Insensato Coração, novela que a Globo estreiou a uma semana, tratará de um assunto muito frequente no noticiário recente: o preconceito contra homossexuais.
"Vamos abordar homofobia na história, mas não é a trama principal da novela. A intolerância (sexual, religiosa etc.) está presente no dia a dia do espectador, apesar do politicamente correto tentar segurá-la. Vamos abordar um assunto contemporâneo e pertinente numa novela das oito, de forma crítica, combatendo o preconceito e promovendo a aceitação", diz Ricardo Linhares, coautor de Insensato Coração, ao lado de Gilberto Braga.
A novela terá três personagens gays assumidos fixos e outros que aparecerão em participações especiais ou serão muito secundários. Haverá até um quiosque, na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, frequentado por homossexuais.
O principal deles será Roni, interpretado por Leonardo Miggiorin, amigo de Natalie (Debora Secco).
"O personagem do Leonardo Miggiorin é um gay que dá pinta. E temos dois outros personagens gays, um advogado quarentão bem-sucedido (Edson Fieschi) e um professor universitário de direito (Marcos Damigo), ambos sem trejeitos. Os três já saíram do armário e não têm conflito por assumir sua condição sexual. Eles não são bandeira de nenhum movimento, são reflexo da diversidade da vida contemporânea", conta Linhares.
O dramaturgo ainda não revela como a homofobia se manifestará de forma violenta na trama. Nega que seja por meio do personagem de Cassio Gabus Mendes, Kleber, que revelerá preconceito contra seu chefe, um editor, cujo ator, em participação especial, ainda não foi escalado.
"Homofobia não é o traço principal do personagem do Cassio. Não se trata de um caso de homossexualidade mal resolvida. Ele é um jornalista da Economia, da velha guarda, que não se adapta bem às 'novidades', em termos de comportamento e tecnologia. Tem conflitos com seu editor, que é mais jovem e gay, não efeminado. É contra antecipar temas no plantão online do jornal, por exemplo. Prefere segurar a exclusividade para o papel, porque acha que o assunto fica mais bem abordado. É separado da personagem da Isabela Garcia. Eles têm uma filha adolescente. Não gosta que a filha use gírias. É machista e ciumento. Enfim, é um pouco jurássico e não se adapta aos novos tempos", abre Linhares.
O autor ainda desmente que a personagem de Cristiana Oliveira seja lésbica. "É uma presidiária rude. Mas não há indicações de que seja lésbica. O tema não será abordado nessa trama", conta.
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