Da leveza ao choque.
Spoilers Abaixo:
A semana começou leve, cheia de risos e
chegou ao ápice com uma revelação bombástica no final. Finalmente, Théo é
reconhecido e bem tratado pelos pacientes. A 7ª semana me agradou muito
e me lembrou de que é o começo do fim.
Segunda- Júlia
Um episódio cheio de risadas. Como eu
suspeitava, Júlia voltou ao consultório, mas não se colocando paciente e
sim, para ver mais uma vez Théo. Foi um episódio leve, com a sensação
de “como tudo começou”, a transição do presente para o flashback foi bem
feita. Com Júlia se considerando uma amiga e não uma paciente, essa
relação com Théo entra em um processo complicado. Se antes o impedimento
para Théo era não se envolver com uma paciente, agora isso não existe
mais.
O flashback mostrou como Júlia chegou
frustrado ao consultório de Théo, após 5 anos de terapia sem êxito.
Inclusive, ficamos sabendo que foi André que indicou Théo para ela. Théo
estava diferente, parecia bem mais sério, até desinteressado pela
paciente (até chegou a dormir!), o que rendeu a ótima e engraçadíssima
confissão de Júlia, que pensou que ia encontrar o Richard Gere, mas viu
que estava diante do Soneca.
Como vimos, Júlia no começo da terapia
chegou com todos os problemas que já conhecemos dela: a insatisfação com
uma vida perfeita, a vontade de fugir e a idealização de uma paixão
proibida com o terapeuta (até antes mesmo de conhecê-lo). Depois de
perceber que o terapeuta havia dormido, ela fez questão de esbravejar e
dizer que Théo era apático, sem vida, cansado e que não queria ser
tratada por ele. Talvez esse desabafo dela tenha influenciado na mudança
de comportamento de Théo, que passou a se envolver com os pacientes.
Com a desculpa de arrumar um cuidador
para o pai, Júlia vai poder falar novamente com Théo e como sabemos,
assim como ela voltou para a terapia mesmo depois da horrorosa primeira
sessão, ela vai voltar semana que vem. Ainda temos mais duas sessões
pela frente e por mais que essa 7ª sessão de Júlia tenha sido leve e sem
tensão, nós sabemos que tudo pode mudar na semana que vem, ainda mais
agora que Júlia quer ser uma amiga de Théo. Eu só espero que ele não
ceda à ela, como cedeu para comer o bolo.
Sobre a figura de Théo sentado no sofá,
no final do episódio, há duas teorias: a cor da roupa era cinza igual a
do Théo do passado, o que pode mostrar apenas que o encontro foi real e o
Théo do passado ficou ali; ou que o encontro foi fruto da imaginação de
Théo, uma saída encontrada para se imaginar com Júlia e que ela não
teria voltado depois que o pai foi internado. Por enquanto, acredito
mais na primeira. Mas é claro que foi uma técnica usada para confundir o
espectador.
P.S: Théo anda tão abalado, que até voltou a fumar.
Terça- Breno
Depois da última sessão, tão reveladora,
esperava ver Breno falando mais sobre seu pai, seu trabalho, a
possibilidade de ser gay, enfim, se aprofundando mais em si mesmo. Mas
ao invés disso, vimos cinco minutos do paciente. Ele apenas disse que ia
voltar para o emprego e agradeceu Théo por toda ajuda, reconhecendo que
se não mudasse, ao menos recebeu a ajuda do melhor terapeuta. Foi
tocante ver Breno deixando a máquina de café e dizendo que a opinião de
Théo era importante. Théo pediu para que ele ligasse, então espero que
essa não seja a despedida definitiva de Breno e que ele volte para falar
como foi voltar à ativa. Quero ressaltar a imagem de tranquilidade que
Breno passou, seu rosto estava sem conflitos, parecia em paz, tranquilo.
O resto do episódio focou na relação
entre Théo e sua filha, Malu. A menina lembra muito a Nina, talvez pela
idade, pelos conflitos. Malu mostrou o pai protetor e, ao mesmo tempo,
desligado que Théo é; ela o descreveu como ingênuo, mostrando que o pai
não sabe muita coisa sobre a sua vida. Théo se focou tanto nos
pacientes, que esqueceu da família. Como Malu disse, ele praticamente
parece não se afetar com a relação extraconjugal de Clarice e pra ela,
saber que a mãe estava com o outro, é muito difícil.
