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sábado, 11 de janeiro de 2014
TELETEMA: Capitu
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Globo lança “Maysa”, “Capitu” e “Som & Fúria” em Blu-ray

A TV Globo vai lançar as minisséries “Maysa”, “Capitu” e “Som & Fúria”, todas gravadas em alta definição, em Blu-ray. Estes serão os primeiros programas da emissora lançados na nova tecnologia.
Segundo o diretor de licenciamento da TV Globo, José Luiz Bartolo, estas foram as primeiras minisséries da TV Globo transmitidas em alta definição. “Foram produzidas com apuro técnico e artístico, com o que há de mais moderno na televisão. Nada melhor do que entrarmos também na era do Blu-ray justamente com esses três sucessos de crítica e público. Assim, os telespectadores terão em casa imagens impecáveis com tudo o que o HD pode oferecer”, anunciou Bartolo.
“Maysa”, “Capitu” e “Som & Fúria” foram lançadas em DVD pela Globo Marcas em 2009. As três minisséries em Blu-ray já estão à venda no Portal Globo Marcas
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sábado, 5 de setembro de 2009
SESSÃO BEIJO: Capitu
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quarta-feira, 22 de julho de 2009
TELETEMA: Capitu
terça-feira, 14 de julho de 2009
TELETEMA: Capitu
sábado, 4 de julho de 2009
Globo lança dvd de Capitu

Ópera, teatro, cinema mudo e elementos da cultura pop mesclam-se em 'Capitu', minissérie em 5 capítulos baseada no livro 'Dom Casmurro', de Machado de Assis, exibida no ano do centenário de morte do escritor. Na minissérie, os personagens são apresentados de forma concisa; a ação é dividida em cenas curtas e densas, como em uma ópera; e os capítulos, como no livro são divididos por títulos curtos, além de anunciados em cartelas, proferidas com as antigas radionovelas. O texto foi preservado - as palavras e os diálogos são os mesmos do livro, e a cronologia básica é a mesma. A minissérie também aproveita imagens de arquivo do século XIX. A minissérie mostra as duas fases do romance - o amor adolescente de Capitolina, a Capitu (Letícia Persiles), e Bento Santiago, o Bentinho (César Cardadeiro), que fazem um juramento de amor antes da ida do menino para o seminário; e o ciúme que Bento (interpretado pelo autor, diretor, ator poeta e apresentador Michel Melamed), já formado em Direito e casado com Capitu (Maria Fernanda Cândido), passa a ter de sua esposa e de seu melhor amigo Escobar (Pierre Baitelli). A trama apresenta ao público um melancólico Dom Casmurro, que escreve um livro para contar a versão de sua própria história e também restaurar, na velhice, os momentos vividos na adolescência ao lado do grande amor de sua vida, Capitu, menina que seduzia com seus 'olhos de ressaca'. O DVD duplo da minissérie 'Capitu', uma obra do diretor Luiz Fernando Carvalho e a segunda realização do projeto 'Quadrante', ainda nos presenteia com um material extra instrutivo. O disco 1 apresenta trechos de palestras dadas pelos profissionais - a psicanalista Maria Rita Kehl; o jornalista e escritor Daniel Piza; e o ensaísta Gustavo Bernardo. Já o disco 2 apresenta uma cena inédita e o making of da minissérie.
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
Mais Capitu

O DVD de “Capitu”, obra de Luiz Fernando Carvalho, terá 15 minutos a mais de história. Alguns capítulos ficaram grandes e tiveram de ser encurtados no ar.
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Capitu - Último Capítulo

Chega ao fim a belíssima microssérie de Luis Fernando de Carvalho. E esse último capítulo pode não ter sido meu favorito (de todos, elejo o segundo), mas seguiu o padrão de qualidade do resto da série e honrou uma das partes principais do romance de Machado de Assis, a questão da traição de Capitu.
Já no começo do episódio vemos que os ciúmes ainda atormentam Bentinho. Também a inveja lhe atormenta, afinal, Escobar e Sancha tem uma filha, mas ele e Capitu não. E ele acredita de verdade que eles necessitam de uma criança para que sua felicidade fique completa. Nasce Ezequiel. Mas a felicidade dura pouco, porquê Bentinho começa a desconfiar da paternidade do menino, especialmente depois da morte de Escobar. Ver Capitu chorar no enterro no amigo o enlouquece de ciúmes, mais uma vez.
