sábado, 1 de dezembro de 2012

Sessão de Terapia – 7ª semana


Da leveza ao choque.

Spoilers Abaixo:
A semana começou leve, cheia de risos e chegou ao ápice com uma revelação bombástica no final. Finalmente, Théo é reconhecido e bem tratado pelos pacientes. A 7ª semana me agradou muito e me lembrou de que é o começo do fim.

Segunda- Júlia
Um episódio cheio de risadas. Como eu suspeitava, Júlia voltou ao consultório, mas não se colocando paciente e sim, para ver mais uma vez Théo. Foi um episódio leve, com a sensação de “como tudo começou”, a transição do presente para o flashback foi bem feita. Com Júlia se considerando uma amiga e não uma paciente, essa relação com Théo entra em um processo complicado. Se antes o impedimento para Théo era não se envolver com uma paciente, agora isso não existe mais.

O flashback mostrou como Júlia chegou frustrado ao consultório de Théo, após 5 anos de terapia sem êxito. Inclusive, ficamos sabendo que foi André que indicou Théo para ela. Théo estava diferente, parecia bem mais sério, até desinteressado pela paciente (até chegou a dormir!), o que rendeu a ótima e engraçadíssima confissão de Júlia, que pensou que ia encontrar o Richard Gere, mas viu que estava diante do Soneca.
Como vimos, Júlia no começo da terapia chegou com todos os problemas que já conhecemos dela: a insatisfação com uma vida perfeita, a vontade de fugir e a idealização de uma paixão proibida com o terapeuta (até antes mesmo de conhecê-lo). Depois de perceber que o terapeuta havia dormido, ela fez questão de esbravejar e dizer que Théo era apático, sem vida, cansado e que não queria ser tratada por ele. Talvez esse desabafo dela tenha influenciado na mudança de comportamento de Théo, que passou a se envolver com os pacientes.

Com a desculpa de arrumar um cuidador para o pai, Júlia vai poder falar novamente com Théo e como sabemos, assim como ela voltou para a terapia mesmo depois da horrorosa primeira sessão, ela vai voltar semana que vem. Ainda temos mais duas sessões pela frente e por mais que essa 7ª sessão de Júlia tenha sido leve e sem tensão, nós sabemos que tudo pode mudar na semana que vem, ainda mais agora que Júlia quer ser uma amiga de Théo. Eu só espero que ele não ceda à ela, como cedeu para comer o bolo.

Sobre a figura de Théo sentado no sofá, no final do episódio, há duas teorias: a cor da roupa era cinza igual a do Théo do passado, o que pode mostrar apenas que o encontro foi real e o Théo do passado ficou ali; ou que o encontro foi fruto da imaginação de Théo, uma saída encontrada para se imaginar com Júlia e que ela não teria voltado depois que o pai foi internado.  Por enquanto, acredito mais na primeira. Mas é claro que foi uma técnica usada para confundir o espectador.
P.S: Théo anda tão abalado, que até voltou a fumar.

Terça- Breno
Depois da última sessão, tão reveladora, esperava ver Breno falando mais sobre seu pai, seu trabalho, a possibilidade de ser gay, enfim, se aprofundando mais em si mesmo. Mas ao invés disso, vimos cinco minutos do paciente. Ele apenas disse que ia voltar para o emprego e agradeceu Théo por toda ajuda, reconhecendo que se não mudasse, ao menos recebeu a ajuda do melhor terapeuta. Foi tocante ver Breno deixando a máquina de café e dizendo que a opinião de Théo era importante. Théo pediu para que ele ligasse, então espero que essa não seja a despedida definitiva de Breno e que ele volte para falar como foi voltar à ativa. Quero ressaltar a imagem de tranquilidade que Breno passou, seu rosto estava sem conflitos, parecia em paz, tranquilo.

O resto do episódio focou na relação entre Théo e sua filha, Malu. A menina lembra muito a Nina, talvez pela idade, pelos conflitos. Malu mostrou o pai protetor e, ao mesmo tempo, desligado que Théo é; ela o descreveu como ingênuo, mostrando que o pai não sabe muita coisa sobre a sua vida. Théo se focou tanto nos pacientes, que esqueceu da família. Como Malu disse, ele praticamente parece não se afetar com a relação extraconjugal de Clarice e pra ela, saber que a mãe estava com o outro, é muito difícil.

