpe da revelação.  
Como se não bastasse, Herculano pergunta a Amanda onde está o belíssimo  colar que ela queria usar. Amanda fica perplexa ao lembrar da joia, que  herdou de sua mãe e foi vendida pelo pai. Ela se levanta, encara o  vidente e sai da Kosmos às pressas, mexida não só com as revelações, mas  com uma sensação desconcertante. No carro, vira para Beatriz  (Guilhermina Guinle) e diz: “Eu tenho a impressão de conhecer esse  Herculano há milênios.” 
 
 
 REDE HAYALLA, MAIS UM SUPERMERCADO PERTO DE VOCÊ! 
Beatriz (Guilhermina Guinle) ouve a amiga e a acalma. Um homem bonito e  sedutor daqueles mexe com qualquer uma, ela pensa. Ela vai para casa  descansar, pois o dia seguinte será importante para o Grupo Hayalla, do  qual é consultora jurídica.  A rede inaugura mais um dos seus  supermercados, num bairro nobre do Rio de Janeiro, com direito à  presença de autoridades, celebridades e imprensa. No palanque montado  para a festa, em posição de gala, está Salomão Hayalla (Daniel Filho), o  patriarca da família.    
A FAMÍLIA HAYALLA: UM ESCÂNDALO ABALA A SOCIEDADE! 
De repente, um jovem de camiseta e jeans aparece e começa a distribuir  dinheiro para o povo que está ao lado de fora da inauguração do novo  supermercado. O púbico presente invade o supermercado e arremata todos  os produtos que consegue pagar com o dinheiro recebido. O jovem que  promoveu a ação é Márcio Hayalla (Thiago Fragoso), único filho e  herdeiro do império de Salomão, que vendeu seu próprio carro para  distribuir o pagamento à população.  
Salomão Hayalla (Daniel Filho) nunca deixou de sentir o peso da mala de  mascate nas costas. Mesmo tendo se tornado muito rico, continuou  trabalhando arduamente. E, apesar de ser um homem honesto, valoriza  excessivamente o dinheiro. Essa é a grande diferença entre ele e seu  filho. Márcio (Thiago Fragoso) quer viver como um missionário, longe das  seduções do mundo material, e abomina a hipocrisia e o culto ao  dinheiro que reina em sua casa e sua família.  
Salomão enxerga Márcio como uma pessoa que nunca se deu conta de que o  dinheiro é a recompensa “efetiva” do trabalho. Já seu filho o vê como  alguém que não se importa com os outros. Esses embates frequentes vão  atingir o clímax com uma profunda ruptura entre os dois.  
MÁRCIO É INTERDITADO PELO PRÓPRIO PAI 
Em uma noite de festa na casa dos Hayalla, Clô (Regina Duarte) e  Salomão (Daniel Filho) recebem seus familiares, amigos, empresários e  banqueiros para comemorar a inauguração do novo supermercado. Festa  grande, bem ao gosto de Clô, esposa de Salomão. Os convidados circulam  pelas salas. Um silêncio repentino toma conta do ambiente. Salomão,  pasmo, vê Márcio (Thiago Fragoso) descendo as escadarias tirando cada  peça de roupa, até ficar completamente nu e declarar: “Pronto, pai!  Agora sou um homem livre!”. 
Pai e filho se enfrentam. Salomão acaba por reprimir Márcio, que,  atônito, segue para seu quarto, sem saber que no dia seguinte será  internado em uma clínica psiquiátrica.  
 A PENHA, LUGAR DE SAMBA, INTRIGAS E MUITA PAIXÃO 
A casa de espetáculos Kosmos, na qual Herculano Quintanilha (Rodrigo  Lombardi) faz seus shows, pertence a Natalino Pimentel, mais conhecido  por Natal (Antonio Calloni), empresário nascido e criado no bairro da  Penha.  E foi justamente lá, onde Neco (Humberto Martins), ex-parceiro  de Herculano no golpe de Bom Jesus, investiu o dinheiro que arrumou  passando a perna em todo mundo, inclusive no próprio Quintanilha.  
Neco comprou uma casa na Penha, inaugurou um salão de beleza e casou-se  com Laura (Simone Soares). Só que a esposa não quis deixar desamparada  sua mãe, Dona Consolação (Selma Egrei) e a irmã mais nova, a moça mais  cobiçada do bairro, Lili (Alinne Moraes). Resultado: todos foram morar  com o proprietário do salão Penha Fashion.  Neco também tratou de  aumentar a família, e teve os filhos Ernesto Jr., o Nequinho (Diego  Kropotoff), e Kelly (Anna Luiza Anillo).  