E com essa trama Carvalho consegue criar uma das cenas mais dramáticas e tensas de todo o episódio, e também de toda a série: a cena em que Bentinho se convence por um breve momento de quê matar Ezequiel envenenado seria a solução do problema. E depois ele fica histérico e grita “eu não sou seu pai”, atraindo a atenção de Capitu e em seguida brigando com ela. E durante toda essa cena, não tem como não em pensar em como Michel Melamed é um ator simplesmente fantástico. Como o amargurado Dom Casmurro e o passional Bentinho, ele conseguiu ser o destaque de um elenco maravilhoso. A própria Maria Fernanda Cândido também faz excelente trabalho nessa cena.
Depois disso, os dois decidem que a separação é inevitável. Vão para Europa, onde Capitu fica com Ezequiel, nunca mais vendo Bentinho, cujas viagens a Europa são realizadas como disfarce para o fato de que ele havia deixado a família, em uma época em que as pessoas não simplesmente se divorciavam. E Bentinho passa o resto de sua vida sozinho. Mas, francamente, acho que ele é solitário por grande parte de sua vida adulta, mesmo quando Escobar ainda estava vivo. Pelo menos em sua mente, sempre havia uma parte seja da existência de Capitu, seja da existência de Escobar, em que ele não se sentia incluído. E havia uma parte de suas existências, seus sentimentos, seus pensamentos, que eram vedados a qualquer um.
Ezequiel ainda volta, mas depois de um tempo, parte depois de um tempo para a Grécia, e lá falece. José Dias, Dona Glória e o resto de sua família falecem. Capitu falece enquanto na Suíça (em uma cena particularmente bela por fazer uma ligação com a cena do primeiro beijo do casal). E Bentinho, corroído por suas desconfianças e seu desamparo, torna-se Dom Casmurro.
A única coisa que desaprovo nesse final, é justamente o fim. O samba foi menos agressivo a meu estado de estupor fantasioso que a música de Marcello D2 no episódio anterior, e mostrar a modernidade é algo que Carvalho faz ao longo do episódio todo (o telefone celular; os fones de ouvido no baile, como se estivessem todos ouvindo seus Ipods, isolados do mundo e um dos outros), mas eu não achei a escolha mais orgânica. Eu preferia que a cena anterior fosse o fim, e que pudéssemos terminar essa saga sensacional ao som da igualmente bela Elephant Gun, da banda Beirut, que para sempre me lembrará dessa pequena obra de arte e pérola da Televisão brasileira que a TV Globo nos deu.
Capitu - TOP 5
Confira as 5 melhores cenas da minissérie Capitu:
A cena do giz
O primeiro beijo de Capitu e Bentinho
O reencontro de Capitu e Bentinho
A dança de Capitu
A última cena
A cena do giz
O primeiro beijo de Capitu e Bentinho
O reencontro de Capitu e Bentinho
A dança de Capitu
A última cena
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
TELETEMA: Capitu
É da banda Beirut a canção que se tornou tema da minissérie "Capitu". "Elephant gun" foi gravada em 2006. Veja a letra:
Elephant Gun
IIf I was young, I'd flee this town
I'd bury my dreams underground
As did I, we drink to die, we drink tonight
Far from home, elephant gun
Let's take them down one by one
We'll lay it down, it's not been found, it's not around
Let the seasons begin - it rolls right on
Let the seasons begin - take the big king down
Let the seasons begin - it rolls right on
Let the seasons begin - take the big king down
And it rips through the silence of our camp at night
And it rips through the night
And it rips through the silence of our camp at night
And it rips through the silence, all that is left is all that i hide
EM TEMPO>>> A minissérie teve média de 15 pontos no ibope.
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sábado, 13 de dezembro de 2008
Capitu – O Quarto Capítulo
Já mencionei aqui que estou vidrada em Elephant Gun? A música do Beirut que é tema de Capitu não pára de tocar no meu computador. Mas eu ainda a prefiro enquanto emoldurando umas das cenas de Capitu, e é difícil escolher uma. A desse episódio, em que vemos pela primeira vez Maria Fernanda Cândido como Capitu parecia uma pintura em movimento. Aliás, assim como para o Tiago, a trilha sonora é sempre um ponto alto do episódio para mim. A cena em que toca Mercedes Benz de Joplin me fez pular de tanta excitação (apesar de nem ser minha música preferida dela); a transição de Iron Man para Money, do Pink Floyd foi genial (e toda a constituição da cena, que é quando Escobar explica a Bentinho que quer ser comerciante, foi uma obra prima), Carinhoso tocou ao fundo, sutilmente em certo ponto, quase um sussurro. Eu só não gostei muito da música do Marcelo D2 no final. Eu até gosto dessa música em particular, mas achei que não combinou muito. Junto com as tomadas do Rio moderno, eu achei que me tirou um pouco da minha viagem, me fez voltar a realidade com um choque. Então, mesmo que eu tenha entendido a proposta, não me agradou.
