terça-feira, 14 de julho de 2009

Som & Fúria – Episódio 2


Quando se tem uma Première impressionante, torna-se necessário impressionar mais ainda no segundo episódio, pois além dos que assistiram o anterior, as boas críticas atraem um novo público. O que eu tenho a dizer sobre esse segundo episódio de Som & Fúria é que ele despertou no público “um gostinho de quero mais”, literalmente.


Quem agüentou até o fim do futebol para assistir o episódio nesse péssimo horário, foi recompensado com um episódio tão excelente quanto o primeiro. Tanto é que os poucos 21 minutos de duração do episódio pareceram 5. Quando dei por mim a tela já tava dividida com os dizeres “No Próximo episódio” ao lado, o que me chocou.

A parte mais complicada da série já passou. Passar a história, apresentar os personagens e ao mesmo tempo fazer um paralelo com os acontecimentos de 7 anos atrás era um trabalho árduo, que foi executado de forma simples no primeiro episódio. O que eu vi hoje é um excelente programa de humor, que pode sim, com muita facilidade atingir “a massa” que assiste à TV aberta, diferentemente do que achei que seria após o Primeiro Episódio.

Para quem reclamou da execução da série e disse que o episódio tinha sido arrastado também se surpreendeu como o episódio voou (que como disse, foi porque ele mais curto, por causa do futebol). Basicamente o que vimos foi a conclusão de algumas pontas que sobraram da morte de Oliveira (como a revelação do pedido que ele fez no testamento) e o começo do trabalho de Dante como Diretor Artístico Interino da Cia. De Teatro, que já foi conturbado, pelo fato dele se negar a dirigir Hamlet e ter problemas com o novo diretor escolhido, o Osvaldo Tomás…quer dizer, Oswald Thomas.

O humor que eu destaquei na review anterior continua presente na série, e muito mais forte que antes. Conseguir rir até das cenas mais simples como a da freira falando o texto do teste do comercial que Kátia ia fazer, ou da leitura do texto de Hamlet, na cena final. Sabendo vocês disso, podem imaginar a minha reação na cena da entrevista de Dante com o crítico Bárbaro, que foi a cena mais hilária que a série já nos apresentou. Humor puro, simples, mas com uma execução genial.

Aliás, a relação de Dante com o fantasma de Oliveira poderia ser caricata e acabar caindo no ridículo, mas geralmente as cenas onde há tal relação são as melhores do episódio. A “conversa com fantasma” não cai no ridículo por ser brilhantemente escrita, mas, principalmente, por ser feita por atores fantásticos.

Pretendo não mais falar nas reviews das atuações de Pedro Paulo Rangel, Felipe Camargo e Andrea Beltrão, pois senão meus adjetivos se tornarão repetitivos. São fantásticos, magníficos, excepcionais. E são os responsáveis por grande parte da qualidade da série. Veria durante uma hora Felipe Camargo interpretando Dante mesmo se o cenário da série fosse apenas um banquinho e a cortina preta, a lá Stand-Up.

Mas o bom é que, mesmo se eu não elogiá-los, o elenco é forte o bastante para receber meu destaque aqui na review. Hoje gostaria de destacar a Maria Flor. Eu já acho ela uma das melhores atrizes dessa nova geração da Globo, mas em Som & Fúria ela me surpreendeu. Seu personagem também tinha tudo para tornar-se caricato, mas ela realmente convence como a garota nova que sonha em ter uma carreira de atriz. Quem já trabalhou com teatro e já teve de ler muitos textos como substituto não conseguem não enxergá-la como um espelho, a emoção que ela passa apenas por estar presente ali, fazendo o que ama, já é o suficiente para a personagem, e a Maria Flor consegue passar essa emoção de maneira sutil.

Também quero destacar o excelente trabalho de Cecília Homem de Melo, a Ana, a doce e calma secretária-geral da maluca Cia. De Teatro. Não sabe quem é? Nem eu sabia. Cecília faz sua estréia na TV na série, antes fez alguns trabalhos no teatro e trabalha na TV “por trás das câmeras” sendo, inclusive, responsável pela seleção do elenco da série. Parabéns duas vezes para ela. A Ana é excelente e é o alívio no meio de tantas excentricidades de Dante. Fantástica (já queria ter feito esse comentário na review passada, mas tinha me esquecido).

Quero terminar essa review fazendo uma crítica duríssima à Globo: COMO VOCÊS FAZEM EU CONTAR AS HORAS PRA TER UM EPISÓDIO TÃO CURTO COMO ESSE? Ahhhh Não… Eu quero mais “Som & Fúria”.

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