quarta-feira, 4 de maio de 2011

Nova novela coloca vida da Record em jogo



“Vidas em Jogo” seguiu o caminho das suas antecessoras e não surpreendeu, ficando abaixo na média esperada e despencando a audiência da Record no horário. Aconteceu isso com “Viver a Vida”, “Passione”, “Insensato Coração”, “Ribeirão do Tempo”, “Bela, a Feia”, “Amor e Revolução”... Enfim, com todas as últimas estreias da dramaturgia brasileira. O panorama poderia ter mudado ontem se não fossem três motivos básicos: a contribuição da própria emissora para fracasso de suas novas novelas, a falta de paciência do telespectador para acompanhar uma boa história e o fato de que o brasileiro não quer mais ver mocinhas e heróis e sim a realidade, nua e crua, em sua essência.

A Record continua errando em seus folhetins ao esticá-los como massa de modelar. Uma história precisa ter início, meio e fim; quando o ‘fim’ se torna maior que o ‘meio’, então perde-se todo o foco inicial e o público fica numa situação delicada. Com medo de permanecer preso por mais de um ano numa mesma história, quem assistia “Ribeirão do Tempo” e acompanhou a boa novela de Marcílio Moraes teme ser acorrentado por uma outra trama. Isso torna as coisas mais difíceis, mas ainda pode haver tempo de mudar e, se essa for a verdadeira vontade, que se faça agora.

Outro erro que chama atenção é que, com o passar do tempo, algumas piadas perderam a graça e não mais mexem com o imaginário popular. A primeira cena da novela mostrava Guilherme Berenguer dormindo e isso serviu de ideia para quem estava assistindo televisão naquela hora. O poeta já dizia que para se conquistar um espectador até o final da última cena da peça, tem que o fazer ficar boquiaberto com a primeira cena. Isso não aconteceu com “Vidas em Jogo”.

E mais: que diferença faz ver pessoas da classe média ganhando dinheiro na loteria? Isso não muda nada. Se fossem pessoas miseráveis virando milionárias, talvez o público se identificasse mais. Enfim, o que ficam, por ora, são somente dúvidas e incertezas.

Os atores do novo folhetim da Record deram um show de dramatização, nomes como Betty Lago, Beth Goulart e até o Guilherme Berenguer deram um peso a mais na novela e contribuíram para que esse fosse o começo de folhetim mais bem produzido pela Record. A equipe de fotografia e redação também fizeram as suas partes e deixaram “Vidas em Jogo” com cara de novela da Globo. Foi um elogio.

Mas mesmo assim, Cristianne Fridman ficou devendo bastante e colocou a vida da Record em jogo, pois outras novelas virão.

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