De resto, o episódio foi perfeito. A estória novamente avançou bastante e dessa vez, percorreu os anos. Bentinho deixou o seminário e foi estudar direito. Capitu continuou tornando-se cada vez mais próxima de Dona Glória, o quê fez com quê, quando Bentinho voltasse da faculdade e contasse a sua mãe seus planos de se casar com a vizinha, esta tivesse aprovado. Escobar tornou-se mesmo comerciante e casou-se com Sancha.
Com o salto no tempo Mellamed passa a viver o Bentinho enquanto um jovem adulto e Cândido finalmente entra em cena. E devo dizer que com um único diálogo entre os dois, eu já fui rendida, e já acredito que eles sejam melhores até que Cardadeiro e Persiles. Mellamed, aliás, é provavelmente o melhor de todo elenco. Seu Bentinho consegue ser tão completamente diferente de seu Dom Casmurro, mostrando como seus trabalhos de composição dos personagens foram distintos para cada época, ainda que hajam semelhanças, afinal, o personagem é o mesmo. Sua conversa com José Dias foi provavelmente meu momento favorito: sua postura, sua insegurança, seu jeito de falar, tudo lembrava o Bentinho ainda adolescente. E Maria Fernanda também trouxe uma representação que remetia o tempo todo a Letícia Persiles, a maneira como a cantora falava, movia-se, olhava para o amado.
Capitu – O Terceiro Capítulo

Nesse episódio a estória realmente avançou, não? Tantas coisas aconteceram, e talvez depois do ritmo mais desacelerado dos dois primeiros episódios muita gente tenha estranhado, mas o caso é que, Capitu é uma microssérie.
Bentinho, agora no seminário, conhece Escobar. Alguém mais adorou todas aquelas cenas coreografadas ao som de Iron Man? Eu achei Escobar em cima da mesa estendendo a mão para Bentinho simplesmente o máximo. E não me recordo direito do pouco que li do livro, então vou analisar a série como se fosse uma obra em si, e se no livro não for nada disso, por favor, ignorem. Mas achei que aquela cena foi uma metáfora perfeita sobre como Bentinho se vê inferior a Escobar. E assim tê-lo como amigo naquele momento lhe pode parecer um ato de generosidade. Assim, já poderíamos ter duas razões para Bentinho vir a desconfiar do amigo no futuro: o fato de considerar Escobar superior pode fazer com quê ele pense que é óbvio que entre o amigo e ele, Capitu se interessará mais pelo outro e ele também pode pensar que Escobar não é seu amigo por ele, mas sim para estar perto de Capitu.
Apesar da companhia do amigo, Bentinho ainda insiste em sair do seminário. E com isso torna-se vítima fácil das manipulações de José Dias. Acho que só faltaram colocarem cordinhas em Bentinhos, como se ele fosse uma marionete, e mostrar Dias as controlando. De qualquer forma, Bentinho precisa ir para casa de maneira repentina, porquê sua mãe, Dona Glória adoece. Quem também fica ao lado do leito dela é Capitu, que durante a ausência de Bentinho tornara-se íntima de Dona Glória, passando várias horas em sua casa a conversar ou a coser.
O quê acontece é que agora Bentinho ainda está atrelado ao seminário, mas cada vez mais afastado de Capitu. As coisas que Dias lhe falou lhe causam ciúmes e até ódio da amada. E o comportamento ambíguo de Capitu não faz nada para aplacar suas dúvidas. Adorei as cenas com as lágrimas exageradas. Foi uma verdadeira estilização do melodrama.
Além disso também foi introduzida a personagem Pancha, que como sabemos casa-se como Escobar. Estou curiosa para ver como as coisas acontecerão a partir daqui, mas restam apenas dois episódios, e eles ainda nem terminaram a adolescência dos protagonistas. Sim, protagonistas porquê se Maria Fernanda Cândido for aparecer por só um episódio, a série será muito mais de Cardadeiro e Persiles do quê dela. Mas mesmo assim, não tenho do quê me queixar em relação a Capitu até agora.