Malu realmente gosta das pessoas do centro de recuperação e sua relação com Le, parece ser mais do que uma maneira encontrada para irritar o pai. O perfume que Malu quebrou só para que os pais pudessem viajar juntos, mostra a vontade da menina de ver uma mudança no casamento dos pais. No abraço, Théo “falou” que entende a filha e a cena final com ele aderindo ao método de desabafo da filha e gritando enquanto a olha pela janela, foi linda.

Esse foi um episódio leve, gostei bastante da atuação da atriz Mayara Constantino, que é uma talentosa atriz e conhecida de muita gente por diversos trabalhos (como a série “Tudo o que é sólido pode derreter”, na TV cultura). Sua participação só veio para abrilhantar o elenco.
P.S: Q tdb a Malu ensinando o Théo a mandar msg pelo cel, né? (aprendi a abreviar com ela)

Quarta- Nina
Fiquei bem satisfeita em ver que tivemos a continuação da trama da Nina com o pai. Quando Nina falou sobre o sonho do assalto, tinha certeza que Théo ia saber usá-lo a favor da terapia; nele Nina está tentando proteger o pai do assassino (que ela diz ser Théo), mas acaba falando demais. Vimos que é exatamente assim na terapia, ela sempre procura proteger o pai, mas parece querer revelar um segredo. E nessa semana, descobrimos finalmente qual é esse segredo.

Nina cresceu vendo o pai rodeado de mulheres e um dia, após chegar mais cedo da escola, ela viu o pai fazendo sexo com uma modelo. O segredo, nesse caso, ao invés de provocar um afastamento entre pai e filha, os uniu. Era um laço invisível divido entre os dois, que excluía a mãe da garota e com o passar do tempo, Nina continuou a excluir a mãe de tudo e deixou o pai inatingível. Quando Théo se colocou ao lado de Nina, ele assumiu uma posição de companheirismo e essa confissão dela, provou isso.

Ao se afastar da mãe, Nina tem que controlar a raiva que sente do pai, porque teme ficar sem ninguém. Imagino como deve ter sido difícil pra ela, viver sem querer assumir que o pai não era um exemplo e ver que sua mãe sempre o esperou. Aliás, a sua irritação pela mãe é justamente por ela nunca ter descoberto nada. É interessante notar que os reais sentimentos dela são contrários ao que ela demonstra: na verdade, ela sente raiva do pai e quer ter uma relação com a mãe. Nina cresceu desprotegida, a mãe não a colocou longe do pai que fazia sexo com as modelos e quando ela pediu para que Théo a ajudasse trocar de roupa, ela queria saber se ele tinha limites, se ela podia confiar nele.

Nina se assemelha muito com Júlia nesse sentido, mesmo sendo bem mais jovem, ela tem uma grande complexidade e por ter problemas com o pai, talvez ela tenha buscado essa figura paterna em Leon, que acabou se aproveitando dela. Ela novamente tocou no fato de Théo ter insinuado que ela tenha sido abusada e Théo disse que ela suspeita que algo tenha acontecido, ela ficou com medo. Será que teremos novas revelações sobre isso? Se Nina foi abusada, isso explicaria muita coisa sobre a atitude arredia dela.

Agora Nina quer se focar nas eliminatórias, apesar de ter dito que a ginástica era para manter o controle (e uma fuga de casa) sobre a vida. Sessão profunda, que nos fez entender mais de Nina e que veio pra quebrar a leveza dos dois episódios anteriores.
P.S: Nina reconhecendo que sua mãe paga tudo, é um grande passo e diz muito sobre o que podemos esperar daqui pra frente!

Quinta- Ana e João
Infelizmente não tivemos uma sessão só para João, mas essa sessão foi tão boa, que compensou. Nessa sessão descobrimos que Ana é muito mais complexa do que João e talvez por isso, ela tenha ganhado uma sessão sozinha. Desde o começo, João sempre foi mais transparente e mostrou seus sentimentos, mesmo que estivesse só com raiva; já Ana, sempre me pareceu fria, distante, com um jeito arrogante.

João passa em sua feição toda serenidade, a mudança comportamental dele fica explícita com a conversa calma com Théo, nem de longe lembrando o João agressivo do começo. Já Ana chegou nervosa, humilhando João por não conseguir o papel depois do teste, aparentando muito cansaço. Como João bem apontou, ela estava normal antes de chegar ao consultório, então o que causou a mudança de atitude? A resposta é simples: culpa.

