segunda-feira, 6 de abril de 2009
Vanguarda?: Caras & Bocas fala de arte, mas repete modelo
Uma história de amor com humor. É assim que Walcyr Carrasco define a nova novela das sete da Globo, assinada por ele. Com estréia marcada para o próximo dia 13, Caras & Bocas, portanto, é construída como manda a tradição dos folhetins do horário, investindo nestes dois ingredientes para contar a história de um casal.
Malvino Salvador é o mocinho. No papel de Gabriel, ele trabalha duro no bar da família para cuidar de sua irmã, deficiente visual, e da mãe.
- É um cara batalhador, um dono de bar, que tem que cuidar da família, colocar comida na mesa. Ele é o alicerce, o provedor da casa, o comandante da família depois que o pai morreu, explica Malvino, na festa de lançamento da novela, realizada em São Paulo no último domingo, dia 5.
Na juventude, no entanto, havia planejado outro futuro para si. Queria ser pintor e se casar com a mulher que amava, Dafne, hoje dona de uma galeria de arte, vivida por Flávia Alessandra. Depois de uma armação do avô da moça, o casal se separa. Ela está grávida, ele desconhece a existência da filha.
Para esta fase da novela, o plano inicial era não contratar novos atores. Flávia e Malvino fariam os adolescentes apaixonados. Não deu certo, e as cenas acabaram regravadas com atores mais jovens.
- Foi uma experiência de visual que a gente fez e não deu certo, aí entraram as crianças. Acabou até sendo melhor por que assim o público não se confunde com passado e presente, comentou Flávia.
Quinze anos depois, a menina Bianca resolve ir atrás do pai. A relação dos protagonistas, no entanto, tem dois empecilhos. O primeiro é a vilã da história, Judith, enteada do pai de Daphne que faz de tudo para que a filha dele não se case, já que esta é uma das condições para que ela assuma a empresa de diamantes da família.
- Ela não quer que Dafne fique com Gabriel porque quer ficar com a empresa do pai dela, e o mata para isso, explica Deborah Evelyn, que vive a primeira vilã de sua carreira.
A segunda pessoa a quem não interessa a volta de Dafne e Gabriel é Vicente. Papel de Henri Castelli, o advogado é amigo da família e apaixonado pela moça desde pequeno. Mas com problemas graves para ser levado a sério.
- Ele tem um amor sincero por ela. É um boa praça, um cara muito sério no trabalho e aí vem a parte cômica. Ele é muito tímido e muito medroso, então em situações de romance, fica muito nervoso então faz um monte de besteira, conta Henri.
Apesar do conflito inicial do folhetim, os temas, sempre leves, seguem a cartilha de como as novelas globais do horário têm se comportado nos últimos anos. Mas e se a fórmula não der certo? Walcyr se preocupa em se tornar a próxima vítima das perguntas da imprensa sobre audiência?
- Eu não paro para pensar nisso, porque o autor quando vai trabalhar precisa se isolar e ficar sozinho com sua emoção. Se você se prende muito às questões técnicas, acaba ficando muito auto-crítico. Tem que escrever aquilo que tem vontade.
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