Como sempre teve alma de vigarista e explorador, Neco pôs a cunhada  Lili a trabalhar no salão como manicure, mas não a remunera, porque, à  sua lógica, Lili trabalha em troca de moradia e comida. Dona Consolação  foi para a cozinha e agora faz quentinhas, apesar de o genro reclamar do  transtorno que isso traz para o sossego do seu lar.  
 LILI, A ANGELINA JOLIE DA PENHA 
Todos olham quando ela passa. A beleza de Lili (Alinne Moraes) arrebata  toda Penha. E Neco não se cansa de cobiçar seus encantos. Mas ela não é  boba e sabe que o cunhado é de fato o príncipe dos canalhas. Para se  proteger dele, aceita a corte de Natal (Antonio Calloni), o poderoso da  Penha. Como o aniversário dela se aproxima, Natal resolve oferecer à sua  deusa uma boca livre na Kosmos para toda a sua família que, a  contragosto da aniversariante, inclui o cunhado. O apogeu da noite é o  show de mentalização do Professor Astro.  
O REENCONTRO COM O PASSADO 
Herculano (Rodrigo Lombardi) faz seu show na Kosmos, surpreendendo os  presentes com suas adivinhações. Encanta-se particularmente com Lili  (Alinne Moraes), para quem prevê uma mudança radical. Mas, em seguida,  reconhece Neco (Humberto Martins). O Professor Astro, então, “capta” a  presença de um traidor e ladrão entre os presentes na casa. Neco veste a  carapuça e sai em pânico da Kosmos. 
Herculano vê a oportunidade de dar o troco em Neco. Ele ameaça revelar  sua participação no roubo de Bom Jesus e, como pagamento pelo seu  silêncio, consegue uma casa. Neco, a contragosto, passa a conviver de  perto com o sucesso do bruxo, mas fará de tudo para atrapalhar a vida de  seu antagonista.  
 LILI E OS HAYLLA 
Sem suportar mais as canalhices do cunhado, Lili (Alinne Moraes) vai  trabalhar como operadora de caixa em um supermercado da Rede Hayalla,  onde conhecerá o poderoso Salomão Hayalla (Daniel Filho). Salomão se  apaixonará perdidamente por ela, porém, o verdadeiro amor de Lili ainda  está por vir: Márcio Hayalla (Thiago Fragoso), o filho de Salomão. Ao se  sentir traído pelos dois, o poderoso Salomão Hayalla verá o amor se  transformar em fúria. 
MÁRCIO E HERCULANO: AMIZADE OU INTERESSE?  
Márcio (Thiago Fragoso) foge da clínica psiquiátrica e passa a vagar  pelas ruas do Rio, tocando seu trompete.  Dias depois, com muita fome,  não tem dinheiro nem para um salgado. Herculano (Rodrigo Lombardi) vê a  cena, se compadece e manda trazer comida para Márcio. Não tem a menor  ideia de quem seja ele, mas Márcio desperta em Herculano o seu lado bom.  É o acaso que patrocinará este encontro. Uma afinidade tão poderosa que  parece provocada por um feitiço. Herculano acolhe Márcio em sua casa e,  através da sua amizade com o herdeiro, se aproximará futuramente da  família Hayalla, até se tornar admirado por todos. Ou quase todos. 
Herculano descobre a verdadeira identidade de seu amigo Márcio e tenta  reaproximá-lo da família, conquistando aos poucos a confiança dos  Hayalla. A família, por fim, acredita em Herculano e pede que ele impeça  Márcio de viver com os missionários, conforme os planos do rapaz.  Herculano, sempre jogando, diz que podem contar com ele.  
O RISCO DE TENTAR COMPRAR UM AMOR 
 
Enquanto isso, na mansão dos Hayalla, Salomão (Daniel Filho) descobre  que Clô (Regina Duarte) e Felipe (Henri Castelli) são amantes. Felipe é  filho de Nelson Cerqueira (Celso Frateschi), amigo de Salomão e um dos  diretores da Construtora Mello Assunção, da família de Amanda (Carolina  Ferraz). Felipe foi amigo de adolescência de Márcio (Thiago Fragoso),  até se ligar a um grupo de jovens delinquentes de classe alta. Felipe se  aproximou de Clô de olho em sua fortuna. Mas ela não sabe. 
Diante da catástrofe econômica de sua família, Amanda pede a Nelson que  consiga dinheiro emprestado com Salomão. Samir Hayalla (Marco Ricca),  irmão de Salomão, vê nisso a grande oportunidade de se casar com Amanda.  Pede que o irmão negue o empréstimo, pois assim terá Amanda em suas  mãos. Mas, quando Cerqueira faz o pedido, Salomão concorda em ajudá-lo,  desde que Cerqueira envie Felipe para fora do país.  