Não demorou muito e Ana falou toda verdade para João, ela concretizou o pesadelo dele, traindo-o com Veloso. O imprevisível aconteceu quando João não levantou a voz, não foi agressivo, apenas disse que sentia pena de Ana e estava triste pela relação dos dois. Trair João com Veloso, fez Ana ter o mesmo sentimento de humilhação e culpa que ela teve quando era uma garotinha gorda que foi buscar mais um sorvete e quando voltou, viu que o pai estava morto. A culpa que a mãe destinou a ela e a falta de afeto, fez com que Ana se sentisse indigna do amor de João e precisasse trair ele, para se sentir humilhada e desvalorizada novamente. Como ela disse, ela se sentiu um lixo depois do sexo com um homem que a tratou como um animal.

É incrível a evolução do casal, quando poderíamos pensar que na verdade é Ana que altera o comportamento de João, e não o contrário?  João percebeu que nunca vai corresponder as expectativas de Ana, que nada que ele fizer vai livrá-la da culpa que ela quer sentir. Agora ele entendeu que não vale a pena voltar a ter ciúmes doentio, ser agressivo, ele quer uma identidade individual. Ainda que no final ele tenha dado um tapa em Ana, ele sabe que nada mais pode fazer a esposa querer estar realmente com ele. Assim, nesse clima de despedidas sem aviso e pela decepção nos olhos de João, temo não ver mais ele e acho cada vez mais difícil, um futuro para o casal. Afinal, além de paixão, é necessário haver amor para resistir a tudo em um casamento.
P.S: Théo está esperando o que pra comprar um apartamento? Esse homem precisa de férias!

Sexta- Dora
Como na sessão anterior, Clarice e Théo começaram falando de Malu. Ficou provado que Théo não conhece muito a filha (afinal ele não sabia que ela já tinha usado drogas e não era mais virgem), e que Clarice segurou as pontas por muito tempo em casa. Por mais que Théo estivesse se sentindo excluído, nós sabemos que ele tem muita culpa nessa situação. Concordo com Dora quando ela disse que Théo e Clarice falavam dos filhos, para se aprofundarem na relação dos dois.

O método que Théo tanto criticou, colocou-o e Clarice frente a frente, com os olhos grudados um no outro e as verdades sendo entregues pela boca. O método simples consistia em falar e ouvir, tarefa complicada para um casal que não se entende mais. Clarice se sente sozinha, cansou de ser apenas a mãe protetora, a esposa subordinada, a pessoa que se dedica a todos, mas não sabe quem quer ser; ela se sente perdida e quer buscar uma liberdade individual. Théo acha que desenvolveu um interesse por Júlia, depois da traição de Clarice e tem medo que ela saia de casa, afinal, ele já teve vários pacientes que tomaram essa atitude. Pela primeira vez, vemos Théo desabar de verdade e senti que Zécarlos absorveu a dor de seu personagem.
Dora nesse momento foi importantíssima para esclarecer ao casal, que as imagens que um tinha do outro, foram derrubadas. Eles levaram para o casamento, marcas da vida de solteiro: Théo, o problema com o pai que fez com que ele se interessasse pela paciente e Clarice foi criada para ser um modelo maternal. Agora, o destino dessa relação é incerto, já que eles terão que reconstruir muita coisa juntos.

Quando eu pensei que o episódio tinha chegado ao fim, Théo recebe uma ligação que o avisa que Breno morreu durante uma ação policial. Não sei explicar o meu choque no momento. Fiquei um pouco frustrada em ver que tudo terminou ali, sem aviso, sem uma despedida decente para o personagem, foi um susto. Isso demonstra o quanto eu me envolvi com o Breno, eu fui da indiferença ao amor pelo personagem. Breno se entregou muito, a cada sessão ele foi melhorando, Sérgio Guizé absorveu a essência do personagem frio que terminou como um confuso que nunca teve amor. Quero ver agora como essa morte de um paciente vai afetar Théo, será que ele vai se sentir culpado de não ter dito para Breno não voltar ao trabalho? Que sessão marcante!

 A morte em Sessão de Terapia representou bem o que é na vida real, a alegria de se encontrar com alguém e depois brutalmente, ter essa pessoa tirada da sua vida (nesse caso, da TV). Mas ao menos, fica aquela sensação de que valeu a pena, pois muito pior seria não ter conhecido o Breno e não ter visto que por trás da pose de machão, ele era uma pessoa que estava se descobrindo e desmoronando, ao mesmo tempo.
P.S: Nina está com uma alergia no corpo todo, será que ela vai continuar na competição? Acho bem difícil.

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