segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Vida nova para velhos programas do canal Viva


Aproveitando a maré de nostalgia que veio junto com as comemorações pelos 60 anos da televisão, esta pode ser uma hora oportuna para falar do Viva, lançado este ano pela Globosat. O canal foi pensado para cativar um público de donas de casa — a rainha do lar clássica, que não trabalha ou tem uma atividade de meio expediente — e a classe C, que vem aderindo cada vez mais à TV por assinatura. Para esta mulher, que reina em família nos almoços de domingo, há as receitas do “Mais Você”, de Ana Maria Braga, as novelas, os filmes dublados etc.

Mas, lembrando aquela máxima que diz que “atirou no que viu e acertou no que não viu”, o Viva virou uma unanimidade entre o público adolescente. São os espectadores de 12 a 18 anos, que, costuma-se garantir, estão mais para a internet que para a televisão. Eis que eles são os que mais comentam a programação do canal nas redes sociais.

“Hilda Furacão”, de Glória Perez, por exemplo, é de 1998. Quem hoje tem 18 anos, naquela época, aos 6, provavelmente estava dormindo no horário de exibição do programa. Agora vê. Outro hit, a novela “Por Amor”, de Manoel Carlos, oferece a este novo público a chance de conhecer o drama da troca dos bebês armada por uma mãe desesperada.

Dá para fazer uma analogia com o que dizem sobre “Malhação”: os espectadores vão se renovando à medida em que deixam a adolescência para trás; e novos garotos chegam para assistir à novela. Se o Viva continuar investindo em programação de qualidade que sobrevive ao tempo, tem plateia garantida. A não ser que as taxas de natalidade caiam vertiginosamente no Brasil. Mas aí são outros 500.

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