 QUEM MATOU SALOMÃO HAYALLA?  
Secretamente, Felipe (Henri Castelli) volta ao Brasil e passa a exigir  que Clô (Regina Duarte), sua amante, roube os documentos que o  incriminam e que estão no cofre de Salomão Hayalla (Daniel Filho). Clô  aproveita uma ausência do marido e consegue pegar o dossiê no cofre. Na  mesma noite, Salomão é encontrado morto, assassinado em circunstâncias  misteriosas. A investigação policial toma conta da trama. Diversos são  os possíveis assassinos, todos com motivos para matar o empresário.  
 HERCULANO CHEGA AO TOPO 
Os irmãos Samir (Marco Ricca), Youssef (José Rubens Chachá) e Amin (Tato  Gabus), apesar das divergências e suspeitas mútuas, se unem e pedem que  Herculano (Rodrigo Lombardi) convença Márcio (Thiago Fragoso) a assumir  o lugar do pai na empresa, enquanto Samir ocupa interinamente a  presidência. Movido por sua ambição de poder, Herculano coage Márcio a  assumir a presidência do grupo Hayalla e é nomeado por ele seu assessor.  É o grande momento do Professor Astro: ele finalmente chegou lá. 
O talento e o carisma de Herculano fazem com que ele ascenda a posições  de grande poder dentro do grupo econômico.  A suspeita de que seja um  vigarista e os interesses contrariados fazem com que seus inimigos e  rivais sempre procurem desmascará-lo. Em vão. Mas isso faz com que suas  peripécias sejam cada vez mais mirabolantes e que o personagem se torne  fascinante, abusando de sua ambiguidade e destreza para se equilibrar na  corda bamba. Craque da estratégia, ele usa não apenas o ilusionismo,  mas a inteligência, para manipular a todos. 
 
 
AMORES, ARROUBOS, PAIXÕES 
O amor é rasgado, derramado. O romantismo está em todo lugar. Amanda  (Carolina Ferraz) e Herculano (Rodrigo Lombardi) não entendem como  viveram até agora sem se conhecer. Eles se apaixonam no primeiro olhar.  Mas esse amor encontrará muitas pedras e percalços no caminho. Amanda  não tem certeza se ele merece todo sentimento que tem por ele. Herculano  tem certeza de que a ama e de que ficarão juntos. Ela acha que ele não a  ama tanto assim. Ele compreende que tudo tem sua hora, mas sempre se  enrola nos próprios trambiques. Amanda teme não aguentar tamanha  montanha-russa. Mas os dois desejam eternizar esse amor. “Iremos abusar  do romantismo rasgado. Afinal, o mundo pode ter mudado, mas o desejo de  amar e ser amado nunca mudou”, comenta o autor Geraldo Carneiro. 
A união de Márcio (Thiago Fragoso) e Lili (Alinne Moraes), assim como a  de Heculano e Amanda, é tumultuada, cheia de paixão e de idas e vindas.  Clô (Regina Duarte) e Salomão (Daniel Filho) têm tantas mágoas que não  conseguem a paz. Felipe (Henri Castelli) só quer o dinheiro de Clô, e  ela se apaixona pelo canalha. Salomão sonha com o amor de Lili e sofre  quando descobre que é por seu filho que ela se apaixonou. Laura (Simone  Soares) é maltratada pelo marido Neco (Humberto Martins), que, mesmo  brigando com Lili, deseja a cunhada. Youssef (José Rubens Chachá) é  louco por Magda (Vera Zimmermann), que o faz de gato e sapato. Já Amin  (Tato Gabus) reprime a mulher Jamile (Carolina Kasting), que nem  desconfia que seu marido tem um caso com a secretária Silvia (Bel  Kutner). Mas Silvia sofre porque Amin não quer assumir seu  relacionamento com ela. Em suma, amores e dissabores no ar. 
 O ASTRO REVISTADO  
Samir (Marco Ricca) é o irmão mau-caráter e parceiro de Salomão Hayalla  (Daniel Filho), um homem trabalhador, que de mascate se tornou o  poderoso dono do Grupo Hayalla, em que se destaca uma rede fortíssima de  supermercado. Salomão ainda tem mais dois irmãos: Youssef (José Rubens  Chachá) e Amin (Tato Gabus). Todos são parceiros na empresa e estão de  olho na herança. Salomão é o patriarca da família, casado com Clô  (Regina Duarte), uma mulher da alta sociedade, e pai de Márcio (Thiago  Fragoso), um jovem que renega toda fortuna do pai.  
