sexta-feira, 4 de março de 2011

VALE A PENA LER DENOVO


A Muralha foi uma minissérie brasileira de televisão exibida pela Rede Globo de 4 de janeiro a 31 de março de 2000, às 22h30, com 51 capítulos. É baseada no romance homónimo de Dinah Silveira de Queiróz. A minissérie foi escrita por Maria Adelaide Amaral, João Emanuel Carneiro e Vincent Villari, direção de Denise Saraceni, Luíz Henrique Rios e Carlos Araújo. Direção geral de Denise Saraceni e Carlos Araújo e núcleo de Denise Saraceni. Reapresentada de 17/08 a 30/09/2004, em forma compacta de 39 capitulos, apenas para o Distrito Federal, após o Jornal Nacional, no horário em que no resto do país era exibido o Horário Eleitoral Gratuito. Reprisada também entre 21/01 e 31/03/08 (em 51 capítulos) no Faixa Comentada do Canal Futura. E a partir de Março de 2011 no Canal Viva. Em 2002 a minissérie foi lançada em DVD.

Sinopse
"Século XVII, três mulheres em busca de um sonho, para alcançá-lo devem cruzar a maior cadeia de montanhas do Brasil, devem cruzar A Muralha."

Os bandeirantes, pioneiros no desbravamento do território brasileiro. Paulistas em sua maioria, por volta de 1600, suas atividades consistiam em abrir rotas rumo ao interior do país em busca de riquezas e, também, índios, para serem vendidos como escravos. Mesmo sob domínio territorial português, a luta pela posse das propriedades era constante. Vindos de diferentes partes do mundo, inúmeros forasteiros e estrangeiros tentavam se apossar do território conquistado pelos bandeirantes. A muralha é referência à Serra do Mar, um grande obstáculo às incursões ao centro do país. É pelas cercanias da Vila de São Paulo, na fazenda de Lagoa Serena, após atravessar a muralha, que habita Dom Braz Olinto (Mauro Mendonça), um patriarca que lidera sua família e sua bandeira com muito trabalho e sacrifício. Sua luta principal é dominar e vender mão-de-obra indígena, adquirida através das empreitadas feitas ao interior. Nisto se difere de seu filho Tiago Olinto (Leonardo Brício), que vê na conquista do ouro a grande razão para seu empenho pessoal. Junto de Dom Braz em suas aventuras está também Afonso Góis (Celso Frateschi), seu genro, casado com Basília (Deborah Evelyn), sua filha. O casal padece da dor da perda do filho Pedro, que desapareceu, aos 13 anos, durante uma expedição com o pai. Em função disso, a expectativa pelo reencontro do filho é uma constante para Afonso e Basília. Rosália (Regiane Alves), a caçula de Braz, é uma jovem determinada, que se dispõe a largar tudo quando se apaixona de verdade por Bento Coutinho (Caco Ciocler), que trabalha na bandeira de seu pai. Leonel (Leonardo Medeiros),seu filho e casado com a sensível Margarida (Maria Luísa Mendonça), que acha que seu casamento só será completo após a chegada de um filho. Ainda na fazenda, mora Mãe Cândida (Vera Holtz), esposa de Dom Braz, que assume a casa nos períodos em que os homens estão fora. Afetuosa, porém contida, seus critérios não se baseiam na religião ou na justiça, mas nas prioridades de seus homens. Junto dos filhos mora a sobrinha Isabel (Alessandra Negrini), a única mulher a enfrentar a mata e as batalhas no meio dos homens. É considerada por Dom Braz o melhor soldado de sua tropa, inclusive, porque salvara a vida do tio durante um ataque à aldeia. Isabel é apaixonada por Tiago e tem comportamento selvagem, o que a faz sentir-se quase como um bicho. Após a batalha, Dom Braz informa Tiago de que havia mandado vir de Portugal uma mulher, que não fosse uma nativa ou impura, para se casar com o filho. O conflito entre os dois é inevitável.

