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Aos 75 anos (aparentando muito menos), Suzana, que foi convidada para atuar no folhetim das oito pela produção de elenco, acha que o seu jeito discreto pode ter atrapalhado sua carreira:
- Sei que não tem nada de pessoal, mas você acaba pensando: não gostam de mim, nem do meu trabalho. Ainda hoje isso causa um negócio na minha cabeça. Então, acho que uma das minhas grandes falhas foi não ser mais acessível à mídia. Mas não foi por mal. Em geral, me procuravam para saber de alguma fofoca, e eu sou avessa a fofocas. Quando a Milenka (sua única filha) era pequena e íamos à praia, não fazia alarde, não falava: "atenção, estarei na praia, venham me fotografar". Sempre fiquei na minha. Hoje eu sei que isso não é bom. A mídia adora uma novidade, um vestido ou um namorado novo. Para mim, é uma deformação ficar sem produzir
Em seu apartamento em Copacabana, onde recebeu a Revista da TV, Suzana diz que cansou, nos últimos anos, de ser parada nas ruas por pessoas que queriam saber por que ela estava afastada das tramas. E as hipóteses eram as mais absurdas, principalmente para uma atriz que garante não saber lidar com o ócio.
- Pensavam que eu estava de férias, que eu não queria mais trabalhar. Imagine... Para mim, é uma deformação ficar sem produzir. Sem trabalho, eu me atrapalho toda, meu dia não rende. Sem falar do lado econômico - diz ela, que continuou fazendo teatro. - Alguns chegavam a perguntar por que a Record não me chamava. Respondia: por que que a Globo não me chama?! Afinal, sempre trabalhei na emissora, apesar de nunca ter sido contratada. Comecei lá na década de 60, quando ainda era bailarina.
Suzana participou das minisséries "Hoje é dia de Maria" e "Amazônia, de Galvez a Chico Mendes". Na primeira, fez apenas uma aparição como uma "velha rabugenta". Na obra de Glória Perez, atuou na primeira parte, como mãe de Plácido de Castro (Alexandre Borges). A atriz lamenta não ter recebido papéis de destaque.
- Nunca fui cogitada para ser a protagonista. Honestamente, não guardo mágoas. Tenho uma insatisfação muito grande por outro motivo, porque sou uma atriz que poderia ter tido mais trabalho. E é claro que gostaria de ter feito coisas mais relevantes. Uma vez, a Janete (Clair) disse que tinha escrito para mim. Mas acabei fazendo outra personagem. Ela me contou que não havia nada contra mim, apenas muita gente à favor da outra atriz. Não vou dizer qual foi a novela, mas aquele trabalho poderia ter mudado a minha carreira - lamenta. - E, hoje em dia, o Projac é uma cidade à parte. Quando você telefona para lá, fala com a secretária eletrônica da secretária do secretário do assistente. É impossível fazer contato. Quando os estúdios eram no Jardim Botânico, encontrava todo mundo ali nos corredores. Inclusive os autores.
Sobre a personagem de "A favorita", Suzana diz que Iolanda tem ciúmes de Irene (Glória Menezes), por quem Copola (Tarcísio Meira) foi apaixonado. Mas não acredita em algum triângulo amoroso:
- Ela é ressentida, mas eles se amam. Não acho que a Iolanda terá grandes conflitos. Mesmo assim, estou muito feliz, estou trabalhando.
Um comentário:
suzana Faini.
È um prazer ver vc todos os dias na novela Favorita. è uma mulher completa, bonita e talentosa.
Deveria ter um triangulo amorosa sim, quebraria preconceito com a 3ºidade, e o mais importante ficaria lindo, a televisão precisa quebrar tabu.
bjs
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