segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Acertos e erros do último capítulo de A Favorita


Mais uma vez, assisti ao último capítulo de uma novela com amigos e familiares e essa reunião caiu como uma boa amostragem da reação do telespectador. O ponto final de "A Favorita" chegou depois de um longo e interminável capítulo. A noite da sexta-feira tinha tudo para ser a mais eletrizante dos últimos meses, mas João Emanuel Carneiro arrastou o desfecho e levou parte do público a ficar na frente da TV até às 23h.

É claro que o manual da dramaturgia manda o autor encerrar sua história com os casamentos, promessas de mudanças e indícios de dias melhores. E assim foi feito, mas João Emanuel Carneiro também guardou para o último capítulo mais um momento de dor para a mocinha Donatela, a morte perto do herói e o castigo da vilã Flora.

Foi bom ver a filha atirar na megera e não mata-la. Tudo foi justificado: o amor de Lara por Donatela é maior e, como toda heroína, a jovem não é uma assassina, apenas a defensora de sua família e dos bons. Também foi acertado Catarina não casar, insinuar que vai continuar o namoro com o verdureiro e viajar com a amiga para Buenos Aires. Agradou a quem defendia Catarina ao lado de Stella e quem desejava por um final longe da relação homossexual. Outro momento surpreendente e que justificou o comportamento de pai e filha foi a revelação de que Léo abusou da garota e era o verdadeiro pai de sua neta. Um assunto pesado que foi tratado com muita sutileza.

Na minha arquibancada particular vi o público dividido sobre alguns encaminhamentos, mas uma opinião foi unânime: o último capítulo estava longo e esse tempo exagerado criou a sensação de frustração no telespectador. Esse foi o grande erro de João Emanuel Carneiro.

O último capítulo de "A Favorita" fechou com 48 pontos de média, segundo dados preliminares, e não bateu recorde de audiência, como esperado. Acho que foi o resultado do exagero no tamanho do capítulo.

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