Ibope instável, mocinha rejeitada pelo público, autor que atrasa a entrega dos capítulos e elenco nervoso. Os bastidores de "Viver a Vida" dariam uma outra novela, caso a Globo tivesse interesse. Vá lá, ao menos renderia um agitado making-of.
Crises em novelas, ainda mais suas primeiras fases, não são novidade alguma na Globo. Nos últimos anos a emissora tem enfrentado percalços em produções "top de linha". O problema é que "Viver a Vida", de Manoel Carlos, o Maneco, tem mais problemas que a "média".
O público aprova a história em si. O problema é a rejeição enorme à protagonista, Taís Araújo, a Helena de Tróia da vez de Maneco. Em vez de passar a imagem de mocinha, ou de uma protagonista forte (como, bah, sempre diz o Maneco sobre suas helenas) ela gerou uma antipatia ampla e irrestrita nas mais diversas camadas do público, segundo consulta feita junto a grupos de telespectadores.
Pois a imagem da Helena de Taís será modificada na marra, e a estratégia é a de sempre na história da dramaturgia: transformar a hoje arrogante numa futura sofredora, vítima do destino e do opróbrio, para que o público tenha enfim empatia. De agora em diante, a vida de Helena será só de privações e necessidades.
O segundo problema são os constantes atrasos do autor na entrega dos capítulos, que fizeram a Globo oferecer-lhe, inclusive, um staff extra de redatores --o que ele recusou. Alguns atores têm recebido suas falas até no mesmo dia em que vão gravar. Isso vem pesando o clima nos bastidores.
A tensão também ocorre entre o próprio elenco, segundo revelou na semana passada o jornal carioca "Extra". Nathalia do Valle e Letícia Spiller teriam batido boca por causa dos atrasos constantes da segunda, que chegou a pedir "demissão" por causa da discussão, embora tenha acabado mudando de ideia.
Por fim, o ibope ainda incipiente (para os padrões do horário) de "Viver a Vida" que teima em se manter na casa dos 30 pontos, muito pouco para a faixa das 21h. A seguir, cenas dos próximos capítulos.
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