domingo, 22 de novembro de 2009

"Foi na Manchete que me deram os meus melhores personagens", diz Carla Regina


Nos três meses em que "Bela, a Feia" está no ar, Carla Regina viu sua personagem passar por algumas mudanças bastante significativas. Uma das vilãs da trama escrita por Gisele Joras a partir do original colombiano, Cíntia continua arrogante como sempre - mas perdeu parte dos tons de comédia e enfrenta, agora, o drama de descobrir que não é filha biológica do casal que a criou. "Mudou muito, né? De repente, tudo começou a acontecer. E foi inesperado para mim também, estou na expectativa com esses ganchos que estão se desenvolvendo aos poucos. Cada bloco de capítulos é uma surpresa", garante. Sem perder a personalidade arrogante, a "dondoca" ganhou um novo alvo para seus ataques de menosprezo: Olga, personagem de Ângela Leal, governanta a quem sempre desprezou e que descobriu ser sua mãe.

"Agora, a raiva dela é porque acredita que a Olga nunca fez nada para impedir a relação dela com o Rodrigo", aponta ela, mencionando o protagonista vivido por Bruno Ferrari. A mudança de rumo provocou mudanças também na interpretação de Carla. Jovem mimada, Cíntia era do tipo irresponsável, que via no noivo Rodrigo uma maneira de manter o alto padrão de vida ao qual se acostumou. Mas, na nova fase, a personagem passou a ter dúvidas que a obrigam a entrar em cena com uma dose extra de seriedade. "Antes, a Cíntia era uma malvada mais 'leve'.

Esse novo momento dela requer, claro, um pouco mais de tensão. São revelações que mexem com a família e com o noivado dela", pondera a atriz, que também viu a quantidade de cenas crescer nos últimos tempos. "Aumentou muito, sem dúvida. Estou gravando todo dia, em várias locações. É praia, é restaurante, é escritório... e todo dia", diverte-se.

Independentemente das alterações na trama, a personagem tem um lugar especial na galeria de tipos da atriz. Afinal, a malvada marca a estreia de Carla como antagonista em teledramaturgia. Apesar de já ter encarnado uma personagem do mal na pele da improvável Rainha Formiga de "Os Mutantes - Caminhos do Coração", a atriz prefere deixar o título de primeira vilã da carreira para Cíntia. "É diferente. Ela tem uma maldade do cotidiano, faz coisas que a gente realmente sabe que acontecem: golpe da barriga, problemas com a mãe...", enumera ela, que acumulou diversas heroínas e moças de boa índole ao longo da carreira. Há 15 anos ininterruptos no ar - desde a estreia em "Quatro por Quatro", em que fez uma pequena participação -, a atriz comemora uma trajetória sem atribulações. "Acho que foi no tempo certo. Me sinto muito privilegiada de ter feito bons papéis, de ter trabalhado com bons diretores e bons autores. Sempre estive envolvida com algum trabalho. Ainda bem", diz, entre risos.

Uma boa parte desse currículo se deve à extinta Manchete, em que teve papéis de destaque durante o sopro produtivo que a emissora teve antes de encerrar suas atividades. Entre 1995 e 1998, ela esteve em todas as novelas da empresa - e relembra os trabalhos da época com carinho.

"Até hoje tenho amigos desse tempo. Estava começando, mas foi lá que me deram os meus melhores personagens - inclusive em relação aos que eu fiz na Globo", compara. Depois que a Manchete encerrou as atividades, Carla alternou participações e pequenos papéis em produções da Globo com novelas da Record, com a qual tem contrato até 2011. "Valorizo estar aqui, porque acho que é uma empresa que está crescendo e que está muito determinada a chegar ao primeiro lugar. Me sinto privilegiada de poder trabalhar em uma empresa que me valoriza como atriz, onde faço bons personagens", derrete-se.

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