Post escrito por: Tiago Pacheco
Eu voltei. E te deixei com vontade de quero mais.
Tenho que confessar: não são onze anos sem Sai de Baixo não. Por mais que todos os personagens tenham repetido várias vezes esse tempo de hiato, estamos em uma geração em que a TV a cabo e a internet nos proporcionam a chance de rever aquilo que gostamos na hora que quisermos. Então é bem verdade que toda terça-feira eu já ligava no tal do Viva e ignorava tudo ao meu redor, só pra poder rir um pouco. Hoje foi mais um dia desses, só que com um gostinho especial.
Vamos lá, galera… Gente de televisão não é besta. Assim como eu, muita gente passou a rever Sai de Baixo e fez disso um hábito, a audiência aumentou, então perceberam que seria uma boa sacada tentar lucrar mais um pouquinho enquanto os atores principais ainda estão vivos. Eis, então, a hora perfeita para um especial que, além de nostálgico, certamente deu muito retorno pro canal.
Inclusive, dizem, o sinal dele estava liberado até pras pessoas que não o tinham no pacote. Nego não dá ponto sem nó não, parceiro.
Mas, independente disso tudo, esta não é uma análise de mercado. É uma análise de conteúdo, não é? Pois te digo então: ri pra caramba. Ri pra caramba! E que inveja daquela plateia, estar presente nesse momento… Enfim.
Sai de Baixo voltou com uma desculpa bem esfarrapada pra reunir o pessoal: a empregada estava rica e todos os demais estavam na pior. Se parar pra pensar, é a mesma trama principal de todo episódio desde os anos 90: alguém com dinheiro aparece, e, voilá, a família tenta lucrar em cima da idiotice alheia. A história, convenhamos, é o de menos. O que sempre fez Sai de Baixo ser engraçado é a improvisação de Caco e Cassandra, a burrice de Magda, as piadas sobre o cabeção e a idade de Aracy Balabanian… E tudo isso estava lá.
“Eu tenho horror a pobre”, “canguru perneta” e “cala a boca, Magda” são frases que mereciam ser ditas novamente, e com certeza foram muito bem aproveitadas.
Com direito a Tony Ramos e um francês sensacional, piadas sobre tomates e aeroportos, sem contar o “Chupa Feliciano”, Sai de Baixo mostrou que mantém-se moderno, atual, sem perder sua essência gostosamente ridícula de ser. O sentimento de nostalgia é impossível de ser deixado de lado, ficando clara a impressão de que esses velhinhos ainda mandam muito, muito bem. Inclusive, fica a reflexão: mandam melhor que a maioria dos programas humorísticos que passam hoje na TV… Mas isso eu comento daqui a pouco.
Não dá pra eu chegar aqui e comentar piada por piada, a ideia do texto não é essa. Claro que na minha cabeça (e na sua também) estão várias delas fresquinhas, que com certeza te fizeram rir assim como eu. Mas o porquê desse texto é justamente fazer uma análise, não um resumo.
Nesse sentido, a análise que fica é: Sai de Baixo voltou muito bem. Se faltou Cláudia Gimenez? Sim, faltou. Tom Cavalcante? Também. Mas se teve uma coisa que não ficou de fora, foi o humor.
Ainda que o fim do episódio tenha sido mais historinha e menos piada (o que diminuiu um pouco a “nota” geral do episódio), o roteiro final de Miguel Falabella teve muita liberdade para fazer graça com coisas que geralmente não seriam aceitas na TV aberta. Nesse sentido, não adianta pedir “Volta Sai de Baixo” ou “Fora Zorra”. A ideia não é essa. Aqui em Sai de Baixo o texto foi esquecido várias vezes, Falabella errou porta, cagou pros comentários do diretor… É outra dinâmica. É outra história.
Resta a nós, então, aproveitar, rir, curtir o Luiz Gustavo cantando Naldo e apreciar esse entrosamento magnífico entre os atores, que parece não acabar nunca. Tomara que continue por, pelo menos, mais três episódios.
Considerações finais:
1) Marisa Orth é sensacional. Sensacional.
2) Parabéns ao Luiz Gustavo. Deu pra ver a dificuldade dele em descer aquela pequena escada no palco, aparentemente ele estava mesmo com problemas no joelho.
3) Arlete Salles está confirmada como participação especial em um episódio futuro. Espere muitos “prefiro não comentar”.
4) “Eu quero sexo, Cassandra, quero sexo”
Muito obrigado pela atenção!
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