Tendo sido criado no Colégio dos Jesuítas, Tiago teve contato com pensamentos renascentistas e era contra a dominação e o desrespeito aos índios. Seu interesse estava concentrado na observação de estrelas e em sonhar com a conquista do ouro no sertão, na cidade de Sabaraboçu, que muitos achavam se tratar de uma lenda. Tiago tem como melhor amigo o índio Apingorá (André Gonçalves), líder de sua tribo, que sabe ler e escrever em português e ajuda Dom Braz nas suas empreitadas. Pelo mar chega Beatriz (Leandra Leal), a noiva de Tiago, que é também sua prima. Trata-se de uma menina cheia de sonhos e apaixonada pelo futuro esposo, que sequer conhece. Junto com ela chegam Ana (Letícia Sabatella), a prostituta Antônia (Claudia Ohana) e padre Miguel (Matheus Nachtergaele). A chegada até Lagoa Serena se dá por uma tortuosa caminhada através da Serra do Mar, que já simboliza toda a dificuldade que Beatriz, uma dama européia, encontra na rudeza dos territórios brasileiros da época. Ao longo do caminho, porém, ela se revela alguém de muita fibra e força, disposta a enfrentar tudo para alcançar seus objetivos, despindo-se de seus sapatos e vestes para enfrentar os campos coloniais. Ana é uma cristã-nova, que chega triste ao Brasil para cumprir sua promessa e casar-se com Dom Jerônimo (Tarcísio Meira), um comerciante inimigo de Dom Braz.

A promessa de casamento fora feita por seu pai, a quem Dom Jerônimo livrara da fogueira da Inquisição. Ao chegar ao Brasil, Ana é recebida por Guilherme Schetz (Alexandre Borges), responsável por levá-la até Dom Jerônimo. Assim, Ana passa uma noite na casa de Guilherme, pressentindo que seu destino após a boa companhia do rapaz não seria bom. A figura de Dom Jerônimo era a síntese da hipocrisia religiosa de seu tempo e, ao conhecer Ana, ele passa a escravizá-la e espioná-la para saber de sua real conversão. Trata-se de um pervertido, que estupra a índia Moatira (Maria Maya) inúmeras vezes. Dissimulado, porém, passa a maior parte do tempo a procurar heresias e escrevendo cartas ao tribunal do Santo Ofício, a Inquisição. Antônia veio ao Brasil em busca de um bom casamento, sabendo que não havia muitas mulheres brancas por estas terras. Irreverente e debochada, ela ocupa funções estratégicas na vila, como mensageira entre Ana e Guilherme e, mais tarde, ao reencontrar Beatriz, ajudando-a a conquistar Tiago. Já ao chegar, cai nas graças do bem-humorado Mestre Davidão (Pedro Paulo Rangel), que passa a cortejá-la. Padre Miguel é um jovem idealista e verdadeiramente crente de sua missão: evangelizar o gentio. Em seu caminho, a paixão pela índia Moatira o faz rever seus conceitos e acreditar que o caminho cultural traçado por nossos indígenas não era errado, mas diferente. Beatriz enfrenta forte luta para conquistar o coração de Tiago. Acobertada por Mãe Cândida, Isabel esconde até quando pode sua gravidez, fruto do relacionamento com o primo a quem amava. Durante uma batalha, no entanto, Dom Braz é atingido e, antes de morrer, confessa à Isabel que também é sua filha. Ciente de que não poderia levar seu sentimento adiante, a moça se despede de Tiago e entrega seu filho à Beatriz, para que ela assuma sua criação. Isabel segue, então, para uma aldeia e, sob a proteção de Caraíba (Stênio Garcia), é intimada a cumprir seu destino. Voltando ao lugar que lhe pertence, nua, ela anda rumo à mata, que a acolhe, dando a entender que se transforma em uma onça.

