sábado, 20 de dezembro de 2008

Aguinaldo Silva revela que foi violentado aos 13 anos


Aguinaldo Silva revela que foi violentado quando tinha 13 anos. O autor conta em seu blog que um homem o levou para um quarto de pensão. "Ele me tomou pela mão e me levou para o seu quarto".

No texto, Aguinaldo volta a 1957, quando estudava no Colégio Americano Batista (C.A.B), em Recife. Um dos meninos lançou a idéia de votar em Aguinaldo para rainha da primavera.

Na votação, os papéis que continham seu nome foram colocados de lado. "Até que, no final da apuração, pelo tamanho da pilha, fora eu o mais votado. Mas foi declarada vencedora a menina que teve mais votos depois de mim ".

Aguinaldo diz que foi perseguido pelos colegas de escola. "Enquanto eu gritava de pavor, eles jogavam pedras, paus, sapatos, terra, cadernos, canetas, livros, a meia porta de um dos banheiros que acabou sendo arrancada... Tudo isso numa gritaria infernal", relembra.

"Em prantos, saí do colégio e fui sentar num banco da Praça, onde fiquei a soluçar, em estado de choque. Um homem se aproximou de mim e perguntou: 'Por que choras, linda criança?' Em vez de lhe responder eu chorei ainda mais alto", diz. "Então ele me tomou pela mão e me levou para o seu quarto, numa pensão ali mesmo, na praça. Mas o que ele me deu não foi propriamente consolo".

O autor continua o relato dizendo como foi sua vida a partir daí. "Não chorava mais, porém estava ainda mais arrasado. Mas não tinha ninguém com quem pudesse conversar sobre o fato, e tinha que esconder tudo aquilo da minha família. Não podia chegar em casa e dizer: fui humilhado, espezinhado, quase linchado, violentado...".

Na escola, o caso foi abafado, afirma Aguinaldo. "Não houve qualquer comentário desairoso.

Aos poucos eu soube: o caso provocara verdadeira convulsão na direção do colégio. Pensaram até em me expulsar como medida profilática. Afinal de contas, era eu o pobre, o feio, o esquisito e o efeminado, e por isso fora culpado de tudo".

A história voltou a mente dele após passear de cruzeiro pelo Recife. "Durante 52 anos guardei essa história comigo. Por isso nunca fiz análise, pra não ter que deitar num sofá e contá-la a um estranho. Na verdade, a essa altura da minha vida eu até já a tinha esquecido".

Ele conta que aproveitou que estava na cidade para revisitar alguns locais dessa época da adolescência. "A verdade é que de vez em quando ainda desmunheco. Mas acho que isso é destino!", encerra.

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