Márcio, por obra do destino, se torna amigo de Herculano (Rodrigo  Lombardi) e passa a morar com ele na Penha, subúrbio onde vive a  esfuziante Lili (Alinne Moraes). Pai e filho dividirão o amor por essa  mulher. Na Penha também reside Neco (Humberto Martins), um sujeito sem  escrúpulos, que no passado passou a perna em Herculano e agora vai  tentar se livrar do desafeto de qualquer jeito. Salomão e Herculano são  iguais em um ponto: atraem inveja por onde passam. Herculano mira alto, e  o céu é o seu limite. Ele usará todos seus poderes, os convencionais e  também os especiais, e chegará ao topo do poder. Salomão, para chegar  aonde chegou, também pensou grande e, quando parece atingir o auge, é  assassinado. A morte de Salomão beneficia muita gente. Mas quem será que  matou Salomão Hayalla? 
A trama é velha conhecida dos contemporâneos da década de 70. Janete  Clair escreveu a história que fez o Brasil parar até o último capítulo.  Todos queriam descobrir quem matou Salomão Hayalla e o desfecho do  “talvez trambiqueiro” encantador Herculano Quintanilha. O suspense pegou  até o poeta Carlos Drummond de Andrade, que escreveu em sua coluna logo  após o fim da novela: “Agora que ‘O Astro’ acabou vamos cuidar da vida,  que o Brasil está lá fora esperando”.  
Na nova versão, o público verá um Herculano e um Salomão do nosso  tempo, dos anos 2000. “Estamos preservando os pilares básicos da  história original. A nossa preocupação tem sido deixar as tramas com  ares do século 21 e, assim, os personagens agirão em consonância com os  hábitos dos anos atuais”, explica o autor Alcides Nogueira. “Ainda que  hoje em dia pareça que não temos tempo para falar de sentimentos, os  personagens mostram o contrário. É o que todos querem em qualquer tempo:  amar e ser amado. O amor derramado será uma das marcas de ‘O Astro’”,  conclui o autor Geraldo Carneiro. 
A VIAGEM AO PARANÁ 
A primeira parada foi na estação do Marumbi que, na ficção, ilustrará a  estação ferroviária de Bom Jesus do Rio Claro, cidade de Herculano  (Rodrigo Lombardi). Logo depois, a equipe seguiu para o presídio do Ahú,  em Curitiba. Desativada há quatro anos, a cadeia serve de cenário para  as cenas da prisão de Quintanilha. O diretor-geral Mauro Mendonça Filho  esteve à frente das gravações externas no Paraná. As paradas seguintes  foram Antonina e Morretes, cidades históricas do litoral paranaense,  onde foram registradas mais cenas da fictícia Bom Jesus do Rio Claro. 
A equipe, que partiu do Rio de Janeiro, foi composta por cerca de 50  profissionais, entre eles, elenco, direção, produção, cenografia,  engenharia, produção de arte, figurino, efeitos especiais, assistentes e  até mágicos. Nas cenas da ferrovia, foram utilizados cerca de 80  figurantes locais. No presídio, em torno de 180 e, em Antonina e  Morretes,  mais de 200 pessoas fizeram parte da figuração. 
No total, a produção gravou durante 12 dias no Paraná. Em Curitiba,  gravaram os atores Rodrigo Lombardi, Francisco Cuoco, Marcella Muniz,  como Doralice, ex-mulher de Herculano, e Bernardo Marinho, como Alan,  filho de Herculano. No litoral, além do elenco citado, participaram  Humberto Martins e Sergio Mamberti, como Frei Laurindo, entre outros. 
  CIDADE CENOGRÁFICA E ESTÚDIO 
A cenografia é concebida por José Claudio, com o auxílio de Eliane  Heringer, nos estúdios, Isabela Urman, nas gravações externas, e  Fernando Meirelles, na cidade cenográfica. Para as gravações no Paraná,  Isabela visitou até cadeia de verdade para ter referências reais e  construir não só o presídio como a cadeia local, na qual Herculano  (Rodrigo Lombardi) ficará preso. O próprio presídio do Ahú, em Curitiba,  ainda tem celas que não estão totalmente desconstruídas, e assim  Isabela pode reconstruir uma cela fictícia bem próxima da realidade,  usando-as como referência. “A direção pediu realidade em todas as  montagens. Pesquisamos para que o real e a ficção estivessem misturados a  tal ponto de não sabermos diferenciar quando começa um e termina o  outro.  Em Antonina, usamos a própria cidade, com seu ar interiorano, e  as interferências, como as bandeirinhas do Brasil para a Copa do Mundo,  foram pensadas para dar um ar mais natural possível”, explica  minuciosamente a cenógrafa Isabela Urman.  
