domingo, 14 de fevereiro de 2010

Depois de brilhar em 'Dalva e Herivelto', Nando Cunha grava 'Força-tarefa'


Depois de interpretar o cômico soldado Brasil na novela "Desejo proibido" (2007), Nando Cunha pensou que tivesse conquistado a tão sonhada estabilidade profissional. Mas a história não se desenrolou exatamente assim. Convites para novos trabalhos não pipocaram e o carioca precisou correr atrás até passar no teste para interpretar Grande Otelo na microssérie "Dalva e Herivelto", exibida no final de 2009. Após viver o artista brasileiro, o ator emendou com as gravações da segunda temporada de "Força-tarefa", que estreia em abril. No seriado, Nando é o informante Samuca, um cadeirante.

- O Samuca não tem passado. A cada cena é um grande trabalho. É um mergulho no abismo maravilhoso - diz. - A única coisa que trabalho no personagem é a malandragem. Faço ele como alguém que não se revela muito, nem para o amigo.

Aos 43 anos, Nando acredita que agora a sua carreira realmente deslanchou .

- São dez anos fazendo participações em produções da Globo e só nos últimos três é que comecei a ganhar mais espaço - afirma. - Mostrei que posso fazer outros papéis, não só os engraçadinhos. Tenho capacidade e coragem para fazer o que me pedirem.

Para manter a forma, Cunha faz ioga, box tailandês, capoeira e dança jongo sempre que há uma roda. E gosta de sambar também:

- Vivi muito tempo no subúrbio, ao lado do Cacique de Ramos. Aprendi a tocar todos os instrumentos de percussão de ouvido.

A proximidade com o samba, aliás, também tem permitido ao ator reviver importantes personalidades do meio no teatro, como Carlos Cachaça e Ismael Silva. Cunha ainda está escalado para viver Silas de Oliveira em peça de Luiz Antonio Pilar. Enumerando esses trabalhos, ele aproveita para criticar a falta de espaço para atores negros na TV brasileira:

- No teatro, se um diretor tem coragem, diz: 'Vou fazer Hamlet e você será o protagonista'. Não tem essa de cor. Mas na TV é diferente. O mercado ainda é muito limitado. Várias vezes ouvi diretores e autores dizendo: 'Não tenho nada no seu perfil' - lembra. - E quando se é negro, se é muito mais cobrado. Por isso, me dedico mesmo. Já perdi até um relacionamento de tão focado que estava num trabalho.

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