domingo, 1 de setembro de 2013

Primeiras Impressões: O Negócio


por Leandro Schulai 

Simplesmente um luxo!

Essa frase era um jargão utilizado por Ataíde Patrese, um apresentador que visitava diversos países em um programa de televisão e só mostrava a parte rica e fina de onde estava. Luxo para mim é a palavra que define a série “O Negócio” até o momento. Quando escrevo textos com primeiras impressões, gosto de esperar sempre dois episódios, porque já tive situações em que o piloto foi maravilhoso e o restante uma decepção (FlashForward) e vice-versa (Falling Skies).  No caso dessa série posso dizer que estou muito satisfeito com o que pude acompanhar.

Para começar já bato palmos para toda a produção. A trilha sonora é sublime e remete ao luxo, riqueza, beleza, glamour, é sofisticada, simples e muito bem colocada. A abertura faz jus ao que a série se propõe a mostrar e o casamento do glamour com a sensualidade é um tiro certeiro. A ideia de usar da prostituição para aplicar conceitos de marketing foi uma sacada genial e muito realista, afinal, esse universo é comprovadamente carente de marketing devido ao preconceito e facilidade com as quais os “bookers” e cafetões tem para conseguir seus negócios. Utilizar então de conceitos como da venda casada e aplicar isso em situações reais com garotas de programa foi a união perfeita. A prostituição é um tema bem conhecido, discutido e comentado no Brasil, por isso, acho que para uma série nacional a escolha do tema foi acertada, pois mesmo utilizando de um tema corriqueiro, não cai na famosa pornochanchada que estamos acostumados a ver em alguns filmes e, que em minha opinião, denigrem o Brasil. Não aceito que critiquem a série dizendo que só sabem falar disso e que o Brasil só tem putaria. Acho que o foco da série é o marketing e a graça da série é justamente como aplicar conceitos intrincados nesse mundo tão explorado.

A chamada é muito bem bolada: o que seria da profissão mais antiga do mundo se o marketing existisse? O que fazer com a profissão mais antiga e menos atualizada? Só com esse take já se fica curioso para o que a série se propõe a mostrar, mas ela vai além e isso se deve à trama. Diferente de filmes como “Bruna Surfistinha” que focam em como uma garota comum se transforma em garota de programa, O Negócio foca nas garotas já em suas profissões e como são suas vidas no dia a dia. Diferente do que já vimos, essas garotas não atendem qualquer um e são consideradas “putas de luxo”. O interessante disso é que descobrimos um pouco mais desse mundo tão misterioso como a figura dos bookers, das festas privadas, do curso para herdeiros e de como funciona a mente de executivos fora das empresas. As protagonistas até o momento, Karin e Luna dão um banho em seus papéis e carregam bem o piano nas costas. Enquanto Karin é a mulher fria, ambiciosa, solitária e que só demonstra humildade num raro momento de isolamento próximo a Marginal Tietê comendo lanche do Mac, Luna faz o papel da moça que ainda tenta disfarçar a vida que leva e sonha em casar-se com o cara rico que a fará feliz por toda a vida. A narração, feita por Luna, é muito bacana, a atriz Juliana Schalch, além de linda, tem uma voz doce e suave e cai como música para quem está acompanhando o episódio. Por sinal, as protagonistas são lindas e só de ver a Luna sorrindo eu já ficaria vendo e revendo a série toda rsrsrsrs.

Os episódios, apesar de terem cinquenta minutos passam rápido, pois ao mesmo tempo em que a série mostra conceitos de marketing sendo aplicados em negócios reais (como o clássico caso da fralda e da cerveja), ela também mostra dramas familiares, um pouco de humor e muita sensualidade, marca registrada da HBO.

Dos personagens secundários destaco o Ariel e seu restaurante judaico. Muito boa as tiradas irônicas como a da lágrima e todo o conflito dele com a Karin. Está meio óbvio que ele ligará atrás dela se arrependendo, já que a Karin mostrou ao Osvaldo o que nenhuma outra tem e convenhamos, para um cara chorar por uma garota de programa ela tem de ser MUITO boa. A família da Luna me agradou também, como o irmão que eu ainda acho que terá a sua transa com a Karin, e  o falso namorado que também espero ser explorado. A série apresentou muitos elementos bacanas e o cliffhanger do final do segundo episódio foi demais e já estou aqui confabulando que será a voz que descobriu que a Karin é na verdade Joana.

O Negócio é uma série que se fosse falada em inglês eu duvidaria que é nacional, pois tem muita qualidade, boas atuações, boa trama e muito detalhismo que é marca “desregistrada” dos brasileiros.  A HBO vem acertando em produções nacionais e com essa não é diferente. Tenho certeza que será um enorme sucesso. Potencial tem e muito!

Anotações do cliente fiel:
- Quando eu vi a noiva do cara do segundo episódio quebrando aquele porsche eu quase morri!
- Por que nenhuma série consegue autorização para colocar o Google nos computadores das pessoas. All Search fica muito tosco.
- Quem será a voz, hein no telefone, hein? Eu acho que é algum ex da Karin, cheguei até a pensar no Osvaldo, mas ficaria muito óbvio e pobre.
- A região do Brookling / Itaim Bibi em SP é linda demais. Vale a pena visitar quem não conhece.
- “Homem não trai pelo sexo, mas pela galera” o que pensam disso?

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