domingo, 5 de abril de 2009

Globo volta a investir em séries depois do sucesso de outros canais


Nos últimos anos, as séries vêm se transformando em mania entre os telespectadores e mesmo fãs de filmes. A TV a cabo e a Internet servem de base de avaliação para os canais brasileiros. A Record já investe neste gênero, pois além de exibir as séries internacionais, também produz sua própria, tendo a policial "A Lei e o Crime" conquistado uma média de 15 a 20 pontos de audiência entre Rio e São Paulo. A série já garantiu uma segunda temporada para 2010.

Para não ficar para trás, a Globo anuncia a estréia de "Força Tarefa". Esta nova série policial gira em torno das atividades da Corregedoria da Polícia Militar do Rio de Janeiro que tenta acabar com a corrupção no meio. Seguindo uma linguagem cinematográfica, a série foi criada por Marçal Aquino e Fernando Bonassi. Estrelada por Murilo Benício, Milton Gonçalves, Fabíula Nascimento, Hermila Guedes e Juliano Cazarré, tem previsão de estréia para o dia 16 de abril.


Outras produções que estão em fase de desenvolvimento são "Decamerão - A Comédia do Sexo", estrelada por Deborah Secco, que teve um especial de fim de ano em 2008; "Tudo novo denovo", com base na série "Brothers & Sisters"; "Aline", com base nas tiras em quadrinhos criada por Adão Iturrusgarai, a qual também teve um especial de fim de ano e vai estrear no formato série no segundo semestre; "Som e Fúria", versão brasileira da série canadense "Slings & Arrows", que teve sua estréia adiada para julho em função da exibição do "BBB 9". A versão da série chega ao Brasil em formato minissérie com Andrea Beltrão, Felipe Camargo, Pedro Paulo Rangel, Dan Stulbach e Rodrigo Santoro. Ó Paí Ó garantiu uma segunda temporada para o fim do ano com o mesmo elenco e direção.



E ainda tem as minisséries "O Bem Amado", "Jânio Quadros", "Dalva de Oliveira" e "Dançar Tango em Porto Alegre". A primeira é uma obra de Dias Gomes, dirigida por Guel Arraes, que terá como base o filme do diretor para o cinema. Estrelada por Marco Nanini, a minissérie está prevista para 2010. A história tem como base uma peça que virou novela, a qual foi transformada em série e que, agora, é versada para o cinema e novamente para a TV. A segunda pretende narrar a vida de Jânio Quadros no período em que foi Presidente da República. A terceira irá narrar a vida da cantora Dalva de Oliveira. Com roteiro de Maira Adelaide Amaral e direção de Dennis Carvalho, a minissérie de cinco capítulos deverá ser exibida em janeiro de 2010. A quarta é a terceira minissérie do Projeto Quadrante, onde contará a história de Jane, uma jovem misteriosa, que conhecerá um distinto homem em uma viagem rumo a Porto Alegre. Ela esconderá um grande drama em sua vida, e ele, inúmeros fracassos em seu passado. Os dois, devido ao desespero, irão se envolver e fazer com que aquele momento, dentro de um trem na fria noite gaúcha, seja marcado em suas vidas para sempre.

A produção de séries brasileiras pela Globo ou outros canais não é novidade. De quando em quando o público testemunha o surgimento de uma série. O problema é a falta de continuidade neste gênero de produção, o qual ficou restrito a duas ou três minisséries por ano e a eventuais séries cômicas. Isto porque a série dramática, mais rara na TV brasileira, tem um custo maior que as próprias novelas, visto se tratar de desenvolvimento mais profundo de temas, necessitando de bons roteiros e de um trabalho de câmera que dê apoio a trama. Outro problema das séries dramáticas também poder ser a possibilidade de, se bem desenvolvida, roubar a audiência das novelas, as quais são produtos tradicionais na grade da Globo.


Com a penetração cada vez maior da televisão americana no mercado internacional, a TV brasileira deixou passar "um bonde inteiro" antes de perceber a necessidade de investir neste gênero. Enquanto outros países já adotaram há anos esta linha de produção contínua, o Brasil se manteve fiel no investimento único de novelas. Somente com a queda na audiência deste gênero é que os canais se deram conta de que "alguma coisa" estava acontecendo. Agora tentam correr atrás.

Dedicando-se às novelas, os canais brasileiros se afastaram de um filão que tem potencial para atrair segmentos de público específicos. Com isso garantiria audiência por mais tempo com um produto flexível em seu desenvolvimento e abordagens. Este filão também potencializaria uma variedade de programação, oportunidades de lançar novos roteiristas e atores, e penetração no mercado internacional com outros tipos de produtos.


A produção esporádica também prejudica a qualidade no desenvolvimento deste tipo de produto, visto que a falta de prática ou a interferência do canal podem levar uma série a se transformar rapidamente em narrativa, em visual e em interpretação de novela.

De qualquer forma, parece que as emissoras estão, de novo, dispostas a tentar este filão, fazendo frente (?) às produções internacionais no mercado nacional e internacional. A Globo, inclusive, já adotou o formato americano de produção estabelecendo 13 a 22 episódios por temporada de suas séries, à exceção de "A Grande Família".


Séries como "Os Normais" e "A Diarista" (que por sinal tem enredo semelhante ao seriado americano dos anos 60 chamado "Griedl") foram vendidas a outros países como Equador, Peru, Honduras, Guatemala, Paraguai, República Dominicana, Coréia, Portugal, Rússia, Moçambique e Timor Leste sob o título de "Normal People" e "The Cleaning Lady".

O mercado internacional presente no Brasil através dos canais de tv a cabo já investem com significativa qualidade em séries nacionais. Esse ano estréiam a segunda parte da primeira temporada de "9mm: São Paulo" na FOX e a segunda temporada de "Filhos do Carnaval na HBO". A própria HBO ainda tem como planos futuros de produção, as novas temporadas "Mandrake" e "Alice".


No canal GNT a série de sucesso "Mothern" deve ter uma nova temporada ainda esse ano, junto com "Dilemas de Irene". E ainda no GNT, o canal festeja a sucesso da reprise de "Os Normais". Será a série o novo formato de teledramaturgia brasileira?

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