sábado, 12 de setembro de 2009

Cinco semanas após estréia, "Bela, a Feia" tem média de 7


As expectativas em torno do resultado da audiência de "Bela, a Feia" (Record) eram grandes. Mas, apesar do elenco diversificado e já testado em novelas da Globo, a trama da Record, uma adaptação da colombiana "Yo Soy Betty, la Fea" -- cuja versão americana, por exemplo, é um sucesso --, tem patinado nos números. Cinco semanas após a estreia, sua audiência média de 9,3 pontos nos primeiros sete dias caiu para 6,8 na última semana.

Claudino Mayer, pesquisador de novelas da USP, aponta como um dos motivos do desempenho o exagero de determinadas cenas, típico de dramalhões, apesar do elogio às atuações de Giselle Itié e Bárbara Borges. "Algumas vezes, soa como se fosse uma produção mexicana", critica. "A ideia é interpretar de maneira exagerada, mas realista", rebate o ator João Camargo, que dá vida a Haroldo, dono do salão de cabeleireiros Montezuma. "Brinco dizendo que ele é um pavão.

"Para Mayer, "Bela, a Feia" também peca quando extrapola em colocar elementos da cultura mexicana em cena, competindo assim com as características brasileiras. "O telespectador pode assistir a uma determinada cena e não associá-la à realidade da personagem e dela mesma", acrescenta Mayer.

Outro problema relevante de "Bela, a Feia" é o horário em que vai ao ar, às 20h30. "A novela compete diretamente com o 'Jornal Nacional' e a trama das oito da Globo", lembra Nilson Xavier, autor do livro "Almanaque da Telenovela Brasileira". Mayer concorda. "A novela poderia ir ao ar depois das 22h", sugere, relembrando o horário em que era exibida "Amor e Intrigas" (22h15), também de Gisele Joras. A Record, por sua vez, afirma que não há planos de alterar o horário da atração.

Independentemente do Ibope, para Xavier há pontos positivos de peso na trama. Um deles é o texto de Gisele Joras. "Há características de humor e de farsa muito boas. Sem contar que a comédia presente na novela é leve", afirma Xavier. É justamente o humor protagonizado pelo núcleo da família da protagonista Bela (Giselle Itié), no qual estão Clemente (Bemvindo Sequeira) e Max (Sérgio Hondjakoff), o grande destaque na opinião de Mayer. "As atuações de Giselle e da Bárbara Borges [Elvira] têm destaque."

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