Juliana (Natália Thimberg)
Novela: A Sucessora
Autor: Manoel Carlos
Núcleo: Herval Rossano
Horário: 18h
Exibição: 09 de outubro de 1978 a 03 de março de 1979.
Presença Indesejável
"Apaixonada pelo patrão, a governanta Juliana atormentou a vida da nova mulher de seu amado, tentanto perpetuar, por meio de um quadro, a presença da antiga patroa falecida."
Natália Thimberg, sempre escolhida para interpretar papéis de mulheres doces e bondosas, de comportamento quase que meloso, foi assim em "Direito de Nascer" e muitas outras tramas. Aqui em "A Sucessora", a situação começava a mudar. Pela primeira vez, Natália deixava de ser a vítima, para se tornar a opressora. Manoel Carlos, na época um iniciante na arte de escrever novelas, sabia muito bem o que queria ao solicitar Natália para viver a governanta dos Stein.
A história, adaptada do romance de Carolina Nabuco, trazia como centro da trama, o casamento de Roberto (Rubens de Falco), um recente viúvo, com Marina Steen (Suzana Vieira). Um romance alicerçado pelo grande amor que os unia, mas que desde o início, sempre fora fadado ao fracasso, já que a presença da falecida mulher de Roberto, estava constante em quaisquer lugar que o casal fosse.
Para aumentar ainda mais, o clima de suspense psicológico, Roberto ainda mantinha como governanta de sua mansão, a observadora Juliana, uma mulher rígida e inconstante, que nutria uma grande paixão pelo patrão, mas que escondia esse sentimento, e dedicava toda sua vida a destruir a felicidade dos patrões. Para isso, ela usava como principal arma, a imagem da falecida esposa de seu patrão, e perpetuava sua lembrança em todos os momentos, criando grandes conflitos.
Juliana atormentou a todos e foi a responsável pelo grande sucesso de "A Sucessora", que é considerada uma das melhores produções da teledramaturgia brasileira. A novela, inspirada num livro homônimo, foi até acusada de plágio do filme Rebeca, A Mulher Inesquecível, feito por Hitchcock, em 1940, também baseado num livro, só que dessa vez, uma obra de Daphné du Maurier, também acusada de plágio à Carolina Nabuco, autora de A Sucessora.
Essas desconfianças não importam, pois o excelente trabalho de interpretação dos autores, aliados ao magnífico texto de Manoel Carlos e a direção impecável de Herval Rossano, fizeram de "A Sucessora" mais uma obra inesquecível, marcada pelo amor de uma governanta, que para conquistar o amor de seu patrão, causou muitos tormentos e intrigas.
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