sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O cotidiano de três irmãos bem diferentes é o mote de 'Open bar', nova série no Multishow


Centrada no cotidiano de três irmãos completamente diferentes e que tentam tirar o estabelecimento da família da bancarrota, pode-se dizer que "Open bar", série que estreiou neste domingo, às 22h, no Multishow, tem um quarto protagonista: a agitada vida noturna da Lapa, bairro boêmio do Rio. Foi lá, no Bar da Ladeira, que o programa de 13 episódios foi gravado. Mas também foi de lá que o roteirista Álvaro Campos, ex-sócio da casa, tirou as histórias que cruzam os caminhos de Angélica (Karen Coelho), Babú (Silvio Guindane) e Rafa (George Sauma).

- Muitos casos foram tirados dali. O do policial militar que não quer pagar a conta porque é policial, o da prostituta que se passa por cliente para laçar marmanjos desavisados, barman disputando quem pegava mais mulheres, malandrões do samba que não eram tão malandrões assim, fiscais de milhões de coisas aparecendo no meio da madrugada... A vida do bar foi o pano de fundo perfeito para as histórias que pretendíamos contar - diz Campos, que repete com o diretor Pedro Antônio a parceria de "Os buchas", série da Oi TV que já vai para a terceira temporada. - A ideia de "Open bar" veio totalmente dessa experiência. O lugar era lindo, espaçoso e desde que tinha entrado na aventura de investir num bar, pensava em gravar alguma série ali. Ia ser a união de duas paixões. Pena que o bar faliu antes disso...

E a falência real do boteco, que na ficção pertence a Tony (vivido por Tony Tornado), inspirou o ponto de partida da série. Depois de sua morte, Angélica, Babú e Rafa têm que se unir para quitar as dívidas e tentar $sua herança. Seria fácil se Angélica não fosse uma estudante de Medicina recatada e religiosa, se Rafa não fosse um nerd que não pega ninguém e se Ubaldo, o Babú, que já ajudava o pai nos negócios, não tivesse feito uma promessa bizarra.

- Babú se sente culpado: quando o pai ligou, precisando de ajuda, ele estava em um motel. Então prometeu não pegar ninguém até levantar o bar. Mas a série não é politicamente correta: os personagens piram e a gente sempre improvisa. E Babú, claro, praticamente quebra a promessa - adianta Guindane, de férias na Record e atualmente dedicado ao teatro e à divulgação do filme "5x Favela, agora por nós mesmos", que estreou neste fim de semana.

O politicamente incorreto que Guindane elogia de fato tem lugar cativo na série. E disso George Sauma, que se destacou como Tatalo em "Toma lá, dá cá", na Globo, entende bem. O moço, amigo de Gregório Duvivier e de Rafael Queiroga, foi indicado para "Open bar" por se encaixar no quesito "moleque cara de pau". Acabou virando Rafa, que tenta se espelhar no ex-pegador Babú.

- Acabei de passar por esses momentos, essas paranoias de primeira vez que o Rafa tem. Mas a segunda é sempre melhor, né? - brinca o ator, que se divertiu durante as gravações. - Gravávamos das 8h às 20h e já cedo rolava uma maluquice forte na área. Às 7h30m ainda tinha gente bebendo cachaça! E como eu frequento muito a Lapa, o Circo Voador, às vezes esticava e já ficava por ali, emendava.

Com pouca experiência na comédia, Karen Coelho diz que está se acostumando a carregar nas tintas com Angélica. Vinda do teatro e com passagem por uma novela, "Ciranda de pedra", a mocinha da série está bem longe de ser uma criatura normal.

- Angélica descobre que tem vocação para a Urologia, mas como é superreligiosa acha que é uma profissão do pecado. Mas ela não é certinha - conta Karen, que gravou cenas na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Uni-Rio), em meio a cadáveres e ossos, e se divertiu por ter Tony Tornado como "pai" na trama: - Ele contava histórias dos festivais, do tipo "meus adversários eram só gente ruim: Tom Jobim, Chico Buarque...".

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