Foi com elegância que o autor Walcyr Carrasco reagiu às insinuações do colega Aguinaldo Silva de que Dulce, personagem de Cassia Kiss Magro em Morde & Assopra, seria uma cópia de Griselda Pereira, que Lilia Cabral interpretará em Fina Estampa, próxima novela das nove da Globo.
"Não existe ideia original em dramaturgia", defende Carrasco.
Em comum, Dulce e Griselda são mães batalhadoras, que dão um duro danado para que o filho que a rejeita possa estudar medicina. Dulce é faxineira em um hotel. Griselda trabalhará como marido de aluguel (consertará geladeira, fogão).
Aguinaldo Silva usou seu blog para cutucar, sutilmente, o autor da novela das sete. Publicou um texto em que lembra que Griselda "nasceu" em 9 de maio de 2009, antes, supostamente, de Dulce.
"É bom a gente ter um arquivo implacável, né, não? Eu tenho um. E foi nele que tratei de desencavar a primeira alusão, no Bloglog [portal que hospedava seu blog], a Griselda Pereira, a protagonista de Fina Estampa: uma mulher que, por ser humilde, e exercer trabalhos braçais, é a vergonha de José Antenor, seu filho que, graças ao trabalho pesado dela, pode fazer um caríssimo curso de medicina numa faculdade particular e sonha em se tornar um cirurgião plástico", escreveu Silva no blog.
E continuou: "Foi no dia 5 de maio de 2009, enquanto se desenrolava a minha primeira master class [curso para roteiristas], diante de 19 pessoas, que eu falei pela primeira vez da história de Griselda e seu filho e do drama dos dois".
O R7 ouviu Walcyr Carrasco:
R7 - É possível afirmar que existe ideia original em teledramaturgia, que alguém pode se arvorar de ter tido uma ideia antes que outra pessoa?
Walcyr Carrasco - Eu acho difícil alguém dizer que existe ideia original em dramaturgia e mesmo na literatura. as estruturas dramatúrgicas costumam ser semelhantes. Muda a maneira de contar. Quantas vezes você viu Romeu e Julieta contado de uma maneira diferente? Mas o detalhe é que ao escrever Romeu e Julieta Shakespeare se inspirou em outra história, Os Amantes de Verona. Histórias de filhos que rejeitam as mães são marcas constantes em novelas. Por exemplo, em Dona Xepa [de 1977].
R7 - Quando foi que você pensou na Dulce?
Carrasco - Ah, sempre! Essa história me marca muito, desde criança, quando assisti a um filme americano em que a filha rejeitava a mãe negra.
Carrasco - Ah, sempre! Essa história me marca muito, desde criança, quando assisti a um filme americano em que a filha rejeitava a mãe negra.
R7 - Você vai antecipar o término da trama envolvendo Dulce?
Carrasco - Não. A trama de Dulce continua até o fim. Dulce é um personagem importante na minha história.
Carrasco - Não. A trama de Dulce continua até o fim. Dulce é um personagem importante na minha história.
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