Quem comparou “S.O.S. Emergência” ao programa de humor hospitalar “Scrubs” vai ter que rever os seus conceitos. Em sua segunda temporada, a casa de saúde aqui é um mero cenário praticamente sem interseção com a história. Dá para afirmar sem errar que “S.O.S.”, com seus draminhas de escritório quase sempre de caráter sexual, está mais para “The Office”. A ação se concentra nas picuinhas do ambiente de trabalho e o roteiro aposta na força individual dos talentos. Nada de histórias amplas, que, num programa de humor, podem levar a cenas confusas ou à gritaria. Cada um tem a sua vez. É um acerto.
Anteontem, Marisa Orth e Bruno Garcia se digladiaram e não só nos diálogos. Tiveram direito a um duelo de olhares e piscadelas diante de câmeras reverentes. “S.O.S.” prescinde de claque: tem atores que sabem tudo sobre dar a dica da gargalhada. Mérito também do diretor, Mauro Mendonça Filho.
Ney Latorraca é um capítulo à parte. Com um currículo comprido de grandes personagens de humor, ele enche a tela como Dr. Solano. Fernanda de Freitas é uma revelação. Ela fez muitas novelas, mas parece ter se encontrado mesmo como comediante.
“S.O.S.” é despretensioso, diverte e não se arrasta. No fim, mostra as falhas de gravação, os ensaios, os risos sinceros dos atores fora do ar e prova que todo aquele humor é de verdade. Uma lição que Mauro talvez tenha trazido do “Toma Lá, Dá Cá”, que usava do mesmo expediente. “S.O.S.” fecha bem o domingo.
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