O personagem Osmar, vivido pelo ator Marcelo Valle, de “Viver a Vida” ganhará mais destaque a partir de sábado (13/3). Isso porque vai pintar um clima entre ele e Alice, interpretada pela atriz Maria Luisa Mendonça, durante o batizado de José, filho de Sandrinha ((Aparecida Petrowky). O romance promete render polêmicas porque Osmar, antes de se relacionar com Alice, contará que é bissexual. Para ela, o fato de Osmar se envolver com homens e mulheres o torna ainda mais atraente. Para o ator Marcelo Valle, os novos rumos de seu personagem devem contribuir para que a sociedade reconheça sua diversidade.
O que você está acha do romance entre Osmar e Alice?
Marcelo Valle – Estou achando ótimo. O Osmar admira o jeito moderno, descontraído da Alice, e ela sabe que ele é um cara bom caráter, com múltiplos talentos e bacana. Na vida real, acredito que muitas vezes o amor é fruto de uma amizade. Na novela, eles gostam de estar juntos. Sentem atração. Eu ainda não sei bem como esse romance vai se desenrolar. No batizado do José, filho da Sandrinha, vai rolar um olho no olho. Quando os dois começarem a se envolver, ele vai contar que é bissexual, o que para Alice não é problema algum. Ela é uma mulher descolada.
Osmar e Alice terminarão juntos na novela?
Marcelo Valle – Não sei, eu estou torcendo muito para que isso aconteça. Os dois combinam, são modernos. Ela é dona da própria vida. Além disso, eu adoro o trabalho da Maria Luisa Mendonça. Acompanho a carreira dela há uns 20 anos, desde os tempos em que ela era da Companhia de Teatro do Moacyr Góes. É um orgulho para mim.
O autor Manoel Carlos tem como característica destacar os diferentes núcleos de suas novelas de tempos em tempos. O que você acha dessa marca do autor?
Marcelo Valle – Acho que o Maneco é de uma enorme generosidade com os atores, dá oportunidade para todos mostrarem seu trabalho. Ele faz crônicas do dia a dia. A a vida é assim, tudo vai acontecendo ao mesmo tempo.
Você acredita que o romance vai render polêmicas?
Marcelo Valle – O Maneco é ousado, trata de temas que fazem parte da nossa realidade, colocando-os em discussão para os espectadores. Fez isso com a Luciana (Alinne Moraes) como cadeirante. Acho que esses personagens ajudam a quebrar tabus e preconceitos. Essas mudanças na sociedade acontecem, em doses homeopáticas. As novelas têm o poder de ecoar, sim.
No “BBB 10”, colocaram três participantes gays Serginho, Dicesar e Angélica. Em breve, seu personagem assumirá a bissexualidade, em plena novela das oito, você que acha está havendo maior liberdade na televisão brasileira?
Marcelo Valle – Claro que sim. A tendência é mostrar que as diferenças existem entre as pessoas. No passado, por preconceito, situações reais que víamos nas ruas não eram abordadas, eram escondidas. Agora, não. Vivemos numa sociedade heterogênea com pessoas que gostam de coisas diferentes, e isso não se esconde mais. Certamente, é um avanço para todos nós.
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