Entre as loiras siliconadas, os gemidos forçados e as trilhas sonoras de motel da faixa de horário do “Sexytime”, do canal pago Multishow, um programa anda chamando a atenção da parcela mais descolada da audiência. Mistura de mesa-redonda feminina sobre sexo e novelinha sacana, o programa “As pegadoras” entrou esta semana em sua segunda temporada e já prepara uma terceira para o final do ano. A idéia da atração não foge muito dos clichês fetichistas. Três amigas que dividem um apartamento trocam confissões sobre sexo, usando figurinos econômicos e abusando de caras e bocas lascivas. Mas em tempos de interatividade na web, os expectadores mandam suas histórias (sabe-se lá se reais ou não) para as garotas lerem no laptop, enquanto o enredo é encenado por atores saradões. O figurino - basicamente calcinhas, tops, blusinhas transparentes e biquínis - é selecionado pela dupla fashionista Verena Sanches e Bianca Jahara, sim a ex-BBB. “As ‘pegadoras’ usam as marcas mais bacanas das lojas do Rio e de São Paulo. Tem peça que vem direto de semana de moda e outras até do nosso acervo pessoal”, explica Bianca, que conta ter feito teste para ser uma das “pegadoras”, mas os compromissos com o confinamento do “Big Brother Brasil” a impediram de seguir adiante. “O nosso diferencial é estar antenado com a linguagem jovem e mostrar a dramatização como se fosse um conto erótico: com início, meio e fim”, explica o diretor Candé Salles, figura badalada entre os moderninhos cariocas. “Nem acho que o programa seja ‘soft-porn’. As cenas de sexo vão um pouquinho mais além das que são mostradas nas novelas, por exemplo. Nu frontal, nem pensar!”.
Quem seleciona as histórias mandadas pelos internautas - que vão bem além das cenas de alcova dos folhetins - é a roteirista Susana Pires. São quase 50 emails picantes recebidos por dia, segundo ela.
Quem seleciona as histórias mandadas pelos internautas - que vão bem além das cenas de alcova dos folhetins - é a roteirista Susana Pires. São quase 50 emails picantes recebidos por dia, segundo ela.
“Meu critério ao escolher as histórias é fugir do lugar-comum. Papo de enfermeira safada e entregador de pizza que já chega tirando a roupa, descarto na hora”, conta Susana. E se a idéia é “pegar” a audiência jovem - os expectadores têm entre 18 e 30 anos, segundo pesquisa - os produtores buscam os fetiches dos novos tempos. Entre as histórias já lidas e dramatizadas em “As pegadoras”, estão a do rapaz que “pegou” a DJ no banheiro da balada, a da garota que “pegou” uma competidora e um juiz de um campeonato de bodyboard e a do... entregador de pizza! “Ah, nós até mostramos o entregador, mas a história teve um desenrolar, a garota paquerava o rapaz há um tempo, houve um jogo de sedução... Não foi fetiche gratuito”, defende Susana.
Enquanto os roteiristas se esforçam para fugir dos clichês eróticos, o trio de apresentadoras formado pelas modelos Anna Tokiko, Mirella Payola e Rhavine tem um farto repertório deles. A cada lance mais ousado das tramas que lêem, as garotas soltam frases como: “ai, essa até me deu calor!” ou “me deu água na boca...”.
Enquanto os roteiristas se esforçam para fugir dos clichês eróticos, o trio de apresentadoras formado pelas modelos Anna Tokiko, Mirella Payola e Rhavine tem um farto repertório deles. A cada lance mais ousado das tramas que lêem, as garotas soltam frases como: “ai, essa até me deu calor!” ou “me deu água na boca...”.
“Fiquei receosa quando recebi o convite para apresentar o programa. Mas ao ler o texto percebi que as ‘pegadoras’ não são mulheres vulgares, mas bem resolvidas”, explica a mestiça Anna Tokiko, que interpreta a DJ Fê.
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