Capitu – O Segundo Capítulo
Nesse segundo episódio, Bentinho e Capitu, ainda esperando pela intervenção de José Dias, se envolvem mais profundamente, e antes que percebam, estão emaranhados em uma teia de paixão juvenil e pueril como só naquela época. O lirismo, que eu já mencionei, se faz ainda mais presente aqui, enquanto vemos o primeiro beijo entre Bentinho e Capitu acontecer (em uma cena digna de ser transformada em quadro e colocada na parede, tamanha a beleza e delicadeza com que foi construída), vemos Bentinho mergulhar e perder-se nos olhos de ressaca da amiga de infância, vemos o primeiro amor florescer entre os dois pequenos. É tudo tão fugaz, mas ao mesmo tempo, Carvalho mantém aquele ritmo suave, que é quase uma carícia aos olhos. Pare um ballet (que eu fazia e portanto adoro), cada movimento parecia parte de uma dança contínua e elegante, cada movimento expressando algo, e o próximo fazendo parte do anterior e o anterior fazendo parte do próximo em uma cadeia rítmica de significados. E tudo isso sobre a narração perfeita de Michell Melamed, o Dom Casmurro.
No primeiro capítulo eu não gostei tanto da parte da narração. Ela servia como parte da apresentação, era, de fato, um narrador introduzindo-os naquele mundo novo. Agora ele já se preocupa mais em ser Bentinho, no futuro. Ele completa o Cardadeiro em cena, ele completa a estória, ele é como vários parênteses costurados a Bento, um flashfoward em forma de voz, e em primeira pessoa.
Mas Dona Glória não consegue ser dissuadida de sua promessa e Bentinho tem que partir e deixar Capitu. Parte sob as promessas de José Dias, que agora está muito interessado em tirar Bentinho da obrigação de ser Padre, pois isso lhe garantiria uma viagem a Europa para acompanhar o menino durante seus estudos. E é a partir do seminário que começamos o próximo capítulo.
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
'Capitu' estréia bem e lidera audiência no horário

Capitu estreou bem. A minissérie de Luiz Fernando Carvalho baseado em romance de Machado de Assis, que contará com a atriz Maria Fernanda Cândido como Capitu na fasse adulta, foi líder de audiência no horário, chegando a 17 pontos de média no ibope.
Chamas da Vida, novela da Record ficou com 16 pontos no ibope e o programa seguinte, Ídolos, também exibido no horário de Capitu, ficou com 11 pontos.
Já Revelação, a primeira novela de Iris Abravanel, mulher de Silvio Santos, manteve os mesmos 9 pontos de ibope que atingiu na noite de estréia, o que é considerada uma ótima audiência para o horário no SBT.
Capitu é a segunda minissérie do Projeto Quadrante, da Globo. Pedra do Reino, primeira série do projeto, registrou 12 pontos na estréia, em junho de 2006. Já Hoje É Dia de Maria, minissérie também assinada por Luiz Fernando Carvalho, teve média geral de 34 pontos, em 2005 - época em que a TV aberta registrava maior audiência.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
domingo, 7 de dezembro de 2008
SEMANA DE ESTRÉIAS
Semana agitada e cheia de estréias para todos os públicos. Confiram os vídeos das estréias:
ESTRÉIA SEGUNDA (08/12) - segunda a sexta, às 10h, 15h30 e 19h30 - CANAL FUTURA
ESTRÉIA SEGUNDA (08/12) - segunda a sábado, às 22h30 - SBT
ESTRÉIA TERÇA (09/12) - terça - 22h55; quarta - 23h; quinta - 23h; sexta - 23h20 e sábado - (não definido) - TV GLOBO
ESTRÉIA SEGUNDA (08/12) - segunda a sexta, às 10h, 15h30 e 19h30 - CANAL FUTURA
ESTRÉIA SEGUNDA (08/12) - segunda a sábado, às 22h30 - SBT
ESTRÉIA TERÇA (09/12) - terça - 22h55; quarta - 23h; quinta - 23h; sexta - 23h20 e sábado - (não definido) - TV GLOBO
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sítio do pica pau amarelo
Obra-prima de Machado de Assis volta modernizada na microssérie 'Capitu'

Embalada ao som de Jimi Hendrix; pelos acordes metálicos de "Iron man", de Ozzy Osbourne; e por uma canjinha de "Cheek to Cheek", adocicada pelo gogó de Fred Astaire, "Capitu", a nova microssérie de Luiz Fernando Carvalho, estréia nesta terça-feira na Globo, às 22h55m, dando à literatura de Machado de Assis (1839-1908) um ar de ópera-rock. A trama vem de "Dom Casmurro" (1899), um marco do romance nacional. Mas vai ter gente achando que é "Maria Antonieta", de Sofia Coppola. Só que a atração é bem mais lúdica do que o filme de Sofia, trazendo um tom da mais pura brasilidade. Nunca se viu século XIX mais pop, com flertes entre o jovem Bento Santiago (César Cardadeiro) e Capitu (Letícia Persiles, vocalista do grupo Manacá) na levada de "Elephant gun", da banda Beirut.
