terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Especial de Natal 'Do-Ré-Mi-Fábrica', com Lázaro Ramos, traz ator revelação de 11 anos


Nascido em Mirante da Serra, Rondônia, Maicom Coelho, 11 anos, foi descoberto através do YouTube: um clipe da música "Menino de rua", no qual ele canta ao lado do baiano Pepe Moreno, revelou o seu talento. Mas até ser contratado para trabalhar com Moreno, seu ídolo, e fazer o tal vídeo, Maicom protagonizou uma saga digna de "2 filhos de Francisco", com direito a participações em shows de calouros e tudo. Essa história bem poderia ilustrar um conto de Natal, mas é apenas a jovem biografia do protagonista do especial de fim de ano da TV Globo, o "Dó-Ré-Mi-Fábrica", com direção geral de Denise Saraceni e concepção musical de João Falcão, que será exibido quarta-feira, dia 23, depois de "Viver a vida".

Ao lado de Lázaro Ramos, Nathália Dill e Chico Diaz, Maicom faz sua estreia na TV no musical escrito por Péricles Barros. Ele é Tom, um menino pobre, catador de lixo, que trava uma batalha ao lado de Ludovico (Lázaro), inventor de instrumentos musicais bem inusitados, para convencer empresários a investirem em música. A dupla precisa salvar a Dó-Ré-Mi-Fábrica - empresa comandada por Ludovico e por seu irmão gêmeo, Arquimedes - da falência.

- Estava em busca de um menino que tivesse a música dentro de si, não queria um ator - conta Falcão. - Fiz uma busca combinada na internet com "garoto/guitarra" e "menino/bateria", até que achei o vídeo do Maicom, com mais de 2 milhões de acessos.

Inicialmente, Tom só tocaria instrumentos no especial, mas como Maicom cantando é um espetáculo, duas músicas foram inseridas no roteiro: "Trenzinho do caipira", de Villa-Lobos e Ferreira Gullar, e "Boa noite, noite", criada especialmente por Falcão para o programa.

Fã de Zezé di Camargo & Luciano, Maicom passou um mês no Rio para gravar o especial. Fora a fase de adaptação, foi uma semana de ensaios mais 10 dias de gravações frenéticas.

- Foi cansativo e divertido. Em alguns dias gravamos até quatro horas da manhã, mas já estava acostumado. Quando viajei em turnê com a banda de Pepe Moreno ficava acordado até sete horas - conta Maicom que, como morre de medo de avião, precisou viajar por três dias de ônibus para voltar para a sua Rondônia.

O menino realmente não cansa e, no último dia de gravação, ainda sacolejava entre Nathália e Lázaro enquanto a diretora fazia a marcação da cena. Embora novato, ele não se intimidou com as câmeras.

- Decorei minhas falas, as do Lázaro e as da Nathália em cinco dias, de tanto ler o texto. A minha parte foi a mais difícil, pois é a mais longa - gaba-se Maicom, aluno da 5o ano do Ensino Fundamental.

Lázaro, aliás, também teve trabalho dobrado para dar vida aos gêmeos Ludovico (com uma cabeleira de dreadlocks) e Arquimedes (dono de madeixas lisas). Em um primeiro momento, nota-se que um é o mocinho e o outro é o vilão. Mas Lázaro explica que não é assim que a banda toca:

- Dependendo do momento da história, os papéis são invertidos. Na ânsia de ser empresário, o Arquimedes esquece da criatividade, que é exatamente o lado bom do irmão. Ludovico, por sua vez, só pensa em criar e esquece que precisa vender os instrumentos. Eles se complementam - defende Lázaro. - É história contemporânea. Não precisamos mais ter a bruxa e a Branca de Neve para dialogar com as crianças.

O conto de Natal moderno é ambientado numa espécie de versão musical de "A fantástica fábrica de chocolate". Com direito a parede revestida por pratos de bateria e a máquina que monta guitarra de uma corda só. O universo lúdico faz contraponto com o lixão (de verdade, feito com materiais oriundos da coleta seletiva da Globo), onde vive Tom.

- O programa leva uma mensagem de amor e companheirismo - conclui Lázaro.

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