quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Crítica: Junto & Misturado é ótimo


Estreia da última sexta-feira na Globo, “Junto & Misturado” trouxe novos — e velhos — ares para o humor na televisão. Novos porque parte do elenco, embora já conhecido do público de TV, veio do teatro, e de um circuito ainda meio alternativo. É o caso dos ótimos Fábio Porchat e Gregório Duviver. Além disso, diferentemente de outras atrações do gênero, este programa não é picotado em esquetes. Cada bloco tem um tema e, pelo menos nesta estreia, a aposta no (com o perdão da redundância) fôlego prolongado, foi um acerto.

Por exemplo, o primeiro bloco, dedicado à burocracia, estava divertidíssimo. Bruno Mazzeo e Fábio Porchat se afogavam em formulários e fotocópias na árdua batalha pela obtenção de documentos numa repartição pública. Apesar do esforço da dupla em cumprir o requerimento, estava sempre faltando algo. Até que um deles fez a pergunta que já ocorreu a todo espectador: alguém confere tudo isso, ou eles usam a papelada como calço de mesa?

Todos os blocos foram igualmente engraçados, resultado de uma combinação do bom texto com a direção competente de Maurício Farias e Luís Felipe Sá. Por outro lado, “Junto e Misturado” revisita um humor já conhecido, o que não é demérito. Moisés tirando cópia dos mandamentos e reconhecendo a firma divina, e um fiscal de obras “fechando o perímetro” da construção das pirâmides por falta de documentação lembrou História do mundo”, de Mel Brooks, e o humor de Monty Python. Mas, afinal, estas são ou não são ótimas referências?

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