Após denunciar vários cidadãos da vila à Inquisição, Dom Jerônimo passa a mandar prender todos aqueles que se colocam contra sua autoridade. São presos: Mestre Davidão e Antônia, Ana e Guilherme e, também, padre Miguel. Para o julgamento inquisitório, o próprio Dom Jerônimo assume o papel de juiz e arma uma audiência pública para incriminar os acusados. Lá, eles são acusados injustamente de pecados como apostasia, prostituição e devassidão moral. Perante os demais cidadãos, que acompanham inconformados aquele julgamento, todos são condenados à fogueira. Antes de ser queimado, entretanto, Guilherme consegue uma faca e acerta o abdômen de Dom Jerônimo. Nesse momento, ele passa a ouvir as verdades sobre sua própria devassidão e pecados ditas por Ana e vê, no centro da fogueira, a falecida índia Moatira, a quem estuprara diversas vezes e Dom Braz, seu inimigo mortal. Desesperado com as alucinações, termina morto em uma das fogueiras que ele mesmo acendeu.

Antônia aceita casar-se com Davidão e Ana passa a viver feliz ao lado de Guilherme, terminando grávida. Padre Miguel se dedica a cuidar dos índios, sob orientação de Caraíba, e vê nas pequenas meninas a imagem da índia Moatira, a quem amava. Em Lagoa Serena, Leonel chega de Sabaraboçu dizendo ao irmão Tiago que a terra do ouro não era uma lenda.

Nove meses se passam e após Beatriz dar à luz a pequena Margarida, nome dado em homenagem a falecida cunhada, os dois irmãos tomam a estrada rumo a essas terras, em companhia de Beatriz, que se diz pronta para enfrentar o que for ao lado do marido e levam os filhos Braz e Margarida.



Elenco
ALESSANDRA NEGRINI - Isabel
LEONARDO BRÍCIO - Tiago
LEANDRA LEAL - Beatriz
TARCÍSIO MEIRA - Dom Jerônimo Taveira
LETÍCIA SABATELLA - Don´Ana
ALEXANDRE BORGES - Dom Guilherme Shetz
MAURO MENDONÇA - Dom Braz Olinto
VERA HOLTZ - Mãe Cândida
CACO CIOCLER - Bento Coutinho
CLÁUDIA OHANA - Dona Antônia
MATEUS NACHTERGAELE - Padre Miguel
MARIA MAYA - Moatira
PAULO JOSÉ - Padre Simão
LEONARDO MEDEIROS - Leonel
MARIA LUÍSA MENDONÇA - Margarida
DEBORAH EVELYN - Basília
CELSO FRATESCHI - Afonso Góes
REGIANE ALVES - Rosália
ANDRÉ GONÇALVES - Apingorá
STÊNIO GARCIA - Caraíba
PEDRO PAULO RANGEL - Mestre Davidão
CARLOS EDUARDO DOLABELLA - João Antunes
ÂNGELO PAES LEME - Vasco Antunes
SÉRGIO MAMBERTI - Dom Cristóvão
EDWIN LUISI - Dom Gonçalo
CECIL THIRÉ - Dom Bartolomeu
EMILIANO QUEIRÓZ - Dom Falcão
ADA CHASELIOV - Leonor
CACÁ CARVALHO - Frei Carmelo
ENRIQUE DIAZ - Aimbé
PATRICK OLIVEIRA - Tuiú
JOÃO PEDRO RORIZ - Parati
EWIRGES RIBEIRO "BUMBA" - Genoveva
RITA MARTINS - Iamê
MÔNICA TORRES - Joana
IRVING SÃO PAULO - capanga de Bento Coutinho
CHICO EXPEDITO - bandeirante
MAC SUARA - cacique
CARLOS COTIGLIERI - sacristão
MARCOS e PEDRO FUCHS - Pedro Afonso / Aimbô (filho de Moatira)
ELIAS ANDREATTO - Dom Cardoso (pai de Dona Ana)
JOSÉ DE ABREU - Inquisidor-Mor
LUÍS MELLO - Dom Manoel Nunes Viana
JOSÉ WILKER - Dom Diôgo

Dom Braz Olinto Apingorá

Beatriz e Tiago

Bento Coutinho e Rosália Moatira e Padre Miguel

Dona Ana Dom Jerônimo Dom Guilherme Shetz

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