Malu realmente gosta das pessoas do
centro de recuperação e sua relação com Le, parece ser mais do que uma
maneira encontrada para irritar o pai. O perfume que Malu quebrou só
para que os pais pudessem viajar juntos, mostra a vontade da menina de
ver uma mudança no casamento dos pais. No abraço, Théo “falou” que
entende a filha e a cena final com ele aderindo ao método de desabafo da
filha e gritando enquanto a olha pela janela, foi linda.
Esse foi um episódio leve, gostei
bastante da atuação da atriz Mayara Constantino, que é uma talentosa
atriz e conhecida de muita gente por diversos trabalhos (como a série
“Tudo o que é sólido pode derreter”, na TV cultura). Sua participação só
veio para abrilhantar o elenco.
P.S: Q tdb a Malu ensinando o Théo a mandar msg pelo cel, né? (aprendi a abreviar com ela)
Quarta- Nina
Fiquei bem satisfeita em ver que tivemos
a continuação da trama da Nina com o pai. Quando Nina falou sobre o
sonho do assalto, tinha certeza que Théo ia saber usá-lo a favor da
terapia; nele Nina está tentando proteger o pai do assassino (que ela
diz ser Théo), mas acaba falando demais. Vimos que é exatamente assim na
terapia, ela sempre procura proteger o pai, mas parece querer revelar
um segredo. E nessa semana, descobrimos finalmente qual é esse segredo.
Nina cresceu vendo o pai rodeado de
mulheres e um dia, após chegar mais cedo da escola, ela viu o pai
fazendo sexo com uma modelo. O segredo, nesse caso, ao invés de provocar
um afastamento entre pai e filha, os uniu. Era um laço invisível divido
entre os dois, que excluía a mãe da garota e com o passar do tempo,
Nina continuou a excluir a mãe de tudo e deixou o pai inatingível.
Quando Théo se colocou ao lado de Nina, ele assumiu uma posição de
companheirismo e essa confissão dela, provou isso.
Ao se afastar da mãe, Nina tem que
controlar a raiva que sente do pai, porque teme ficar sem ninguém.
Imagino como deve ter sido difícil pra ela, viver sem querer assumir que
o pai não era um exemplo e ver que sua mãe sempre o esperou. Aliás, a
sua irritação pela mãe é justamente por ela nunca ter descoberto nada. É
interessante notar que os reais sentimentos dela são contrários ao que
ela demonstra: na verdade, ela sente raiva do pai e quer ter uma relação
com a mãe. Nina cresceu desprotegida, a mãe não a colocou longe do pai
que fazia sexo com as modelos e quando ela pediu para que Théo a
ajudasse trocar de roupa, ela queria saber se ele tinha limites, se ela
podia confiar nele.
Nina se assemelha muito com Júlia nesse
sentido, mesmo sendo bem mais jovem, ela tem uma grande complexidade e
por ter problemas com o pai, talvez ela tenha buscado essa figura
paterna em Leon, que acabou se aproveitando dela. Ela novamente tocou no
fato de Théo ter insinuado que ela tenha sido abusada e Théo disse que
ela suspeita que algo tenha acontecido, ela ficou com medo. Será que
teremos novas revelações sobre isso? Se Nina foi abusada, isso
explicaria muita coisa sobre a atitude arredia dela.
Agora Nina quer se focar nas
eliminatórias, apesar de ter dito que a ginástica era para manter o
controle (e uma fuga de casa) sobre a vida. Sessão profunda, que nos fez
entender mais de Nina e que veio pra quebrar a leveza dos dois
episódios anteriores.
P.S: Nina reconhecendo que sua mãe paga tudo, é um grande passo e diz muito sobre o que podemos esperar daqui pra frente!
Quinta- Ana e João
Infelizmente não tivemos uma sessão só
para João, mas essa sessão foi tão boa, que compensou. Nessa sessão
descobrimos que Ana é muito mais complexa do que João e talvez por isso,
ela tenha ganhado uma sessão sozinha. Desde o começo, João sempre foi
mais transparente e mostrou seus sentimentos, mesmo que estivesse só com
raiva; já Ana, sempre me pareceu fria, distante, com um jeito
arrogante.
João passa em sua feição toda
serenidade, a mudança comportamental dele fica explícita com a conversa
calma com Théo, nem de longe lembrando o João agressivo do começo. Já
Ana chegou nervosa, humilhando João por não conseguir o papel depois do
teste, aparentando muito cansaço. Como João bem apontou, ela estava
normal antes de chegar ao consultório, então o que causou a mudança de
atitude? A resposta é simples: culpa.
