terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Karen Junqueira se prepara para voltar ao ar na pele de uma cortesã, em "Sansão e Dalila"

  • A personagem sensual Taís, de Sansão e Dalila,  não existe na história da Bíblia e foi criada pelo autor Gustavo Reiz
Para Karen Junqueira, interpretar uma cortesã significa extravasar um lado delicado até então pouco explorado. A intérprete da Taís de "Sansão e Dalila", próxima minissérie bíblica da Record, sempre fez o tipo "abrutalhada" e expansiva. Chegou, inclusive, a frequentar aulas de boxe. Por isso mesmo, quando o diretor João Camargo foi conversar com a atriz sobre o novo trabalho, quis ter a certeza de que ela estava fazendo dança para conquistar movimentos mais sutis em cena. "Eu chego para dar um abraço em alguém toda bruta. Ele se certificou de que eu estava dançando para ficar mais leve", conta. Mas o jeito entusiasmado de ser ganhou controle com o workshop de dança que Karen teve de fazer para viver a personagem. O objetivo, no entanto, não era aprender um estilo específico e, sim, explorar o olhar. "Não é uma dança em que fazemos altas estripulias. É tudo muito sutil. Tem uma coreografia que a gente faz com o leque e só aparece o olho", diz.

A personagem sensual --que não existe na história da Bíblia e foi criada pelo autor Gustavo Reiz-- é também a grande vilã da trama. De todas as cortesãs do palácio, Taís é a mais ambiciosa e exerce o papel de líder. Com uma boa "lábia", faz com que as outras mulheres do local fiquem sempre do seu lado. Mas a moça se sente ameaçada com a chegada de Dalila (Mel Lisboa). Ainda mais quando a novata começa a se apresentar primeiro nas danças e ser a preferida do príncipe Inarus (Marcello Escorel). "Minha personagem é muito gananciosa e quer que um homem se apaixone por ela para enchê-la de presentes. E vai fazer de tudo para tirar Dalila de seu caminho", explica.

Para entender melhor o contexto da época, já que a minissérie se passa no ano 1.100 a.C., a atriz assistiu, ao lado do elenco, a uma palestra com o historiador Maurício Santos. Na ocasião, pôde entender que as mulheres não eram aceitas pela sociedade e nem por suas famílias, que preferiam gerar homens como herdeiros. Por isso, muitas iam para as ruas e se tornavam prostitutas. "Ser cortesã do palácio era o melhor futuro que uma mulher poderia ter", ressalta. "Era como se ela fosse uma gueixa. Tinha toda uma preparação. Aprendia a fazer óleos aromatizantes, a tocar instrumentos, a entreter o rei", enumera ela, que fez questão de anotar tudo o que aprendeu.

A caracterização também foi desenvolvida para dar à personagem um certo ar de riqueza e sedução. As roupas, em tons sóbrios e muito dourado, deixam o corpo levemente à mostra, com o uso de tops e saias que marcam a cintura. Além disso, Karen, que estava com os cabelos louros, precisou escurecer os fios. "Não existiam louras no Oriente Médio naquela época", frisa ela, que teve de usar alongamento durante as gravações. Mas optou por não fazer mega hair e pôr um aplique, que é colocado em uma presilha, para aumentar o comprimento das madeixas. "Eu já tenho muito cabelo. Ia ficar uma coisa meio 'jubão", brinca.

Antes da minissérie, aliás, Karen atuou em outras produções da Record, como "Caminhos do Coração", em 2007, "Os Mutantes – Caminhos do Coração", em 2008, e "Poder Paralelo", em 2009. A estreia na TV, contudo, aconteceu na temporada de 2006 de "Malhação", da Globo. Sem a menor experiência, a atriz ficou dois anos na novela e teve a chance de aprender a interpretar para as câmaras. "Entrei muito assustada, tapava o colega de cena", lembra. Mas o trabalho que Karen elege como o mais marcante é a Gigi de "Poder Paralelo", trama de Lauro César Muniz. Principalmente porque foi com esse papel que fez uma de suas cenas mais difíceis. Na história, a moça havia sumido por dez dias e chegava em casa, de uma rave, completamente drogada. "Era o início da transformação da personagem. Como eu ia fazer aquilo? Pensei: 'preciso de uma coach'", confessa.

(por Luana Borges)

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