- "Capitu" é uma oferta de reconciliação entre Machado de Assis e os jovens - explica o cineasta e diretor de TV Luiz Fernando Carvalho.
Consagrado por sucessos como a novela "Renascer" e a série "Hoje é dia de Maria", Carvalho encara "Dom Casmurro" como "um romance interativo", que mistura crônica e ópera:
- A estrutura do livro é quase a de um conjunto de microcontos separados por entretítulos, como se fossem as cartelas de texto do cinema mudo. É uma literatura de colagens. Isso é algo que está na ordem do dia. Por isso, eu me preocupei em oferecer aos jovens, que estão acostumados a essa interatividade, o Machado que vem sendo mal administrado nas escolas, numa obrigatoriedade de ensino para adolescentes de 14 e 15 anos que não têm condições de absorver sua sutileza.
Na tela pequena, a leitura de Carvalho para "Dom Casmurro" se preocupa pouco com a hipótese de adultério de Capitu (vivida na idade adulta por Maria Fernanda Cândido). A série se concentra mais em dissecar o mundo de aparências em que ela desconcerta o coração e os dogmas de dândi do jovem Bento. Mais velho, o personagem é confiado ao poeta, ator e apresentador Michel Melamed.
- Mais do que um poeta, Melamed é um falador. Ou melhor, um fala-dor, com hífen. É alguém que fala da dor - ressalta Carvalho.
Escobar, o amigo de infância de Bentinho que será o combustível de suas desconfianças, é encarnado por Pierre Baitelli. A relação dos dois é capaz de atiçar a malícia do público.
- Há uma homo-afetividade explícita entre eles que é natural do mundo de dândis do século XIX. Bentinho é filho da elite branca que devia sua existência à escravatura. Aquela elite cínica, falsa e inconfiável, que nasceu no Brasil querendo ser francesa, gerava frutos como Bentinho. Frutos indefinidos - frisa o diretor.
Dividida em cinco capítulos, "Capitu" é o segundo programa do projeto "Quadrante", voltado para diálogos com obras literárias de diferentes regiões do Brasil. O primeiro foi o polêmico "A pedra do reino", ancorado na prosa de Ariano Suassuna, que foi ao ar em 2007, com baixos índices de audiência. Na ocasião, "A pedra..." rachou o gosto dos críticos com sua aridez narrativa. Hoje, às vésperas da estréia de seu novo trabalho, Carvalho refuta a idéia de que a descolada roupagem da nova série seja um esforço seu para atrair telespectadores.
- Talvez eu tenha tido uma leitura hermética em "A pedra do reino", mas ela foi necessária naqueles dias. Como diz Ariano, aquela microssérie é para ser entendida daqui a dez anos. "Capitu" segue a estrutura que tem porque cada livro do projeto "Quadrante" exige um exercício de linguagem diferente. A cada um, eu sou forçado a rever meu olhar - afirma o diretor, que rodou o novo trabalho no prédio do Automóvel Clube do Brasil, no Passeio. - "Dom Casmurro", que foi escrito a partir das ruínas de um tempo, com ceticismo em relação ao futuro que viria, revela um Machado dadaísta, que trabalha a partir de restos. Por isso, a narrativa desta microssérie dialoga com um conjunto de restos de imagens de arquivo. Daí ter filmado no velho prédio Automóvel Clube. Filmei lá porque ali também havia ruínas de um tempo.