Não demorou muito e Ana falou toda
verdade para João, ela concretizou o pesadelo dele, traindo-o com
Veloso. O imprevisível aconteceu quando João não levantou a voz, não foi
agressivo, apenas disse que sentia pena de Ana e estava triste pela
relação dos dois. Trair João com Veloso, fez Ana ter o mesmo sentimento
de humilhação e culpa que ela teve quando era uma garotinha gorda que
foi buscar mais um sorvete e quando voltou, viu que o pai estava morto. A
culpa que a mãe destinou a ela e a falta de afeto, fez com que Ana se
sentisse indigna do amor de João e precisasse trair ele, para se sentir
humilhada e desvalorizada novamente. Como ela disse, ela se sentiu um
lixo depois do sexo com um homem que a tratou como um animal.
É incrível a evolução do casal, quando
poderíamos pensar que na verdade é Ana que altera o comportamento de
João, e não o contrário? João percebeu que nunca vai corresponder as
expectativas de Ana, que nada que ele fizer vai livrá-la da culpa que
ela quer sentir. Agora ele entendeu que não vale a pena voltar a ter
ciúmes doentio, ser agressivo, ele quer uma identidade individual. Ainda
que no final ele tenha dado um tapa em Ana, ele sabe que nada mais pode
fazer a esposa querer estar realmente com ele. Assim, nesse clima de
despedidas sem aviso e pela decepção nos olhos de João, temo não ver
mais ele e acho cada vez mais difícil, um futuro para o casal. Afinal,
além de paixão, é necessário haver amor para resistir a tudo em um
casamento.
P.S: Théo está esperando o que pra comprar um apartamento? Esse homem precisa de férias!
Sexta- Dora
Como na sessão anterior, Clarice e Théo
começaram falando de Malu. Ficou provado que Théo não conhece muito a
filha (afinal ele não sabia que ela já tinha usado drogas e não era mais
virgem), e que Clarice segurou as pontas por muito tempo em casa. Por
mais que Théo estivesse se sentindo excluído, nós sabemos que ele tem
muita culpa nessa situação. Concordo com Dora quando ela disse que Théo e
Clarice falavam dos filhos, para se aprofundarem na relação dos dois.
O método que Théo tanto criticou,
colocou-o e Clarice frente a frente, com os olhos grudados um no outro e
as verdades sendo entregues pela boca. O método simples consistia em
falar e ouvir, tarefa complicada para um casal que não se entende mais.
Clarice se sente sozinha, cansou de ser apenas a mãe protetora, a esposa
subordinada, a pessoa que se dedica a todos, mas não sabe quem quer
ser; ela se sente perdida e quer buscar uma liberdade individual. Théo
acha que desenvolveu um interesse por Júlia, depois da traição de
Clarice e tem medo que ela saia de casa, afinal, ele já teve vários
pacientes que tomaram essa atitude. Pela primeira vez, vemos Théo
desabar de verdade e senti que Zécarlos absorveu a dor de seu
personagem.
Dora nesse momento foi importantíssima
para esclarecer ao casal, que as imagens que um tinha do outro, foram
derrubadas. Eles levaram para o casamento, marcas da vida de solteiro:
Théo, o problema com o pai que fez com que ele se interessasse pela
paciente e Clarice foi criada para ser um modelo maternal. Agora, o
destino dessa relação é incerto, já que eles terão que reconstruir muita
coisa juntos.
Quando eu pensei que o episódio tinha
chegado ao fim, Théo recebe uma ligação que o avisa que Breno morreu
durante uma ação policial. Não sei explicar o meu choque no momento.
Fiquei um pouco frustrada em ver que tudo terminou ali, sem aviso, sem
uma despedida decente para o personagem, foi um susto. Isso demonstra o
quanto eu me envolvi com o Breno, eu fui da indiferença ao amor pelo
personagem. Breno se entregou muito, a cada sessão ele foi melhorando,
Sérgio Guizé absorveu a essência do personagem frio que terminou como um
confuso que nunca teve amor. Quero ver agora como essa morte de um
paciente vai afetar Théo, será que ele vai se sentir culpado de não ter
dito para Breno não voltar ao trabalho? Que sessão marcante!
A morte em Sessão de Terapia
representou bem o que é na vida real, a alegria de se encontrar com
alguém e depois brutalmente, ter essa pessoa tirada da sua vida (nesse
caso, da TV). Mas ao menos, fica aquela sensação de que valeu a pena,
pois muito pior seria não ter conhecido o Breno e não ter visto que por
trás da pose de machão, ele era uma pessoa que estava se descobrindo e
desmoronando, ao mesmo tempo.
P.S: Nina está com uma alergia no corpo todo, será que ela vai continuar na competição? Acho bem difícil.
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