terça-feira, 9 de junho de 2009
Globo lança dvd de A Justiceira
Malu Mader toma banho, sai do chuveiro, coloca uma calcinha preta, bota de couro, coldre nas costas e dá um beijo no bebê. Assim dá início a mais um dia. Mas não da atriz carioca de 43 anos, e sim de sua personagem Diana Maciek, de "A Justiceira", que tem lançamento neste mês em DVD.
Ela é uma agente da Polícia Federal, casada, mãe recente e enfrentando as dificuldades de um marido músico e --ela vai descobrir um tempo depois-- drogado ao extremo. Ela acaba deixando a PF ao atirar no próprio parceiro de trabalho numa ótima sequência de ação em um treme-treme do centro de São Paulo.
Cinco anos depois, não acha emprego, e o marido, ainda mais dependente de heroína, vende o filho para comprar drogas e morre de overdose. Uma organização sigilosa --cujo lema é livrar o país de todo tipo de criminosos-- recruta a moça para enfrentar ladrões de material radioativo, gangue de motoqueiros e serial killer de gays, sempre com tiros, mortes, perseguições e culpas.
O seriado ficou datado no que diz respeito ao roteiro e às questões morais, que, hoje, parecem inocentes, mas não deve nada com relação aos efeitos especiais, um marco na época em que estreou, em 1997.
Malu conta que aceitou fazer a série "sem nem querer saber o que era", por ter gostado do resultado de "A Vida como Ela É", também dirigida por Daniel Filho. "Adaptar Nelson Rodrigues era um biscoito fino para as massas. Depois de topar 'A Justiceira', quando vi que teria de pular de helicóptero, tremi na base. Mas considero legal ter feito por ter inaugurado o seriado de ação no Brasil."
Daniel Filho foi para os EUA finalizar os episódios e aprender como montar aquela estrutura no estilo de programas como "A Dama de Ouro". "Foi um papel carbono dos seriados americanos muito divertido de fazer", conta ele nos extras.
Malu diz não ter se inspirado em ninguém. "Nunca tinha assistido a Kate Mahonney. Via 'As Panteras', mas não acho que tenha nada de uma Pantera na Diana. Ela é muito mais sofrida, como aliás tudo aqui no Brasil."
A série teve de ser encurtada de 32 episódios para 12 em razão da segunda gravidez de Malu. Ela trabalhou até os cinco meses de gestação --"com Antonio pulando lá dentro". "Era bem complicado correr com uma barriga daquele tamanho. E a câmera teve de ir fechando mais no rosto, porque, além da barriga da gravidez, eu passei a comer muito e fui engordando [risos]. Quero mostrar o seriado para meu filho mais novo para ele ver o estrago que fez."
Atrás das câmeras
O lançamento do antigo seriado acontece simultaneamente a um projeto no outro extremo. Na semana passada, ela finalizou o material adicional de "Contratempo", que fez com Mini Kerti e foi sua estreia na direção. O filme conta a história de jovens da periferia em um projeto social de música.
Os extras do DVD, que sai em setembro, trazem alguns personagens cortados do filme, além de depoimentos sobre conceitos musicais.
Na TV, é de 2003 o último sucesso de Malu. Foi a certinha Maria Clara, de "Celebridade". Depois, fez em 2007 a Eva de "Eterna Magia", mas a novela das seis não foi bem no Ibope.
A empolgação com a carreira de diretora ("onde tudo é novo") tem reduzido o espaço para novos papéis: "Eu falava desse projeto para todo mundo. Acho que isso afastou outros convites". Outro motivo para deixá-la longe da telinha é um novo filme, desta vez de ficção, sobre o qual não dá muitos detalhes. "Deve demorar um pouco. Escrever é uma empreitada para macho, mas tenho coragem."
"A Justiceira - DVD"
Distribuidora: Som Livre
PREÇO: R$ 49,90
Classificação: não indicado a menores de 16 anos
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