Nos estúdios, foram levantadas as paredes da luxuosa casa de Salomão  Hayalla (Daniel Filho), que segue a arquitetura de uma antiga mansão de  Copacabana. Não muito longe, moram Youssef (José Rubens Chachá) e Amin  (Tato Gabus), que terão suas casas cenográficas também em estúdio. O  apartamento moderno e chique de Amanda (Carolina Ferraz) recebeu  cenografia completa, com ares do bairro do Flamengo, na Zona Sul do Rio.  O cassino de Miriam (Mila Moreira) é todo ambientado em estúdio, assim  como as casas da Penha, a de Neco (Humberto Martins), Herculano (Rodrigo  Lombardi), o salão de Neco e a Kosmos. “Idealizamos a Kosmos como uma  casa de shows muito autêntica e prática para gravações em televisão.  Todos os pequenos detalhes foram pensados com calma para termos mais  realismo em cena. A cor escolhida para o ambiente foi o azul marinho,  que dá profundidade ao cenário”, adianta o cenógrafo José Claudio. 
A Penha ganhou uma cidade cenográfica só pra ela. O coração do Projac  recebeu a reprodução de algumas ruas do bairro. O salão Penha Fashion e o  bar Bafo de Ouro foram construídos para serem gravados por dentro e por  fora. As ruas buscam retratar a parte residencial da Penha carioca.  As  casas de Neco, Herculano e Lili (Alinne Moraes) ganharam também  fachadas. A Igreja da Penha estará lá, reproduzida por computação  gráfica. “O salão Penha Fashion merece destaque na cidade cenográfica de  ‘O Astro’. Nele, foram criados três corredores que evitam a invasão de  câmeras no cenário e ficam em volta do sobrado. Com isso, as câmeras  podem ser posicionadas através dos espelhos e vitrines removíveis. Um  dos corredores, por exemplo, é disfarçado por uma porta de entrada, que,  quando for preciso, será aberta ou removida para a câmera entrar”,  explica o cenógrafo Fernando Meirelles. 
 A VIVÊNCIA DOS AMBIENTES 
O pedido dos diretores foi claro: realismo. E a pesquisa da produção de  arte foi intensa, desde workshop sobre a cultura libanesa até pesquisa  local no bairro da Penha e consultas a mágicos para dar o tom certo aos  ambientes que serão apresentados. Para a família Hayalla, Silvana  Estrella, a profissional que assina a produção de arte de ‘O Astro’,  criou a partir de traços do costume libanês. “Utilizamos sutilezas dessa  tradição para construir uma vivência com muito realismo. Cada detalhe  foi pensado e montado para tornar os ambientes mais vivos”, explica  Silvana. Na casa dos Hayalla, a ostentação pode ser observada através  dos detalhes dourados, a prataria e a decoração forrada de vermelho, com  arranjos de flores e objetos característicos da cultura libanesa. 
Para dar vida à Penha, a equipe de produção de arte foi até as suas  adjacências e fez registros do local. Camelôs e barraquinhas distintas  serão montados na cidade cenográfica para dar movimento real às ruas do  bairro fictício. Já o apartamento de Amanda foi pensado para acompanhar o  perfil do personagem, uma arquiteta moderna. Sua casa é clean e  elegante. A casa de shows Kosmos foi concebida como um espaço místico.  Para isso, mágicos foram consultados sobre a vivência do velho teatro,  que recebeu um espelho infinito, piso com figuras que remetem à galáxia e  simulação de estrelas, além de mesa de centro e jogo de luzes.  
Na viagem, o presídio foi o ponto alto para a produtora Estrella:  “Temos como base a novela de Janete Clair produzida nos anos 70, e isso  nos possibilitou criar espaços atuais, sem perder a essência da trama.  Mas a cadeia fugiu desse pensamento. Foi muito cativante fazer a  ambientação de um presídio verdadeiro. A estrutura era perfeita e  abusamos disso”.  
AULAS DE ILUSIONISMO 
Os atores que estão diretamente ligados ao show de ilusão, voaram para  São Paulo e tiveram aulas com mágicos de verdade. Além do workshop,  Rodrigo Lombardi e Ellen Roche ensaiam os números de magia com a ajuda  de consultores, horas antes de executá-los para as câmeras. “Rodrigo  (Lombardi) fará mágica de verdade. Investimos em aulas e uma consultoria  acompanha as gravações dos shows de ilusionismo. Com isso, nos  aproximamos cada vez mais da magia real”, comenta o diretor Mauro  Mendonça Filho.