domingo, 19 de abril de 2009

O público quer ação nas novelas


Uma das conclusões do grupo de discussão de “Paraíso” é curiosa. As entrevistadas eram mulheres de todas as idades, mas as de mais de 40 anos foram mais enfáticas em dizer que “aquele tipo de amor de Santinha (Nathália Dill) e Zeca (Eriberto Leão) não existe mais”. Segundo as participantes da pesquisa, “alguém tem que ‘pegar’ alguém logo na novela”. De fato, “Paraíso” está no ar há um tempão, mas só esta semana a protagonista, Santinha, levantou o véu para que Zeca pudesse olhá-la nos olhos. Isso aconteceu quando a mocinha foi até a fazenda do nosso herói, rezar para que ele se recupere de uma paralisia causada por uma queda de cavalo.

Uma das especialidades da teledramaturgia é justamente separar os casais por bastante tempo, de preferência até os últimos capítulos de uma novela. Entre encontros e desencontros, os autores tentam manter uma tensão no ar e é em cima dessa aflição crescente que eles constroem suas histórias. “Paraíso” é assim, igual a tantas outras novelas que a televisão já produziu. Só que agora, o público parece estar querendo mais ação. Não basta centrar a expectativa no casal principal, as tramas paralelas devem dividir as atenções. Pode não ser o fim do amor romântico na teledramaturgia, mas que o telespectador espera um passo mais acelerado, isso é inegável.

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