Estreia de hoje à noite na Record, Máscaras será mais do que uma novela que começa com um sequestro e deslancha com uma troca de identidade entre herói e vilão.
A novela de Lauro César Muniz e Renato Modesto terá uma forte conotação política e reproduzirá um aspecto do momento pelo qual passa a economia brasileira.
Uma organização de direita sediada em Dallas, nos Estados Unidos, está por trás do sequestro de Maria (Miriam Freeland) e seu bebê, que desencadeia a trama.
A organização é fictícia, mas, segundo Muniz, a novela citará o Tea Party, movimento conservador surgido nos EUA em 2009. Seus símbolos serão os mesmos da Ku Klux Klan, outra organização americana de ultradireita.
Perigo laranja
"É uma organização que tem ligações no Brasil. Eles têm um plano de explorar biodiesel no Brasil, usando laranjas", diz Muniz. "A intenção é ter a tecnologia do biodiesel em mãos".
A organização entrará no País pelo Paraguai e tentará comprar uma enorme quantidade de terras em Mato Grosso do Sul.
"A fazenda de Otávio Benaro [Fernando Pavão, o herói da história] está no centro de gravidade dos interesses dessa organização, porque tem muita água e terra boa", conta o autor.
Os sequestradores de Maria, portanto, têm ligação com essa organização. O objetivo é comprar a fazenda e se "apossar" da família Benaro.
Com essa trama de conexões internacionais, Muniz quer alertar contra o perigo de grandes áreas do Brasil serem ocupadas por estrangeiros.
"O novo Código Florestal deixa flancos abertos. Há muita gente estrangeira na Amazônia. Precisamos tomar cuidado com o novo Código Florestal, com a soberania nacional, com os laranjas", diz Muniz.
Brazucas de volta
A organização de direita norte-americana se conecta com a economia brasileira não apenas pelo interesse em biodiesel. Serão ligados a dois brazucas que retornam ao Brasil, fugindo da crise americana: Nameless (Paloma Duarte) e o vilão Martim Salles (Heitor Martinez).
A prostituta Manu (Giselle Itié) também é ex-brazuca. "Ela estava perdendo dinheiro em Dallas. Os clientes estavam pechinchando por falta de dinheiro", conta Muniz.
"O País mudou. O Brasil era um País dependente, colonizado. Todos os nossos padrões de gosto eram americanos. Agora os brazucas estão voltando. A situação econômica é sólida, houve ganho de confiança no País", lembra o autor.
Esse novo Brasil estará retratado em Máscaras.
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