Filmes como "Drácula de Bram Stoker" (1992), de Coppola, e "As loucas aventuras de Rabbi Jaccob" (1973), de Gérard Oury, são evocados a cada plano de "Capitu". Mas Carvalho, aclamado como cineasta com "Lavoura arcaica" (2001), não foi à telona buscar parâmetros para narrar "Dom Casmurro". Ele se aproximou mais da obra de artistas plásticos afeitos a colagens, como o francês Jacques Villeglé e o georgiano Andro Wekua, e do teatro.
- "Capitu" dialoga com "O doente imaginário", de Molière, uma vez que Bentinho se inflamou em suas imaginações, elegendo aparências como verdades absolutas. Esse embate entre aparência e verdade é uma crítica à própria televisão, que nos leva a crer que estamos na mais fina das repúblicas neste Brasil de coronéis e de milícias. Isso já estava em Machado, o que mostra o quanto esse escritor era moderno.
É nessa visão de modernidade que "Capitu" melhor pode surpreender os professores do ensino médio, que lutam para fazer de "Dom Casmurro" uma leitura prazerosa.
- Uma das formas de vencer a indiferença dos alunos ao livro é apelar para a questão do suposto adultério de Capitu. Mas essa polêmica é o que menos importa diante do ensaio existencial de Machado sobre como a dúvida impede um homem de viver - diz o professor de Literatura Diogo de Oliveira Mendes, que assistiu aos primeiros capítulos da microssérie a convite do GLOBO, e exclamou um "Dar aula agora será mais fácil!" ao fim da exibição.
Mestre em Literatura pela UFRJ e professor da rede Ponto de Ensino, Mendes diz que "Capitu" faz mídia e cultura comungarem sem hermetismos.
- Ao ultrapassar a questão do adultério, Carvalho explora de forma poética como Bentinho é a alegoria de como uma idéia fixa pode auto-anular alguém. Esta é a atemporalidade do livro, tão importante de ser compartilhada em aula, para além de discursos oficialescos.
Para o diretor, o maior desafio de "Capitu" era o de tirar Machado dessa oficialidade:
- Falar de "Dom Casmurro" é lidar com a juventude. Para isso, é preciso desvelar Machado, tirando a redoma de presidente da Academia Brasileira de Letras em volta dele e deixando o Bruxo solto.
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Luiz Fernando Carvalho lança livro sobre o processo de criação da minissérie 'Capitu'

O diretor Luiz Fernando Carvalho lança dia 9 de dezembro, as 19h, na livraria da Travessa do Centro Cultural Branco do Brasil o livro "O processo de Capitu". A obra relata o processo de produção da minissérie da TV Globo cujo foco é a célebre personagem criada por Machado de Assis em sua obra "Dom Casmurro". A personagem principal é interpretada por Letícia Persiles, na primeira fase (Capitu menina), e Maria Fernanda Cândido, na segunda (Capitu mulher).
Durante dois meses, os atores e a equipe técnica se reuniram semanalmente e assistiram a palestras sobre a obra de Machado de Assis. Participaram desse projeto o historiador Antonio Edmilson Martins Rodrigues, o médico psiquiatra e analista junguiano Carlos Amadeu Botelho Byington, o jornalista, escritor e tradutor Daniel Piza, o professor e escritor Gustavo Bernardo, os psicanalistas Luiz Alberto Pinheiro de Freitas e Maria Rita Kehl, e o diplomata e ensaísta Sérgio Paulo Rouanet.
Na segunda parte, em um texto sobre o processo de criação da minissérie, o diretor Luiz Fernando Carvalho propõe que "Capitu" não é uma simples adaptação de "Dom Casmurro", mas um diálogo com a obra original, na qual a história é centrada nesta figura enigmática e cheia de sombras. Explica também como a ópera - paixão de Machado - inspirou o clima e o visual da minissérie.
domingo, 23 de novembro de 2008
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Capitu estréia em dezembro com bastante romance e intrigas
Em dezembro estréia na Globo mais uma produção de seu departamento de dramaturgia. Um dos seus especiais de fim de ano será a adaptação de Dom Casmurro, de Machado de Assis, que será titulado Capitu.
A microssérie será dividida em duas partes, seguindo fielmente o roteiro do autor realista. A primeira terá o romance em evidência, com a paixão de Capitu (Letícia Persiles) e Bentinho (César Cardadeiro) e a segunda terá um caráter mais violento, afinal, Bento (que na fase seguinte será Michel Melamed) passará a ter um cíume doentio por sua esposa Capitu (interpretada, na segunda parte, por Maria Fernanda Cândido).
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