segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
Livro conta curiosidades sobre autores de novelas brasileiros
Aguinaldo Silva diz que "Porto dos Milagres", de 2001, foi tão traumática que quase o fez desistir de escrever novelas. Gilberto Braga conta que fez "O dono do mundo", em 1991, em meio a uma depressão. Já Carlos Lombardi admite que várias de suas tramas falam sobre a busca por uma segunda chance na vida pelo fato de o próprio autor ter sido viciado em cocaína, aos 28 anos. Essas são apenas algumas das revelações de "A seguir, cenas do próximo capítulo - As histórias que ninguém contou dos 10 maiores autores de telenovela do Brasil", livro recém-lançado pela Panda Books e assinado pelos jornalistas André Bernardo e Cintia Lopes.
Além de Aguinaldo, Braga e Lombardi, Benedito Ruy Barbosa, Glória Perez, Lauro César Muniz, Manoel Carlos, Silvio de Abreu, Walcyr Carrasco e Walther Negrão contam, nas 284 páginas do livro, detalhes sobre o começo de suas carreiras, seus métodos de trabalho, alegrias e frustrações - para Benedito Ruy Barbosa, por exemplo, a reexibição de "Pantanal" pelo SBT, em 2008, foi "uma coisa maluca". No livro, ele diz que Silvio Santos "matou a novela". A difícil relação entre novelistas e diretores também é tema recorrente.
- Como não tínhamos vínculo com as emissoras, acho que todos se sentiram mais à vontade para falar. Eles falaram numa boa, inclusive sobre fases ruins, profissionais e pessoais - explica Cintia, que idealizou o projeto com André há quatro anos.
Além das longas entrevistas, "A seguir, cenas dos próximos capítulos" ainda traz uma ficha técnica com tópicos curiosos sobre cada autor. Um deles, "bordões famosos", inclui até frases recentes, como "é a treva", de Bianca (Isabelle Drummond), em "Caras & bocas". Além das fichas, uma lista de 10 curiosidades acompanha cada perfil. Mas o que mais chama a atenção são os roteiros originais de cenas marcantes que vão da briga entre Maria de Fátima (Gloria Pires) e Raquel (Regina Duarte) em "Vale tudo" à comédia pastelão de "Guerra dos sexos", com a clássica cena em que Charlô (Fernanda Montenegro) e Otávio (Paulo Autran) fazem uma briga de tortas na cara.
- As pessoas não imaginam como os capítulos saem da mão dos autores, como eles identificam os diálogos e como os atores recebem o texto - avalia Cintia.
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