sexta-feira, 17 de abril de 2009

"Tudo Novo de Novo" é seriado tipo "A Vida Como Ela É", acredita Júlia Lemmertz


Júlia Lemmertz anda encantada com a bem-sucedida arquiteta Clara de "Tudo Novo de Novo", série que estreia esta sexta, dia 17, na Globo. E o encantamento tem toda a razão de ser. Até porque, segundo a atriz, Clara representa a mulher contemporânea, que, ao mesmo tempo trabalha fora, sustenta a casa sozinha e ainda sonha em encontrar um novo amor e construir uma nova família. Apesar de também ter medo de ver tudo desabar mais uma vez. "O mais interessante de 'Tudo Novo de Novo' é que não estamos fazendo uma mininovela. Estamos fazendo um seriado meio que 'A Vida Como Ela É'. De uma pessoa que tem filhos, ex-maridos e se acha no meio de tantos afazeres", analisa.

Mãe de Carol, interpretada por Daniela Pepszyk, e Léo, de Matheus Gabriel - cada um de um ex-marido -, Clara se envolve com o engenheiro Miguel (Marco Ricca), durante uma obra em que os dois estão trabalhando juntos. O romance acaba sendo o pano de fundo para contar histórias de outros casais que também estão em busca do "re-casamento". "Depois daquela fase de 'Malu Mulher', da dificuldade de se separar, acho que agora a dificuldade é estar junto", reflete.

Casada há 15 anos com o ator Alexandre Borges, que atualmente interpreta o empresário Raul em "Caminho das Índias", Júlia confessa que se identifica com Clara. Principalmente por Alexandre ser seu segundo marido e pai do seu segundo filho, Miguel, de 8 anos. A atriz também tem uma filha de 20 anos, Luiza, do seu primeiro casamento com o executivo Álvaro Osório. "Assim como ela, também trabalho muito, tenho dois filhos de dois casamentos diferentes e também estou com uma obra em casa que não acaba nunca. Só não estou me separando! O resto é tudo parecido", diverte-se a atriz.

Ter a possibilidade de servir como instrumento para trazer para a ficção um debate sobre o desenho da atual família brasileira está sendo um prazer para Júlia. Tanto que, apesar de estar completamente envolvida com a peça "Mary Stuart", de Friederich Schiller - na qual está em cartaz no CCBB, no Rio, até o dia 22 de maio -, a atriz não pensou duas vezes antes de aceitar o convite de Denise Saraceni, diretora de núcleo da série, para viver a contemporânea arquiteta. "Me atraiu muito fazer uma comédia romântica, de situação - apesar de não ser um seriado de humor. É uma comédia da vida que segue, que é engraçada no meio da confusão, da tragédia, das desgraças", descreve.

Para Júlia, a "graça" do seriado está no cotidiano dos personagens que, mesmo diante de inúmeros problemas, encaram a vida com coragem e bom humor. "Todos os papéis são muito bem definidos. Tem a Nanda, por exemplo, que é a irmã da Clara e é o oposto dela, ou seja, muito mais despachada e solteira por opção", conta Júlia, referindo-se à atriz Maria Eduarda. Outros personagens que chamam a atenção de Júlia são a impulsiva Ruth (Arieta Correa) - ex-mulher de Miguel, com quem Clara se envolve - e o "workaholic" Fred, papel de Marcelo Spektor - primeiro marido de Clara que é um pai ausente e tenta compensar a falta de tempo com a filha enchendo-a de presentes caros. "São personagens muito bem escritos", elogia.

Ao descrever os personagens, Júlia reflete e admite que está curiosa para saber como o público vai receber a série. Segundo ela, porém, a identificação será imediata. "Percebo isso quando vejo a equipe de produção da série discutindo sobre as histórias. Todos vivem a vida um pouco assim", observa ela, que acredita que todos têm ou conhecem quem tem problemas parecidos com os dos personagens da série. "Quem não separa, sofre, tem um trabalho que cobra, um filho que fica doente? Todo mundo vive isso, né?", indaga a simpática atriz.

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