sábado, 26 de janeiro de 2013

Pé na Cova | Primeiras Impressões



Uma família totalmente disfuncional.

A nova comédia da Rede Globo estreou ontem, trazendo em suas raízes, acima de tudo, uma família nada convencional. Denota-se que as criações de Miguel Falabella fogem da obviedade e já é uma marca registrada do autor/ator criar esses tipos de famílias. Pé na Cova retrata uma família que tira seu sustento através da morte das pessoas, mas devido a longevidade dos moradores em Irajá, a funerária está passando por grandes dificuldades.

O que não vimos neste primeiro episódio foi a premissa ser explorada, o foco acabou sendo apresentar os inúmeros personagens, o que tomou bastante tempo em cena. Outro fator preocupante são os textos longos, a piada ela tem que rápida e objetiva, não sendo assim, se torna cansativa. O interessante da série é acompanhar o cotidiano da família que vive da morte, algo bem distinto do que estamos acostumado, pois foge da nossa atenção. A morte é tratada com respeito e utilizá-la como plano de fundo para o humor, pode acabar sendo um risco, mesmo assim, aposto em bons episódios.

Por outro lado, a série possui um elenco de primeira, mesmo que alguns rostos sejam novos para público. Temos Ruço (Miguel Falabella) o patriarca da família. Darlene (Marília Pêra) ex-mulher de Ruço e maquiadora oficial dos mortos. Abigail (Lorena Comparato) é a atual mulher de Ruço, mesmo sendo 30 anos mais nova do que ele. Odete Roitman (Luma Costa) é a filha mais velha de Ruço e uma das personagens mais interessante e Alessanderson (Daniel Torres) é o caçula da família e tem um grande sonho de ser vereador.

Dentre os personagens, destaco dois que me saltaram aos olhos. Odete Roitman possui uma peculiaridade impar. É do seu trabalho de strip tease na internet que está vindo o grande sustento da família, até por isso Ruço não implica tanto com a filha. Ela ainda namora outra mulher, Tamanco (Mart’Nália), uma borracheira de sucesso no bairro. O que pode incomodar o público em um primeiro momento é Ruço ser conivente com a forma que a filha ganha dinheiro usando o corpo e como o assunto é tratado com tal naturalidade pela família.

A empregada Adenóide (Sabrina Korgut) é seus casos de pobreza são bem divertidos. Além ainda dela morar longe e utilizar deste fato para mostrar sua desgraça. Ela se encaixou muito bem e suas piadas tiveram um timing certo.

Não podemos deixar de comparar “Pé na Cova” e “Toma Lá, Dá Cá”. Por Miguel sempre utilizar uma família em suas séries, as comparações acabam vindo em grande escala. Em ambas as séries à uma empregada e suas histórias estranhas (Adenóide e Bozena). Uma mulher de idade que não possui escrúpulos e senso do ridículo (Darlene e Copélia). Além ainda de uma filha maluquinha (Odete Roitman e Isadora).

Há série precisa focar na sua premissa e mostrar realmente o dia a dia da família na funerária. Se todos os episódios tivermos todos os personagens em cena, ficará um tanto insuportável, pois o tempo é pouco para abranger a todos. A história, antes de tudo, precisa ser desenvolvida. Se não tivesse feito uma pesquisa, ficaria um tanto difícil saber o nome dos personagens pela agilidade que ambos foram jogados em cena.

Teria sido mais aproveitoso se os personagens fossem sendo apresentados naturalmente e não criar situações para inseri-los. Os personagens já possuem suas particularidades incomum e não vejo com bons olhos maximizar ainda mais os seus trejeitos.

A boa química entre Miguel Falabella e Marília Pêra chega a ser um dos diferenciais na série, que abusa dos dois em cena. Darlene possui problema com a bebida e seus surtos geram na família grandes desconfianças dela vir a roubar algum morto. Como ocorreu anteriormente, o que acabou levando-a para uma clinica. A série ainda irá se apoiar no atrito entre Abigail e Darlene para ver qual das duas irá ditar o ritmo da casa.

Ri alto com Darlene contanto para Ruço que a filha estava namorando Tamanco...toma Rum...Não deixa o Rum de vencer..são de momentos assim, imprevisíveis, que acaba fazendo toda a diferença.

Os outro personagem que compõe a trama são: Bá (Niana Machado) uma senhora caduca. Marcão (Maurício Xavier) é o irmão de Tamanco, que em outros momento se transforma na glamurosamente Markassa. Juscelino (Alexandre Zachia) é o braço direito d Ruço na funerária, fazendo de tudo um pouco, além ainda de não bater bem da cabeça e não ter o dinheiro para comprar o remédio. Ele é irmão de Luz Divina (Eliana Rocha) mulher contrata por Ruço para chorar nos velórios. E para finalizar, as irmãs gémeas de pais diferentes Soninja (Karin Hils) e Giussandra (Karina Marthin) e ainda dona da carrocinha Cachorras-Quentes.

Não poderia terminar essa review sem antes mencionar a cena inicial da série, apresentando a família Pereira através de um comercial de margarina. Uma família estrutura, rica e feliz. Uma critica as propagandas que mostram famílias perfeitas, quando na verdade sempre á uma anormalidade.

E mais:

Darlene dando de médium para conseguir o isqueiro de ouro e o sapato de marca do difundo foi demais.

A abertura da série foi inspirada no curta-metragem da Disney, “Skeleton Dance”, de 1929, que integra a coletânea de “Silly Simphonies” do estúdio. 

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