sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Top 8 – Séries Brasileiras que Marcaram Nossa Infância


O Brasil contou com produções excelentes nos anos 80 e 90. E como não podia deixar de ser, a galerinha não perdia nada. Selecionamos 8 séries: 4 que passavam na Rede Globo, 3 delas transmitidas pela TV Cultura (sim, nós assistíamos a TV Cultura na época) e ainda 1 produção do SBT.

Sem mais delongas apresento-lhes então o Top 8 – Séries Brasileiras que Marcaram Nossa Infância. Uma viagem no tempo no que a TV apresentou de melhor de 20 anos atrás até hoje. Confira:

1- Os Trapalhões
Foi sem dúvida o programa que mais marcou a infância de qualquer um nos últimos 20 anos. A criançada podia ficar na rua brincando o dia inteiro, mas com certeza as ruas estariam vazias ás 19 horas de domingo. Era o horário sagrado dos Trapalhões irem ao ar. E até começar o Fantástico o grupo composto por Dedé Santana, Zacarias, Mussum e o líder Renato Aragão dominava todas as atenções.

O programa foi criado por Wilton Franco e estreou em 1966 na TV Excelsior de São Paulo com o nome Os Adoráveis Trapalhões. Em sua origem contava com outra formação: Wanderley Cardoso, Ivon Cury, Ted Boy Marino, Manfried Sant’anna (Dedé), e claro, Renato Aragão. Com a saída de alguns desses integrantes, e a entrada do sambista dos Originais do Samba Antônio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum, e de Mauro Faccio Gonçalves, o Zacarias o grupo consolidou-se e virou referência de humor na TV brasileira.

O programa tinha outros atores fixos que não faziam parte do quarteto principal: Tião Macalé, Jorge Lafond, Emil Rached, Carlos Kurt, Felipe Levy e por fim Roberto Guilherme. Este último, talvez o mais famoso deles, interpretava o histórico Sargento Pincel. A perda de Zacarias em 1990, abalou mas não encerrou o grupo. Na nova fase a principal atração do programa era o quadro “Trapa Hotel“. Mas em 29 de julho de 1994, foi a vez de Mussum nos deixar, e desta vez o grupo foi desfeito. Durante alguns anos (entre 1994 e 2000) a Globo exibiu reprises de antigos programas.

2 - TV Pirata
Chamam de “programas de humor” produções como Zorra Total, Casseta e Planeta, Toma Lá Dá Cá e outros similares da Rede Globo. Pois eu digo que não são. Nem os três juntos chegam aos pés ou se comparam ao TV Pirata. Só para se ter uma idéia, o elenco contava com atores consagrados como Cláudia Raia, Débora Bloch, Marco Nanini, Guilherme Karan, Ney Latorraca, Luiz Fernando Guimarães e Regina Casé. E o roteiro estava nas mãos de Luís Fernando Veríssimo, Laerte, Glauco, e os então integrantes do Planeta Diário e da Casseta Popular, estes últimos que atualmente formam o Casseta & Planeta. Com tudo isso, menos do que excelente não dava para ser.

Transmitido pela Rede Globo entre 1988 e 1990 e em 1992, às terças-feiras, tinha claras influências de programas como Saturday Night Live dos Estados Unidos e Monty Python Flying Circus da Inglaterra, tanto no conteúdo quanto no seu formato. Cada programa consistia em uma série de esquetes, aleatórios ou seguindo o padrão de quadros fixos. Foi criado pelo diretor Guel Arraes e pelo roteirista Cláudio Paiva, sendo um imenso sucesso do gênero no Brasil. O humor non sense e a sátira comandavam a grande maioria dos quadros.

Embrionário do programa Vandergleyson Show, transmitido pela TV Bandeirantes em Dezembro de 1987, o TV Pirata demorou a agradar e quase foi cancelado. De começo, os espectadores não assimilaram bem um programa humorístico que não contava com comediantes e sim com atores dramáticos fazendo comédia. Também não havia um conceito comum na época, de quadros fixos. Diante da contínua criação de novas atrações, nenhum quadro tinha espaço garantido ao longo da temporada. Mas aos poucos, porém, a organização em esquetes começou a pegar porque fazia piada de todos os tipos, incluindo futebol, política, economia, novelas, celebridades e outros.

