Paola ocupa o lugar de Ana Paula Arósio, que deixou a trama alegando não estar satisfeita com sua personagem, a mocinha Marina (em comunicado na semana passada, a TV Globo informou que a atriz teve seu desligamento da emissora formalizado em dezembro). Já Braga Nunes assume o papel do vilão Léo, que seria vivido por Fábio Assunção. O ator saiu da novela com as gravações já iniciadas, para tratar de problemas de saúde.
- Estou confiante no trabalho dos dois - aposta Gilberto Braga.
Para Linhares, escrever para ambos é um desejo antigo:
- Namoro a Paola desde "Belíssima" e ela estava ótima fazendo a vilã de "Cama de gato". E há anos quero escrever para o Gabriel. Ele seria um dos protagonistas de "Porto dos milagres", mas não rolou o convite. Gabriel trabalha com o olhar, a respiração, a pausa sem excessos ou maneirismos - afirma Linhares, valorizando ainda mais a escolha da dupla: - Além de talentosos, os dois têm carisma, star quality.
Cientes da responsabilidade que têm pela frente, Paola e Braga Nunes conversaram com a Revista da TV, a poucos dias da estreia.
- A maior emoção a gente passou separado. Depois que eu soube que faria Marina fiquei na expectativa para saber quem viveria Léo. Vi o Gabriel na sala de maquiagem e comemoramos muito - relembra Paola, que planejava férias quando recebeu o convite: - Sempre que começo a pensar em descansar aparece algo ainda melhor para fazer. Vou planejar férias mais vezes (risos).
Atuar na TV também não estava nos planos imediatos do ator. Depois de participar de cinco novelas nos últimos cinco anos, ele conta que sofreu uma "overdose televisiva".
- Realizei que estava me dedicando demais ao trabalho e de menos à minha vida. Foram cinco novelas, três protagonistas, achei que era saudável dar um tempo. Por isso, planejava tirar o ano para fazer apenas coisas gostosas - diz ele, que mantinha contrato por obra com a Record.
No entanto, a ligação do diretor Dennis Carvalho o fez mudar de ideia.
- Não planejei nada. Não foi articulado. A proposta era irrecusável, é um personagem almejado. Historicamente, os vilões do Gilberto são marcantes, um prato cheio para qualquer ator. Não pensei duas vezes. Primeiro a gente aceita, depois vê no que vai dar - ensina.
A palavra substituto, todavia, não é a preferida do ator para definir a situação:
- É... Hum... É porque, na verdade, não é um substituto, né? Ou é? É que essa palavra me lembra banco de reservas, futebol, sou homem, né? Ocupar o lugar de Fábio é muita honra, porque ele é uma referência de bom ator para mim. Ficaria feliz se ele estivesse junto. Sei que ele está torcendo e esse quiproquó todo me incentivou mais ainda a fazer a novela.
Já Paola prefere não pensar na questão:
- As saídas foram diferentes. Com relação ao Fábio, a gente, pessoalmente, fica com uma sensação de perda mais emocional, ele é muito querido. Quanto a Ana, não tive nada a ver com isso, não cabia a mim. Só sei que estou muito feliz, minha vontade é abraçar e agradecer pessoalmente a cada um. Agora é esquecer esse burburinho.
Tanto para ela quanto para Braga Nunes, a vontade de trabalhar com Gilberto Braga e Carvalho foi primordial para o "sim".
- Gente, está reprisando "Vale tudo", que é maravilhosa. E, imagina, eu era apaixonada pela Laura (Claudia Abreu) de "Celebridade", a cachorra - empolga-se a atriz, que prefere manter a modéstia sobre a escolha: - Acho que é um conjunto de coisas. Há muito tempo Dennis brinca dizendo que adoraria trabalhar comigo. Não sei o que tinham em mente para Marina e não sei o que fez isso ser real. Sei que sou muito aplicada e "caxias" com meu trabalho.
Segundo a atriz, fazer um papel tão tradicional como o da mocinha é mais difícil, porque pode cair no lugar comum. Paola conta que, quando fez o episódio de "As cariocas", por exemplo, se sentiu mais à vontade. Ela lembra que não se preocupou, entre outros fatores, com a aparência, o que lhe deu mais liberdade para interpretar o papel.
- Acho também que nunca fiz uma personagem tão real como a Marina. Esta questão da aceitação do público depende muito do quanto você se entrega. Marina é como qualquer outra, passa por situações normais como se apaixonar pelo mocinho sem saber que ele vai se casar com uma amiga dela. Quem está errado nesta história? Ninguém! E não vou privá-la do sofrimento, porque senão ela fica dura - explica Paola.
- É um personagem amoral, sem caráter, multifacetado e, por isso, tão estimulante. Cada relação ele estabelece de uma maneira, parece vários em um só - define o ator, que regravou cenas já feitas por Assunção: - Somos amigos e trocamos figurinhas, mas estou fazendo do meu jeito. Foram quatro dias entre assinar e começar a gravar, portanto estou aprendendo mais com o Léo no dia a dia. Como novela é uma obra aberta, que pode mudar, também não é bom fazer grandes caracterizações, porque o personagem pode ficar distante.
Voltados para o trabalho, eles não querem antecipar o que vem por aí.
- Prefiro não pensar nas críticas (risos). Sei que é uma exposição grande, ainda mais pelo que aconteceu - pondera Paola.
E Gabriel?
- Se estou preparado? Tomara que sim.
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