quarta-feira, 22 de julho de 2009

Renata Dias Gomes conta com detalhes sua ida para o SBT


Por Renata Dias Gomes, colunista do Te Contei

Foi na sexta feira dia 10 de julho que minha vida começou a mudar. De manhã surgiu a notícia de que Tiago Santiago havia recebido proposta para trocar a Record pelo SBT. Foi Tiago, como contei numa coluna anterior, quem me levou para a Record.

A primeira sensação foi de desamparo. Mas não deu tempo de dar vazão a sensação. Em pouco tempo era hora de buscar o bebê na escola e eu fui cumprir a agenda da maternidade. Na volta a notícia era que Sílvio Santos havia pedido para me ligarem.
Queria retomar as negociações. Volto um pouco no tempo para explicar. Ano passado eu escrevia “Chamas da Vida” quando o SBT negociou com meu pai e meus tios, herdeiros de Janete Clair, toda a obra de rádio da autora. Sílvio quis me conhecer.

E eu fui. Afinal, quantas vezes na vida se tem a oportunidade de conhecer Sílvio Santos? Lenda viva da TV.

Antes de chegar ao SBT pensei que não conseguiria conversar com Sílvio sem rir. Quem nunca teve um amigo que imitava o Silvio Santos? Quem não conhece seus bordões, sua forma de entrevistar? Mas entendi que era uma reunião de trabalho e que estava indo encontrar com o homem de negócios e não o artista.

Depois de passar pelo Liminha todo vestido de rosa na sala de espera, minha surpresa foi descobrir que o Sílvio Santos homem de negócios e o artista são uma pessoa só. Me senti uma colega de auditório ao ser apresentada.

- Silvio, essa é a Renata.- Muito prazer, Renata. Me deixem sozinho com a Renata. Vamos entrar, Renata?

Entrei, ele me sugeriu sentar. Sentei . E então ele perguntou:

- Qual seu nome mesmo?

Dou um doce para adivinhar o que veio a seguir. Sim, ele perguntou onde eu moro. Não perguntou a caravana, é verdade. Mas perguntou se fiz boa viagem e onde moro no Rio de Janeiro. Sílvio é o senhor das entrevistas! Ele conduz a negociação ou o programa com a mesma maestria. Consegue do convidado o que quer. Ou quase.

Porque apesar dele ter sugerido que eu passasse no departamento jurídico e assinasse o contrato na mesma hora (é pegar ou largar, dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três), não assinei. Estava no meio da novela na Record e meu senso de responsabilidade não permitiria.

Voltei para o Rio com uma experiência incrível na bagagem e muita história para contar. Todos queriam saber como era estar cara a cara com Silvio Santos.
Ele fala daquele jeito mesmo? Fala! Ele tem a mesma aparência? Tem! E quando na sexta dia 10 de julho novamente me ligaram para encontrar Sílvio, não titubeei. Parti com a “caravana” da Lagoa, voei pela TAM e fui parar no camarim do nosso maior homem de TV.

Desta vez ele lembrava o meu nome. E, impressionantemente, lembrava detalhes da primeira vez que eu e minha memória de peixinho havíamos esquecido.

Fiquei muito à vontade no camarim. Aliás, o camarim de Sílvio merece um espaço à parte porque é simples e aconchegante como jamais poderia imaginar. Com direito a fogão de duas bocas onde, reza a lenda, ele mesmo faz ovo frito. Não pude confirmar.
Não houve momento culinária enquanto estive por lá. Foi apenas uma conversa maravilhosa sobre o projeto do SBT para as telenovelas. Saí de lá com a certeza que o SBT pretende investir sério. E foi impossível resistir ao pegar ou largar dessa vez.

Passei na mesma hora no departamento jurídico, assinei o contrato e voltei para o Rio de Janeiro como mais uma súdita do patrão.

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