3- Mundo da Lua
A galera adorava Mundo da Lua pois o programa apresentava toda a problemática de uma criança crescendo e se tornando um adolescente. Mesma situação pela qual nós, espectadores, estávamos passando na época de sua transmissão.

Contava a história de Lucas Silva e Silva, um garoto que ganhou um gravador do avô Orlando ao completar dez anos. O aparelho então servia para o protagonista criar as mais loucas histórias de como ele gostaria que fossem as coisas. Ele vivia na casa do avô e com ele viviam o pai Rogério, e a mãe Carolina, além da irmã mais velha, Juliana e da empregada Rosa (aquela que conversava com o rádio).

Quem não se lembra da célebre frase do garoto: “Alô, alô, planeta Terra chamando, planeta Terra chamando, essa é mais uma edição do diário de bordo de Lucas Silva e Silva, falando diretamente do Mundo da Lua onde tudo pode acontecer“. E tudo acontecia. A tela ficava esbranquiçada e a realidade se misturava com a imaginação. A molecada viajava junto com o Lucas, sempre morrendo de inveja e loucos para ter um gravador igual.

Foi produzido pela TV Cultura de São Paulo entre os anos de 1991 e 1992. O projeto era de Flávio de Souza, responsável pelo roteiro da maior parte dos 52 episódios, a direção ficava com Roberto Vignati. No elenco fixo do seriado estavam dois atores da Rede Globo, Antônio Fagundes e Gianfrancesco Guarnieri. Na época eles foram cedidos a emissora de São Paulo em troca de que a Globo também pudesse exibir os episódios.

4- Confissões de Adolescente
Confissões de Adolescente estreou em 22 de agosto de 1994 na TV Cultura. Desde então já foi exibido também na Rede Bandeirantes e no canal pago Multishow. As histórias desta série basearam-se na peça homônima de Maria Mariana sobre suas próprias experiências de vida.

Contava a história de quatro irmãs adolescentes: Diana, Bárbara, Natália e Carol. Todas descobrindo juntas a si mesmas e o mundo. E quem marcava presença junto com elas era o zeloso pai Paulo, interpretado pelo ótimo Luiz Gustavo. Um pai solteiro, por vezes moderno, outras vezes careta, mas que sempre lidava com o desenvolvimento das filhas. No papel das meninas estavam Maria Mariana, Danielle Valente, Georgiana Góes, Deborah Secco (substituída depois por Camila Capucci).

Todas as garotas tinham personalidades marcantes e suas diferenças faziam com que elas se completassem. Carol, 13 anos, a mais nova, era a palhaça, sempre alto-astral. Natália, 16 anos, era a romântica, a frágil e a sonhadora. Já Bárbara, de 17 anos, era a mais espertinha e prática de todas. Cursava o segundo grau e não sabia o que queria da vida, e na história perdeu a virgindade muito cedo. Por fim, Diana, de 19 anos, uma estudante de Comunicação que escrevia para o jornal da Faculdade. Por ser a mais velha, assumia o papel de mãe para as irmãs mais novas. Ela era a narradora das histórias.

5- Armação Ilimitada / Juba e Lula
Armação Ilimitada era um seriado voltado para o público adolescente. Era exibido às sextas-feiras às 21:20, entre os anos de 1985 e 1988. Misturava aventura e esportes além de outros temas típicos da Zona Sul do Rio de Janeiro. O projeto foi concebido a partir de um esboço feito por Kadu Moliterno e André di Biase que haviam trabalhado juntos em novela. A idéia foi concretizada por Daniel Filho, que apostou e investiu no seriado de aventuras apresentado em ritmo de videoclipes.

Após o encerramento de Armação Ilimitada, no dia 8 de dezembro de 1988, a dupla que protagonizou a série voltou à programação da Rede Globo com o programa Juba & Lula. A estréia foi no dia 5 de junho, e o programa durou até o dia 28 de julho, com exibição de segunda à sexta-feira, às 17h00. Ecologia, esporte e ação integravam a receita do formato do programa.

