quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Segunda temporada do seriado 'Filhos do carnaval', do HBO, é gravada no Rio


Apresença de um Walmor Chagas completamente careca e a volta de Carlos Alberto Riccelli à TV injetam novidade na segunda temporada da elogiada "Filhos do Carnaval", série da HBO que marcou a TV em 2006. Com direção geral de Cao Hamburger e produção da O2 Filmes, o seriado está sendo novamente gravado no Rio - serão sete episódios que custarão R$ 1 milhão cada - em locações como a quadra da Mocidade Independente de Padre Miguel.

As recentes aquisições do elenco foram a solução encontrada para tentar compensar a ausência de Jece Valadão, morto há dois anos. Era dele o papel do patriarca da série, o bicheiro Anésio Gebara, pai de Nilo (Thogun), Brown (Rodrigo dos Santos) e Claudinho (Enrique Diaz). Depois de uma passagem de tempo na trama, o trio estará cuidando dos negócios da família e tentando se entender.

- A morte do Jece foi um golpe enorme. Tivemos que matar o personagem e redesenhar o conflito principal que era sobre três filhos disputando o amor de um pai. Agora, eles tentam se entender como irmãos, apesar do crime e de tudo que os cerca - conta Elena Soarez, que assina o roteiro da série com Hamburger. - O antagonista será o Comodoro (papel de Walmor Chagas), que vai representar a velha guarda do crime.

O veterano terá um personagem misterioso. Comodoro aparecerá no enterro de Gebara e o público descobrirá aos poucos sua ligação com a família. Com estréia prevista para o ano que vem, os novos episódios de "Filhos do carnaval" mostrarão Claudinho, único filho legítimo de Gebara, no comando das operações. Os outros irmãos atuam como seus testas-de-ferro. Brown tentará ser um homem de negócios e comandará a escola de samba da família. Nilo estará morando em São Paulo, mas logo volta a se envolver com os problemas do clã.

- O personagem do Jece ainda nos acompanha, mas a segunda temporada marca a mudança nos negócios da família: o romantismo do jogo do bicho começa a dar lugar ao pragmatismo dos jogos modernos, como as máquinas de caça-níqueis - diz Hamburger, que conversou com a Revista da TV antes das gravações na quadra da Mocidade Independente. - Os irmãos agora travam uma guerra mais psicológica e afetiva. Para mim, a série é mais um drama familiar do que uma história sobre o mundo do crime - completa.

A primeira cena gravada naquele dia era a de uma festa promovida por Brown. Estava no set quase todo o elenco, além de ritmistas da escola e inúmeros figurantes. O trabalho começou por volta das 18h e atravessou a madrugada. Enrique Diaz - que tem levado para o set episódios da série "A sete palmos" para assistir no computador enquanto espera sua entrada em cena - só começaria a gravar às 2h. Mas o ator chegou mais cedo para conversar com os jornalistas.

- Claudinho continua atrapalhado e com dificuldade de lidar com a selva desse mundo adulto masculino. Com a morte do pai ele perdeu um dos seus principais pilares - explica Diaz, que diz buscar "um equilíbrio interessante entre o drama e um certo tom patético" para o personagem.

A maldição que ronda a família Gebara ainda está presente. Todos os homens serão presos num determinado momento da trama. O que servirá de deixa para as mulheres ganharem espaço nos negócios.

- Elas eram coadjuvantes e agora começam a protagonizar os eventos - avisa Mariana Lima, enquanto devora um sanduíche de pão integral com queijo branco. A atriz, casada com Enrique, faz Ana Cristina, mulher dele no seriado. - Eles têm outro filho e o Cris (Vítor Thiré, neto de Cecil Thiré) já está adolescente.

Os pais e o irmão de Ana Cristina, que são de Campinas, também irão aparecer na trama, passada no Rio. O ator Gustavo Falcão será o advogado Gabriel, irmão da personagem de Mariana. Carlos Alberto Riccelli interpretará o desembargador Norberto, provável caso dela.

- O Claudinho se envolve com assassinatos e Ana Cristina saca que o casamento está no fim. Ela terá um amante, mas ele será muito ruim - conta Mariana.

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