sábado, 19 de junho de 2010
Gabriela Duarte anuncia uma nova era com Jéssica de "Passione"
Não foi apenas uma mudança no visual. O corte e a alteração na tonalidade do cabelo, agora acima dos ombros, mais claros e picados, anunciam um novo ciclo na vida de Gabriela Duarte. Acostumada com as madeixas longas e escuras, a atriz, que interpreta a divertida Jéssica de "Passione", da Globo, no começo estranhou um pouco, mas já se acostumou com o novo look. "Se falassem 'Gabriela raspa a cabeça', eu diria 'vambora'", conta, aos risos. Pela primeira vez interpretando uma personagem cômica, a atriz acredita que a nova aparência compactua com o atual momento de sua carreira. "É bom mudar de estilo, é bom mudar de universo. Agora percebo que tudo na minha vida mudou", comemora. A incursão pela comédia, aliás, requer de Gabriela técnicas diferentes das que estava acostumada a usar no drama. "O jeito de falar, de respirar, o gestual. Todo meu ritmo teve de ser modificado", encara.
O que ainda não mudou são as comparações com a personagem mais marcante de sua carreira, a Maria Eduarda, de "Por Amor". Mas para Gabriela o papel já foi exorcizado há muito tempo. Algo que acontece com o público, que ainda se lembra da personagem como uma jovem mimada e chata. "Ela tinha tudo, não era só chata, era engraçada, era um pouco vilã na relação com o pai alcoólatra. Isso fez dela uma personagem com diversas facetas, e ao mesmo tempo, vítima de diversas situações", defende. O terceiro papel da carreira de Gabriela foi a oportunidade que ela teve para sair do "quase anonimato", mesmo antes tendo feito uma novela das 19 h, "Top Model", em 1989, e depois "Irmãos Coragem", em 1995, ambas da Globo. "Saí disso e fui para uma projeção absurda que foi a novela do Manoel Carlos. Aquilo me trouxe uma visibilidade imensa em um momento em que eu não era conhecida", afirma. Gabriela encara como natural o público ter misturado a atriz com a personagem. "Tudo influenciou para isso. Eu também contracenava com a minha mãe", explica ela, que teve onze personagens após Maria Eduarda. "Tive muitos papéis incríveis que infelizmente não tiveram tanta força quando a de 'Por Amor'. Por exemplo a Justine, de 'Esperança', e a Chiquinha Gonzaga que interpretei na primeira fase", elenca.
Com mais de 20 anos de carreira, alguns personagens de destaque e comparações com a mãe, a atriz Regina Duarte, Gabriela não sente qualquer obrigação de provar o seu talento para o público. Apenas para ela mesma. "É uma loucura querer provar para os outros. Sou o que eu sou", define ela que só quer "se divertir" diante das câmaras. "Quando tinha oito anos, o meu professor de teatro do colégio falava que atuar é brincar. Só agora, interpretando a Jéssica, alcancei esse aprendizado de forma completa", relembra a atriz, que possui parâmetros bem definidos para aceitar novos papéis. "Evito a repetição. Por exemplo, interpretar mais uma vez uma mocinha ética, melodramática e ingênua, que acredita demais no ser humano. Para mim esse ciclo se fechou. Bom, pelo menos por enquanto", aposta. Mas a atriz não descarta totalmente a possibilidade de um papel assim. "Não estou dizendo que não farei isso nunca mais. Apenas me sentia subaproveitada no sentido de criar e experimentar", completa.
Uma das justificativas para tanta mudança na vida profissional e pessoal tem explicação com a chegada da maternidade. "A Manuela fechou esse ciclo de amadurecimento muito importante. Quase no limite de ser muito tarde. Isso ficou muito claro depois que ela nasceu", explica, referindo-se à filha de três anos. "Chega um momento em que você deixa de se interessar por determinadas coisas. Na vida temos esses ciclos que se fecham. Não tem justificativa exata, é como diz uma frase 'é assim que é'", filosofa.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário