Eduardo Caldas tinha apenas 6 anos de idade quando estreou na TV, na
pele de Alvinho, de “Felicidade” (1991). Durante dez anos trabalhou sem
parar na televisão, chegando a ser considerado o maior ator mirim da sua
geração. Mas foi preciso ganhar um disco de presente da mãe para
descobrir que ficava mais empolgado em ouvir músicas do que gravar
novelas. Resultado: jogou tudo para o alto em busca do seu verdadeiro
sonho. Hoje, com 27 anos, Eduardo Albuquerque ou Dudu, como é conhecido,
prepara um CD solo de rap e diz que não se arrepende da decisão tomada
há uma década.
“Estava com 16 anos, tendo saído da novela para
novela desde os 6. Atuar é legal, acho uma arte muito interessante,
nobre. Mas acho que não tenho mais talento para isso. Fiz uma belíssima
história como ator, não teria mais nada para conquistar: vim, vi e
venci. Deixei a coroa para outro pegar”, justifica o rapaz, cujo um dos
últimos trabalhos na TV pode ser revisto no canal Viva, na reprise de
“Chiquinha Gonzaga (1999)”.
A vida agitada de gravações e compromissos de antes não chega a
ser tão diferente da que tem hoje. Formado em Cinema, Eduardo dá
expediente como coordenador audiovisual do Fluminense, finaliza o
roteiro de um longa-metragem (a comédia “A esperança é a última que
morre”, a ser filmado em janeiro com direção de Calvito Leal) e produz o
próprio disco com músicas que mostram muito da sua intimidade.
“O
CD fala sobre o meu renascimento após 2010, onde terminei um
relacionamento intenso de três anos, e tive problemas sérios com um
ex-sócio. Saí de casa, do confortável Leblon, para morar sozinho no
Jardim Botânico. Claramente, ali morreu um Eduardo e nasceu um novo,
pois tinha feito diversos planos, e a vida me disse não”, desabafa.
“Agora, estou muito animado. Esse CD é a melhor coisa que já fiz na
vida”.
Autor de todas as canções do seu disco, que se chamará Pio XI
("Nome da praça onde moro e inspiração da minha vida”, explica), o
ex-ator mirim hoje usa o nome Reverendo ("apelido de adolescência e
quase um persoangem"), e diz que escolheu o estilo rap por acreditar que
é “muito bom com as palavras”.
“A mensagem é muito mais útil. É
quase autoajuda. Meu sonho era ter a Fafá de Belém cantando na última
faixa. Mas é sonho, né. Adoro ela”, brinca ele, aproveitando para
esclarecer que uma polêmica entrevista que circula há anos na internet
envolvendo o seu nome é completamente falsa. “Um bando de verosimilhança
colocada junta de uma maneira engraçada. Internet, né?”.
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