terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Conto de Erico Veríssimo vira especial de fim de ano na Record


Após as dancinhas do Rodrigo Faro, os micos de Marcos Mion e as subcelebridades de "A Fazenda", o público da Record verá um especial de fim de ano baseado em um conto de Erico Veríssimo (1905-1975).

À 0h15 vai ao ar "As Mãos de Meu Filho", uma produção independente, da Contém Conteúdo. A mesma produtora já fez para a Record dois telefilmes baseados em contos de Machado de Assis --"Os Óculos de Pedro Antão" e "Uns Braços", exibidos, respectivamente, em 2008 e 2009, sempre nesta época de final de ano.

Os telefilmes são em HD (alta definição) e têm acabamento de cinema. Podem até soar estranhos em meio à programação da Record, mas o esquema de financiamento ajuda a explicar por que as portas da emissora estão abertas a essas obras.

Todas foram feitas com leis de incentivo fiscal e nada custaram à Record, que divide com a produtora o faturamento comercial da exibição.

"As Mãos de Meu Filho" foi beneficiado por um programa da Secretaria da Cultura do Rio. Teve orçamento de R$ 800 mil, patrocinado pela Petrobras, que recebeu desconto no ICMS (imposto sobre circulação de mercadorias e prestação de serviços).
As filmagens foram realizadas no Rio, apesar de o conto de Veríssimo, gaúcho, se passar em Porto Alegre.

No telefilme, os cenários cariocas se passam por gaúchos e os personagens falam com leve sotaque da região.

A história é de época, entre 1920 e 1940. Tudo começa quando Gilberto (o pianista Antonio Guerra, em sua estreia como ator) entra no palco para seu concerto diante da alta sociedade. Nesse momento, ele e a mãe (Ana Petta), na plateia, começam a relembrar quão difícil foi a trajetória do garoto até aquele momento de consagração.

A família é pobre; a mãe, costureira, fez muitos sacrifícios para que o filho tocasse piano. O pai (Gustavo Falcão) superou o alcoolismo.

Apesar do choque de linguagem entre "As Mãos de Meu Filho" e a programação da Record, o telefilme é feito "para todos os públicos", segundo seu produtor-executivo, Aguinaldo de Fiori Filho.

"O tema desse conto, a superação, é universal. É uma história que deverá sensibilizar o telespectador. Imagine quantas famílias podem se espelhar nessa trama."

Fiori diz estar "fazendo cinema para a televisão". "Acreditamos nessa linguagem, em poder ter na TV algo mais contemplativo e com uma fotografia mais bem cuidada. Ao mesmo tempo, estamos dando acesso a Erico Veríssimo para todo o país."

Depois disso, a programação da Record segue normalmente. Com a Igreja Universal do Reino de Deus.

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