Sempre que estreia uma novela do horário nobre global a história se repete: a síndrome da queda de audiência da Globo. Foi assim com ‘Viver a Vida’, ‘Passione’ e não haveria de ser diferente com ‘Insensato Coração’. A trama de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, como todas as outras dos últimos anos, trouxe consigo a esperança de recuperação do Ibope para a emissora na faixa de horário, mas ficou só na esperança, já que, com seus atores completamente perdidos, o folhetim não convenceu.
Gabriel Braga Nunes perdido nos primeiros capítulos, Deborah Secco superficial e sem graça, Lázaro Ramos e Camila Pitanga formando um casal intragável, Paola Oliveira decepcionando, sem sal, Eriberto Leão atuando horrivelmente, sobrou para Glória Pires e Cristiana Oliveira tomarem para si a responsabilidade de prender o telespectador. E conseguiram, finalmente.
Ontem foi somente a confirmação de que essas duas atrizes levaram toda a obra nas costas. Nesse ponto os autores foram felizes: souberam redesenhar a novela e dar à Norma um tom em que o público não conseguisse discernir se ela é vilã ou mocinha. Os telespectadores foram levados pelo desejo de vingança da personagem de Glória Pires, o Brasil se identificou com a vontade de Norma de fazer justiça e mais do que isso: a cobiça da personagem de lutar contra vários adversários que são mais fortes do que ela. Num toque de mágica, o núcleo principal foi totalmente redirecionado.
Mas houve muitos erros, Eriberto Leão e Paola Oliveira não conseguiram suportar o peso de protagonizar uma novela das 9; e Gilberto Braga seguiu o ritmo de Manoel Carlos, não sabendo mostrar ao telespectador quem era quem desde o início. Apenas com o tempo vieram os acertos e esses foram decisivos. A novela ganhou nova forma e o Ibope, ontem, respondeu: foram 40 pontos de média e 42 de pico, recorde absoluto de audiência em São Paulo e a garantia de que as coisas tendem melhorar.
Em linhas gerais; ‘Insensato Coração’ começou ontem e agora o trabalho já não é tão difícil, pois se resume, basicamente, em correr atrás do prejuízo.
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