A dupla apresentava jogos, reportagens e aventuras num cenário construído em uma cidade cenográfica da Rede Globo. O espaço era reservado para um auditório composto por uma arquibancada e um palco, que funcionava como a morada dos heróis. De lá, Juba e Lula conduziam competições variadas e contavam com a participação de 200 crianças a cada edição. Corridas de bicicletas, labirintos com obstáculos e uma pista de skateboard eram algumas atrações.

6- Radical Chic
Radical Chic era um programa apresentado na Rede Globo com inspiração na personagem criada pelo cartunista Miguel Paiva. Estreou em 19 de abril de 1993 no horário das 17 horas. Era uma mistura de uma série de comédia com um game-show apresentado por Maria Paula. Na parte de seriado, Andréa Beltrão interpretava a personagem em várias esquetes, e dessas esquetes eram tirados os temas que seriam perguntados depois no jogo. O jogo era uma competição de perguntas e respostas entre adolescentes do Ensino Médio ou universitários, com equipes separadas por sexo. A equipe que mais acumulasse pontos ganhava prêmios em dinheiro.

Apesar do sucesso entre os adolescentes, o programa sofreu várias críticas. Um dos motivos é porque se parecia demais com o quadro Sexolândia, sucesso no Domingão do Faustão na época. Além disso, as tentativas de levar ao ar games-show envolvendo adolescentes não foram bem sucedidas. E por fim, alguns dos temas propostos por vezes envolviam sexo, o que fez com que o programa sofresse várias intervenções da Vara da Infância do Rio de Janeiro. Meses depois da estréia, apenas estudantes maiores de idade eram aceitos para participar do programa.

7- Grande Pai
Grande Pai foi um seriado exibido pelo SBT de 21 de agosto de 1991 até meados de 1992, às 18h. Era dirigido por Walter Avancini e supervisionada por Crayton Sarzy. Foi produzido durante as comemorações dos dez anos da emissora e teve reapresentação em 1996, de segunda a sábado às 20h30. Durante um período chegou a ser reapresentada aos domingos pela manhã.

A série mostrava através das três garotas que toda faixa etária traz os seus problemas: Patrícia Lucchesi a filha adulta e a sua aspiração por independência, na personagem de Paloma Duarte o conflito da adolescência, e com Vanessa Rubi a infância difícil com a ausência da mãe. Flávio Galvão interpretava o pai Arthur, e ele ainda contava com a ajuda da governanta Maria interpretada por Débora Duarte (mãe de Paloma na vida real).

A série em grande parte era rodada em internas para baratear os custos da produção, quase sempre na residência da família, ou no escritório . Arthur ainda convivia com o seu office-boy folgado Pedro, interpretado por Rui Minharro e sua namorada arrogante Júlia (Sônia Lima).

8 - Castelo Rá-Tim-Bum
Castelo Rá-Tim-Bum foi um programa infantil produzido e transmitido pela TV Cultura. Estreou no dia 9 de maio de 1994 e deixou de ser produzido em 1997. Parcialmente inspirado no também educativo Rá-Tim-Bum, deu origem a uma franquia televisiva, da qual também faz parte Ilha Rá-Tim-Bum. Castelo Rá-Tim-Bum era uma criação do dramaturgo Flávio de Souza e do diretor Cao Hamburger, com roteiros de Dionisio Jacob (Tacus), Cláudia Dalla Verde, Anna Muylaert, entre outros. No elenco fixo, entre outros, tínhamos os excelentes Sérgio Mamberti e Rosi Campos.

No enredo tínhamos Nino, um garoto de 300 anos de idade que morava num castelo nos arredores da cidade de São Paulo. Impossibilitado de frequentar a escola por causa da idade, Nino não tinha amigos e morava com o tio Victor de 3.000 anos e com Morgana, sua tia avó de 6.000 anos. Através de um feitiço, Nino faz com que três crianças (Pedro, Biba e Zequinha) entrem no castelo atrás de uma bola. Os três acabam se tornando amigos de Nino e visitam o castelo em todos os episódios. O doutor Abobrinha era o principal vilão pois queria acabar com o terreno do castelo para construir um prédio de cem andares.

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