segunda-feira, 12 de abril de 2010
Espiritualidade, amor e audiência
Anjos, espíritos e reprodução assistida. A nova novela da seis da Globo, Escrito nas estrelas, de Elizabeth Jhin, que estreia hoje, une espiritualidade e ciência. A trama vai questionar os limites entre os planos físico e espiritual e debater os avanços da ciência genética.
Estas questões, na verdade, servirão como pano de fundo de uma grande história de amor. Com direção de núcleo de Rogério Gomes, espera-se que Escrito nas estrelas alavan que a audiência do horário das 18h, cuja última novela, Cama de gato, veio registrando médias em torno dos 26 pontos. A antecessora, Paraíso, chegou à casa dos 30 pontos na reta final.
A expectativa de Elizabeth Jhin é que sua história mantenha os bons índices.
Brincando de ser Deus
– A ideia surgiu após ler um artigo sobre reprodução humana e os aspectos éticos ligados à ciência genética. Pensei em como seria uma mulher gerar um filho com o sêmen de um homem já falecido e comecei a me perguntar sobre as implicações de um ato desses na esfera espiritual – conta a autora, que também escreveu Eterna magia (2007) para o horário das seis.
Na trama, Ricardo (Humberto Martins) é um médico conceituado, dono de uma clínica de reprodução assistida.
Quando perde seu único filho, Daniel (Jayme Matarazzo), em um acidente, ele descobre que o rapaz havia congelado o sêmen antes de morrer. A partir daí, o médico procura uma mulher para ser inseminada e lhe dar um neto para preencher sua vida infeliz. A escolhida é Viviane (Nathália Dill).
Quando a mocinha engravida, Ricardo acaba se apaixonando por ela. E é a partir daí que a novela entra no plano espiritual.
A fim de impedir que Viviane se envolva com seu pai, o espírito de Daniel vai aparecer para a jovem e disputará seu amor. Mas não é só: o rapaz terá o tempo todo a compa nhia de seu anjo da guarda, Seth (Alexandre Rodrigues). Para completar, a falecida mãe dele, Francisca (Cassia Kiss), fará várias aparições ao longo da história.
Católica, Elizabeth Jhin admite ter grande interesse pelo tema espiritualidade. Por isso, pensou que poderia ser interessante trazer para sua nova história inquietações pelas quais todos nós passamos: De onde viemos? Para onde vamos? Podemos vencer todas as barreiras por um grande amor? Outro assunto polêmico são os avanços no campo da ciência genética, que deram ao homem a possibilidade de decidir sobre a vida e sobre qual ser humano deve ou não nascer, como se brincássemos de ser Deus.
– Os questionamentos sobre a humanidade despertam minha curiosidade.
Apesar de tudo, a autora garante que não vai fazer uma novela espírita, assim como foi A viagem, que a Globo exibiu em 1994 com enorme sucesso.
Para Elizabeth, qualquer telespectador, independentemente da religião, poderá assistir à novela sem melindres.
Inspiração no cinema
Minha intenção é enfocar a espiritualidade no seu sentido amplo, aquela que existe dentro do homem desde que ele se pôs de pé e conseguiu olhar para o alto. É uma espiritualidade ligada à alegria e ao amor entre as pessoas.
O cinema, que já tratou do assunto em filmes poéticos como Asas do desejo (1987), de Wim Wenders, ou lacrimosos como Ghost – Do outro lado da vida (1999), de Jerry Zucker, também foi um referência muito forte para a autora.
– Assisti há alguns anos a Asas do desejo e me apaixonei, tornou-se o meu filme predileto.
Recentemente, assisti à continuação, Tão longe, tão perto (1993), e me encantei novamente com a forma como Wenders ousa mostrar a queda da barreira que pensamos existir entre o mundo material e o mundo espiritual.
A autora Elizabeth Jhin diz que não vai escrever uma novela espírita, como ‘A viagem’
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