terça-feira, 10 de novembro de 2009
Viver a Vida: Tereza dá um tapa em Helena
Para Luciana (Alinne Moraes), existe uma grande responsável pela tragédia que se abateu sobre ela em “Viver a vida”: Helena (Taís Araújo). Por isso, num primeiro momento, não vai querer conversa com a madrasta. Mas outra pessoa — que também considera a top model culpada — vai querer sim, e muito, falar
com ela: a mãe de Luciana, Tereza (Lilia Cabral). O esperado embate entre as duas acontece na cobertura de Marcos (José Mayer) e inclui uma bofetada. Tereza devolve o tapa que Helena dera em Luciana antes do acidente. As cenas devem ir ao ar no sábado.
— Depois que ouvir da filha o que aconteceu em Petra, Tereza vai atrás de Helena para um acerto de contas e deixa claro que a modelo é a única responsável por tudo aquilo que Luciana está passando — conta Manoel Carlos: — A discussão das duas termina com uma bofetada. A vontade de Tereza é de esganar Helena, e isso ela não esconderá de ninguém, nem mesmo de Marcos.
Tereza vai se descontrolar outras vezes — como numa ríspida conversa com Marcos, na qual dirá que não deixará o ex-marido defender Helena. Na frente da filha, porém, ela se mostrará uma verdadeira fortaleza.
— Tereza fica totalmente destruída por dentro com tudo que está acontecendo à filha, mas não pode deixar e
ser forte diante dela — explica o autor da novela: — Ela sabe que Luciana precisa de seu carinho e de seu apoio agora mais do que nunca.
Veja aqui o diálogo completo entre Helena e Tereza:
TEREZA — Conversei com a minha filha e ela me contou o que aconteceu na viagem. (Helena vai interromper, mas Tereza não deixa) Calma. Só estou começando a falar. Ela me contou das discussões, brigas, desentendimentos que tiveram. Não penso que em todos esses momentos, ela teve razão. Sei que muitas vezes ela é insuportável, como toda jovem mimada, que sempre teve tudo que quis. Mas eu avisei você que seria assim. Lá, no aeroporto, na hora que iam viajar, eu falei como era a minha filha e pedi para que você tomasse conta dela. Falei que ela não era uma criança a quem se precisa dar a mão para atravessar a rua, mas uma criança por dentro. Insegura e meio passional, como todas as mulheres. E que você, que também é jovem, mas é experiente e está nessa estrada e nessa vida de modelo há bastante tempo, tinha que ser tolerante, tapando os ouvidos pra toda e qualquer bobagem que ela pudesse dizer. Mas não. Você, partiu para o enfrentamento.
HELENA — Depois de muita tolerância.
TEREZA — Devia ter dito pra mim que a sua tolerância tinha limites e que era pavio curto. Mas não. Bancou a forte. A que assume uma responsabilidade capaz de levar até o fim. E com isso empurrou minha filha para a morte. Porque se ela estiver mesmo definitivamente incapaz de uma vida normal, quem sabe ela mesma não há de preferir estar morta? E enterrada?
HELENA — Eu não penso assim. A vida é tudo.
TEREZA — Porque não é você, nem filha sua. Porque não sabe o que é ver morrer os sonhos tão cedo na vida! Tão cedo perder a esperança! Não conseguiu tudo que quis? Não saiu da pobreza para o conforto? Não subiu todos os degraus que estavam diante de você? Não superou o preconceito contra a sua cor? Não chegou lá em cima? Não conseguiu um casamento com homem rico? Não tem tudo que quer?
HELENA — Não consegui um casamento, Tereza. Casei por amor. E amo e respeito o meu marido, como qualquer mulher.
TEREZA — Petulante. Sempre foi petulante. Não vou me esquecer da sua cara na suite da minha casa em Búzios, vestindo-se para casar com o homem que foi meu marido! Na minha suíte! E depois, na minha casa, jogando no meu rosto, que ela era, a partir de então, a sua casa! E que quem devia sair era eu!
HELENA — Não foi da maneira que você está falando!
TEREZA — Foi da maneira que eu entendi. E isso é o que interessa!
HELENA — Não é preciso que você me encha de culpa, porque eu já fiz esse trabalho por você. Estou sofrendo e me culpando o tempo todo! Sem um só segundo de descanso! Trocaria de lugar com a Luciana, se isso fosse possível. Daria a ela as minhas pernas e os meus braços para que ela voltasse a ser inteira, perfeita! Não fui bastante madura, acabei me envolvendo e não me controlando. Estou pagando por isso.
TEREZA — É tudo que você pode me dar: a sua culpa e seu arrependimento. Mas isso é muito pouco perto do que eu estou sentindo. Do que a minha filha está passando. E estamos só no começo, só no primeiro dia! E só Deus sabe o que ainda está por vir. E se vamos aguentar. E se ela vai aguentar. Fique com a sua culpa e o seu arrependimento. Se fez um aborto para conseguir um contrato, não devia se ofender. A verdade acaba aparecendo mesmo, a gente queira ou não. Se subiu na vida a partir desse contrato, subiu mesmo a partir da morte de uma criança. Não devia se sentir tão ofendida com a verdade.
HELENA — Eu sei.
TEREZA — Fique agora com esse segundo crime na consciência. E tente ser feliz com eles.
HELENA — Sei que não vai me perdoar, nem agora, nem nunca, mas é tudo que eu posso fazer neste momento: pedir perdão a você. De joelhos.
E ajoelha-se, sincera e comovida. E Tereza, num gesto súbito, dá uma sonora bofetada em Helena, que apenas fecha os olhos com a dor.
TEREZA — Estou lhe devolvendo a bofetada que você deu na minha filha!
E você, também acha que Helena é culpada? Opine aqui!
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