Em 2012, o mundo não acabou
e a TV avançou. Dispostas a conquistarem espaço, todas as emissoras
promoveram estreias (e cortes) e repaginaram suas atrações. Muita coisa
deu errado, mas, em compensação, não faltaram sucessos que caíram nas
graças do público. As novidades (e até
mesmo algumas antiguidades) pararam o Brasil.
Confira agora os destaques da TV do ano de 2012:
A AVENIDA QUE PAROU O MUNDO
Se a tradicional ‘novela das 21h’ já era responsável pelas reuniões familiares, Avenida Brasil
elevou a classe e promoveu “reuniões” em bares, condomínios,
restaurantes e até nos bastidores de programas da concorrência. O Ibope
foi incapaz de medir com exatidão o real sucesso da trama, que ditou
tendências, bordões e paixões.
Dos ovos benedict de Nina ao “hi hi hi” de Nilo, Avenida parou o Brasil. No Twitter, avatares foram “congelados”, enquanto a Veja
tentava explicar o fenômeno; já Zezé desafiou alguém a chamá-la de
amendoim e foi alçada à condição de ‘meme’. Tufão aderiu à literatura
clássica enquanto os telespectadores tentavam lhe avisar quem era sua
doce esposa.
No capítulo final, quase 80% dos lares brasileiros ficaram em silêncio enquanto Carminha chorava.
Tudo isso por culpa da Rita, é claro. Culpa dela e de uma equipe que entrou para a História da teledramaturgia nacional.
AS ‘BRABULETAS’ VOARAM
Quem aí se lembra das empregadas
domésticas caladas e comportadas, que mal abriam a boca durante a novela
e só apareciam ao atender o telefone? Cheias de Charme declarou sua extinção.
A novela dos estreantes Filipe Miguez e
Isabel de Oliveira entrou para o rol de tramas inesquecíveis ao apostar
em protagonistas inimagináveis: Saíram as mocinhas de vestidos
impecáveis e entraram as “mocinhas do avental”.
Com uma atuação sublime, Cláudia Abreu
encarnou uma diva em decadência e, mesmo caricata, atingiu o ponto
máximo do realismo. O trio de Empreguetes (que pega às 7…) também não
deixou por menos. O sucesso é tanto, que segundo boatos, as “curicas”
são as novas queridinhas do rei Roberto Carlos…
UMA MULTIDÃO QUE EMBARCOU
Contando uma história tão conhecida quanto a Branca de Neve, o SBT renasceu e recuperou a tão sonhada vice-liderança. Carrossel,
produção simplória (e barata), cativou milhões de fãs (e anunciantes),
dobrando a audiência da emissora em sua faixa de exibição e derrotando a
Record em todos os confrontos até agora.
A novelinha triunfou ao encontrar uma
fatia de público há muito abandonada pelo horário nobre: as crianças.
Rendidos, muitos papais e mamães embarcaram no Carrossel do SBT
e compraram CD’s, DVD’s e bonecas que desapareceram das
prateleiras. Encabeçando o elenco, Rosanne Mulholland compôs uma Helena
suave, que arranca suspiros com a facilidade de quem há muito é
acostumada a encantar. Encarnando a mini-vilã Maria Joaquina, coube a
Larissa Manoela chefiar o elenco infantil e espantar o público com sua
maturidade ao “domar” uma personagem capaz de despertar raiva e
compaixão.
A despeito da “mídia especializada” Carrossel manteve-se em alta, chegando a incomodar a milionária Salve Jorge
de Glória Perez. As crianças apaixonadas e os papais livres para
descansar durante uma horinha agradecem. O SBT também, é claro.
O REI SOLITÁRIO
Num ano dificílimo para a Record, a emissora se destacou com Rei Davi. A
minissérie, terceira do filão ‘bíblico’, contou a belíssima história de
um homem imperfeito tentando permanecer fiel ao Deus Perfeito. Com
direção impecável e atuações convincentes, Rei Davi incomodou a Globo em diversas ocasiões e, mais importante do que isso, consolidou a Record como sinônimo de qualidade, ao menos num nicho do mercado.
“SITCONS” GLOBAIS
Da ainda “fresca” Tapas e Beijos à tradicionalíssima A Grande Família,
as séries da Globo se destacaram em 2012. A emissora conseguiu,
definitivamente, trazer um pouco da linguagem americana de seriados ao
gosto popular. Se há alguns anos o formato de “sitcom” (“Comédias de
situação”) ainda engatinhava no Brasil, hoje ele já corre a passos
largos. Tapas e Beijos, por exemplo, já superou o Ibope da atual novela das 19h.
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